Categoria: Resenhas de livros

Casamento Blindado 2.0

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No lançamento da primeira edição do livro Casamento Blindado (Ed. Thomas Nelson Brasil), já ficou claro que esse não seria só mais um livro sobre relacionamentos. A fila na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, a maior livraria do país, dava voltas e mais voltas. Todo mundo com no mínimo um exemplar nas mãos, esperando a assinatura dos autores e apresentadores do programa The Love School (na Record TV), Renato Cardoso e Cristiane Cardoso.

Casamento Blindado 2.0 é a segunda edição, revista, atualizada e ampliada desse mega-seller. É o mesmo Casamento Blindado de que a gente já gostava e que funciona, mas melhorado e aumentado. Os pontos-chave do livro permanecem lá, alguns pouco modificados e outros mais explicados, para facilitar a compreensão, mas a abordagem continua sendo racional e bem embasada.

Os assuntos que mais geram brigas e discussões ganharam espaço para ajudar ainda mais os leitores. Novas dicas sobre como criar os filhos e sobre como lidar com filhos de outros relacionamentos, orientações sobre  finanças, sobre o papel da mulher e sobre diferenças de personalidade, ampliação do capítulo “Sexo”, novas ferramentas, inclusive uma sobre redes sociais, entre outros assuntos, fazem desse livro um manual ainda mais completo que a versão anterior.

O livro marcou presença constante nas listas de mais vendidos por anos. Mais de três milhões de exemplares foram vendidos e ele é, ao mesmo tempo, um mega-seller e long-seller. Mas o melhor não é contar os números e ver o nome da obra em listas de mais vendidos. O melhor, mesmo, é ouvir de casais que o que aprenderam ao ler mudou sua maneira de lidar com o casamento e restaurou a família. Não consigo nem explicar o que é, para quem cresceu com pais separados, ver casamentos fracassados se transformarem em relacionamentos saudáveis e felizes.

Quantas iniciativas deste mundo têm trabalhado para restaurar famílias? Sinceramente, acho que nenhuma. O casamento hoje em dia é desacreditado e descartável. E o mundo pinta como se fosse tudo tranquilo, como se divórcio não trouxesse consequência.

Ninguém aprende a escolher direito antes de casar (pelo contrário, o discurso é que “o amor é cego”…), ninguém aprende o que fazer para construir um relacionamento sólido e feliz (as pessoas acham que isso tem que cair do céu), ninguém recebe educação amorosa e, depois, quando o troço desmorona por falta de cuidado, a culpa é de quem? Do casamento!

Típico do ser humano: faz tudo errado, age sem usar a cabeça e depois joga a responsabilidade sobre qualquer coisa ou pessoa que não ele mesmo. Mas Casamento Blindado ensina a aplicar o conceito do Amor Inteligente, que é o amor baseado naquilo que as pessoas escolhem fazer conscientemente, e não em seus impulsos irracionais (que mudam ao sabor dos hormônios).

O Amor Inteligente assume responsabilidade. O problema não é mais da sogra, do marido, da esposa, da cunhada, da avó, do papagaio ou do hamster da vizinha. O problema É MEU e eu é que tenho de resolver. Assumir responsabilidade e agir com base em escolhas conscientes em vez de viver pela emoção é o que diferencia pessoas maduras de pessoas imaturas. Casamento Blindado trouxe essa maturidade aos leitores que decidiram colocar em prática os princípios do livro.

E, na minha opinião, o que aprendemos ali nos ajuda tanto no casamento quanto em qualquer relacionamento interpessoal — e até no relacionamento com Deus. Porque entender a diferença entre o amor verdadeiro e o amor pirata, por exemplo, muda tudo. Você consegue entender melhor o que é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo e aprende a alimentar esse amor. Se torna uma pessoa mais justa e seu umbigo não é mais o centro do universo. Só por isso, eu já o consideraria um serviço de utilidade pública.

O livro Casamento Blindado 2.0 é para casados e solteiros, tanto para quem já leu a primeira edição quanto para quem ainda não leu. É o que sempre digo: a gente muda muito com o passar dos meses e dos anos. Uma leitura feita hoje vai lhe dar uma visão diferente da leitura feita oito meses atrás, pois as experiências que vivemos muda nosso olhar e ampliam nossos horizontes. Por isso, livro bom relido não é perda de tempo, mas investimento de tempo. É aproveitar a oportunidade de aprender e melhorar.

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Ps. O livro está chegando às livrarias esta semana, mas já é possível comprar em algumas livrarias virtuais, vou colocar aqui os links de alguns sites em que já fiz mais de uma compra e sei que são confiáveis:

Amazon

Arca Center

Livraria Cultura

Livraria Saraiva

 

Diário de leitura – Habacuque

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No início do livro, Habacuque pergunta por que Deus lhe permite ver iniquidade, opressão e injustiça e não faz nada para resolver. Quantas vezes temos essa sensação de impotência diante da injustiça? Quantas vezes questionamos a Deus dessa forma? Quantas vezes temos vontade de perguntar, como ele: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e Tu não me escutarás?”.

