Categoria: Crescimento pessoal

Isso não me afeta

Apenas uma nota rápida sobre algo que aprendi: as coisas não podem me afetar. Eu simplesmente não posso permitir que nada me afete, principalmente as coisas que eu menos gosto que aconteçam na minha vida. A razão para isso é bem simples: se eu permitir que alguma coisa ruim me afete, o diabo vai querer repetir aquilo mil vezes para causar em mim a mesma reação, porque ele quer que eu saia do espírito, desconecte da minha sintonia com Deus, reaja de modo errado e faça escolhas erradas. 

Quando ele consegue me afetar, naturalmente me leva para o campo do mal, da irritação, da tristeza, da raiva, de qualquer incômodo emocional que me tire do prumo e, consequentemente, isso me afasta de Deus. Esse é o principal objetivo.

O campo de Deus é o da confiança, da fé, da paz, da leveza, da alegria, do amor e da mansidão. É nesse lugar que eu tenho que estar, ainda que o mundo ao redor estivesse desmoronando. Esse é o esforço consciente que a gente tem que fazer, o de não cair nas armadilhas, nessas tentações de coisas ruins. 

Então, quanto mais eu detesto alguma coisa, mais preciso me blindar contra essa coisa de modo que ela não faça mais diferença na minha vida. Não me permitir absorver nada que não me faça bem. Não aplicar nenhum sentimento a essa coisa, nem bom, nem ruim. Entregar para Deus (de verdade), confiar nEle e permanecer feliz. 

Desta forma, continuaremos tendo problemas normais na vida, mas não essas coisinhas extras desnecessárias. E, se você não permitir, as coisas não vão mais entrar no seu coração e afetar sua alma. É isso. Sabe aquela coisa chata que te irrita toda vez? Pare de se irritar. Isso é possível. Peça ajuda para Deus e aprenda a lidar, se realmente quer se livrar desse tipo de problema.

Para meditar: A Bíblia nos orienta a morrer para a vida velha. Precisamos morrer para o velho homem e nos revestir do novo homem, correto? Então…se você morreu, por que alguma coisa ainda deveria te afetar?

Procura-se a resistência

Em pleno século 21, nos vemos coagidos a entrar em caixinhas rotuladas e a pertencer a “categorias”, como se as pessoas de cada “categoria” tivessem as mesmas opiniões sobre os mesmos assuntos e não pudessem nunca ter um relacionamento saudável com pessoas de fora da sua bolha. 

Cresci e me desenvolvi em um mundo realmente plural, onde diversidade não tinha a ver com características físicas externas, mas com ideias e opiniões. Pensávamos diferente, tínhamos bagagens diferentes, mas nos deliciávamos ao descobrir pequenas similaridades em interesses e pensamentos.  Essas semelhanças nos uniam e nossas diferenças não nos afastavam. Isso foi antes do mainstream enlouquecer e decidir que agora estava na hora de acabar com o mundo e instaurar uma distopia que vai terminar com algum anticristo governando a coisa toda.

Porém, ainda existe a resistência. A resistência silenciosa (presa na espiral do silêncio por coação ou por vontade própria e preguiça de discutir com gente burra mesmo) que gosta de falar sobre bons livros, de compartilhar vídeos de bichinhos fofinhos, de observar girassóis, de plantar tomates, de admirar a natureza, e procurar o melhor nos outros e em si mesmo. A resistência que acredita que as pessoas não são seus corpos ou suas características físicas e que todo mundo tem condições de pensar (embora nem todos se interessem por isso). 

A resistência que entende que opinião deve ser bem fundamentada e que não precisa dar opinião sobre tudo o tempo todo. A resistência que gosta de respeitar o outro e de fazer as pessoas se sentirem felizes, mesmo quando pensam diferente. A resistência que não suporta a ideia de xingar ou agredir alguém. A resistência que está em paz e gosta de transmitir essa paz para outras pessoas. 

Ainda existe a resistência, e é com essas pessoas que eu quero falar. Não com os descerebrados beligerantes que gostam de metralhar desconhecidos (e conhecidos também, por que não?) em embates intermináveis e absolutamente inúteis entre pessoas que não querem e não vão ouvir o outro ou mudar de opinião. 

Não entendo o que leva essas pessoas a gastarem horas e horas do seu tempo inutilmente dessa forma. Confesso já ter sido belicosa no passado, mas não consigo me lembrar o que me levava a isso. Insegurança? Necessidade de autoafirmação? Não sei dizer. Só sei que agora, eu sou a resistência. Tenho minhas ideias, tenho minhas opiniões, elas não estão presas em caixinhas, em categorias, não falo por grupos e não me imponho rótulos. 

Se alguém quiser me conhecer, tem que ser pelos antigos métodos: o de ouvir, observar e acreditar. Conviver, ler, reler, escutar com atenção. Eu sou textão. Como a maioria das pessoas, aliás. Somos textões cheios de parágrafos e vírgulas e reticências e parênteses. Somos nuances e detalhes. Não podemos ser lidos por cima, correndo, de qualquer jeito. Você nunca vai entender ninguém se ler as pessoas assim. 

E eu realmente espero que a resistência, apesar de silenciosa, se encontre e consiga montar uma rede de conexões saudáveis no meio de todo esse caos, como um oásis de inteligência para acolher aqueles rebeldes que quiserem uma vida tranquila, próspera e feliz de verdade. É o que gostaria de fazer. É o que gostaria que todos os que são essa resistência pacífica e inconformada fizessem.

Se você também faz parte dessa resistência, que não está minimamente interessada em se digladiar com desconhecidos nas redes sociais em rinhas pautadas pela mídia, que não quer odiar pessoas por não serem cópias de você, que não compra os dogmas do mundo e nem os defende com a força visceral de uma defesa religiosa, fique à vontade por aqui e por qualquer outro lugar em que eu esteja. Gostaria que pudéssemos nos unir, ainda que na intersecção de nossos nichos de interesse e pensamento. Desde que se mantenha o respeito, aqui você nunca será desconsiderado. 

 

 

 

PS. Tenho que acrescentar um “desde que se mantenha o respeito” porque também não é a casa da mãe Joana, né? O mundo civilizado foi invadido por pessoas tão mal educadas que acham que podem entrar em blogs e redes sociais dos outros e sair ofendendo, xingando e sendo grosseiras com relação a assuntos e pessoas que são importantes para os donos dos blogs e perfis, com a desculpa de “dar a própria opinião”. Sou da velha guarda da internet. Tia Vanessa é um dinossauro que modera comentários, silencia contas e conversas inteiras no Twitter. Mas só de gente mal educada. Paz. Justiça. Respeito. Diversidade de pensamento. Educação. Sinceridade. Verdade. São poucas as coisas que eu prezo e exijo de quem convive comigo. Quer seja pessoalmente ou virtualmente, porque não faço distinção. Não sou uma pessoa online e outra pessoa offline. E acho que ninguém deveria ser.