Os questionamentos de Habacuque não eram de incredulidade, eles vinham de ele acreditar no caráter de Deus: “Tu és tão puro de olhos que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e Te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (1.13). O que ele via não combinava com o que sabia a respeito de Deus. Se Ele é tão puro que não pode ver o mal, por que se cala diante da injustiça?

Essas questões duraram um capítulo. Depois disso, Habacuque não ficou se angustiando com o problema. Simplesmente apresentou suas perguntas e aguardou uma resposta, sem duvidar que ela chegaria. Ele age com Deus como agiria com uma pessoa visível. Quando perguntamos algo a alguém, esperamos a resposta, mas, com Deus, muitas vezes agimos como se Ele não existisse. Perguntamos e continuamos nos atormentando com aquele pensamento. Ficamos ruminando o problema como se tivéssemos feito uma pergunta ao vento. Enquanto falamos com nós mesmos, como ouviremos a Deus? Habacuque teve seu tempo de falar, mas parou para ouvir.

Já estava até se preparando para levar um puxão de orelha: “para ver o que falará a mim e o que eu responderei quando eu for repreendido” (2.1). A resposta de Deus, porém, foi de esperança. Pediu ao profeta que escrevesse a visão. Tudo se resolveria. As coisas têm um tempo certo. O que Deus tem a fazer, Ele fará. “Se tardar, espera, porque certamente virá.”

A resposta de Deus foi basicamente: Meu filho, Eu estou vendo. Espera, pois tudo se cumprirá.

E Ele realmente estava. Tanto que detalha o problema e diz que o orgulhoso acha que está se dando bem tentando construir sua vida à custa dos outros, mas, inevitavelmente, vai se dar mal. Deus manda Habacuque escrever para deixar claro o que não deveria ser feito, para que o ímpio tivesse consciência do erro. “Ai daquele que multiplica o que não é seu” e que constrói sua vida com sangue, com iniquidade. O fundamento da nossa vida tem de ser a justiça, a Palavra de Deus, ainda que, em alguns momentos, pareça que estamos perdendo ou nos dando mal. Se tentamos nos estabelecer (ou mesmo nos proteger) prejudicando os outros, estamos pecando e iremos colher destruição. Quem tenta se proteger do mal na força do seu próprio braço será alcançado por esse mal.

O profeta, que começou questionando a aparente imobilidade de Deus, termina falando da salvação, descrevendo a ira de Deus contra a injustiça. Nas palavras da oração de Habacuque, os montes tremeram, o sol e a lua pararam diante do poder e da indignação de Deus, que, marchando pela Terra, vem salvar Seu povo e ferir a cabeça da casa dos ímpios. O profeta, após ouvir a Palavra de Deus, reconhece (e descreve) a Sua grandeza e descansa na certeza de que Ele está ciente do que acontece e irá agir. Esse é o poder da Palavra dentro de nós: quando a absorvemos, ela muda completamente a nossa visão das coisas.

“No dia da angústia descansarei” (3.16). Habacuque mostra a grandeza de Deus, que já não está alheio ao sofrimento de Seu povo. Desde o começo não estava, mas aqui o profeta já percebeu que tudo estava sob controle e diz que mesmo que tudo pareça dar errado, ele continua confiando, se alegrando em Deus. E se refere a Ele como “o Deus da minha salvação” e como a sua força. Se no começo ele estava desesperançado, cansado e confuso, no final está confiante, fortalecido e feliz, pois aprendeu que “o justo pela sua fé viverá”. (2.4)

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Habacuque 3.17,18

Essa é a fé pela qual o justo viverá. A fé que independe das circunstâncias. Não está nem aí para o que vê ou sente. Se eu dependo de Deus, tanto faz se tudo parece bem ou se as coisas estão de cabeça para baixo. Tanto faz se está difícil ou fácil. Tanto faz se surgem ameaças ou se tudo está tranquilo.

Se a oliveira não der azeitonas, se você não colheu o que plantou, se não aconteceu o que esperava e se não viu o que queria. Você não muda seu comportamento com Deus. Continua feliz porque depende dEle e sabe em Quem tem crido.  Habacuque, em três pequenos capítulos, nos ensina a buscar as respostas em Deus, ouvi-Lo, confiar e descansar, sem dar a mínima para as coisas que pareciam muito importantes e dramáticas minutos atrás.

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* Estou lendo na versão Almeida Corrigida Fiel (ACF), a tradução em português mais próxima do texto original. Comprei nesse site aqui: biblias.com.br

PS: Claro, não dá para fazer Diários de Leitura de absolutamente todos os livros que leio, mas acho um exercício fantástico (e, principalmente com a Bíblia, vale muito a pena). Escrever enquanto leio dá trabalho, mas é uma boa técnica para meditar no que estou lendo. Leio bem mais devagar assim, mas, pelo menos, pego bem o espírito. Evita aquela leitura preguiçosa e obriga meu cérebro a manter a atenção e fazer conexões. É algo que gosto de fazer no Templo de Salomão, antes de começar a reunião, por exemplo. Ou em casa, depois (ou antes) de um dia agitado. Ou na sala de espera do médico rs. Um pouquinho por dia. O importante não é terminar rápido a leitura, mas aproveitar todos os capítulos. 😉