Categoria: Utilidade pública

 Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação 

Estou fazendo uma série de textos com a minha opinião sobre um post que a Andressa Urach publicou no Instagram algumas semanas atrás. Esta é a parte 4. É importante ler desde o começo. Segue os links:

Clique para ler a parte 1 – O post dela completo, quem sou e por que escrevo

Clique para ler a parte 2 – Pequeno parêntese sobre o post de sexta

Clique para ler a parte 3 – Por que acho que ela nunca teve o Espírito Santo

Já disse e repito: não é minha intenção defender a igreja (Deus a defende), mas sim, defender a minha fé. Quando diz que sofreu lavagem cerebral e foi enganada, Andressa me ofende pessoalmente, dizendo que sou uma idiota que está há 20 anos sendo enganada. Escrevo como membro da Universal e como leitora dos livros dela. Também não é minha intenção atacá-la pessoalmente (discordar não é atacar). Quero falar das atitudes e das reações dela, porque creio que temos muito o que aprender sobre o que não fazer — e também porque ela tem potencial para induzir milhares de pessoas a erro. Acho essa situação toda muito triste e realmente espero que ela desperte, mas estes textos não são para ela, são para alertar quem ainda está na fé.

Só relembrando como a Andressa chegou na igreja Universal, nas palavras dela mesma, no livro “Desejos da alma”:

“[…] fiz sexo por dinheiro. Bebi muito, usei muitas drogas: maconha, cocaína, enfim vários tipos de alucinógenos. Sofri três overdoses. […] Hoje, tenho consciência de que eu era um ser humano detestável. Extremamente arrogante, me achava superior às outras pessoas. […] Por ter uma vida intensa e guiada pelas emoções, sentia um vazio enorme dentro de mim. Para preenchê-lo, tinha muitos vícios, como o masoquismo e o sadomasoquismo. […] Aos poucos, tudo foi perdendo a graça. Não sentia mais prazer em nada. A depressão estava tomando conta de mim. […] Esse sofrimento desencadeou a síndrome do pânico. […] Passei a sofrer de insônia. Quando conseguia dormir, os pesadelos eram constantes. […] Ouvia vozes, via vultos. Achei que meu fim seria em um hospício. Tomava remédios tarja preta, calmantes para controlar a ansiedade, mas eles não preenchiam o vazio que sentia em meu peito. […] Foi assim que cheguei à Igreja Universal — viciada e depressiva. […] Em uma oração com imposição de mãos sobre a minha cabeça, ministrada por um pastor, fui liberta desses espíritos malignos. Estou curada dos vícios, da depressão e da síndrome do pânico. Hoje, eu tenho vida plena, paz interior e não sofro mais de crises de ansiedade.”

Foi dessa vida que ela foi liberta quando Deus a trouxe para a igreja Universal. Estas são as palavras dela mesma. Como eu disse, ainda acredito que eram sinceras. Acredito porque cheguei à Igreja Universal com depressão e também fui liberta. No primeiro dia, já saí melhor, depois de algum tempo frequentando as reuniões de libertação e de domingo, fiquei livre daquele mal. Ainda passei uns anos sendo religiosa dentro da igreja, sem entregar minha vida completamente a Deus, e tive ansiedade novamente, por um problema na família, que me desestabilizou. Tomei muitos antidepressivos e ansiolíticos — todos me deixavam pior. Quando resolvi entregar toda a minha vida para Deus, esse mal também foi arrancado — 11 anos atrás — e eu me tornei outra pessoa. Agora, vamos à postagem que ela publicou e que foi reproduzida em várias matérias na mídia. Começa com a seguinte frase:

“Gente eu não escondo nada de ninguém.”

Mas escondeu. O que contou no livro “Morri para viver” escondeu de todo mundo por muito tempo. O que diz ter acontecido no casamento dela (esfriamento espiritual, traição e agressões de ambos os lados, desde antes de casar até o dia em que anunciou a separação) no livro “Desejos da alma” ela escondeu do pessoal que a seguia (eu, aqui incluída). No livro ela diz que tinha perdido a visão espiritual, mas no Instagram continuava fazendo postagens como se estivesse bem com Deus (se você acompanhou, se lembra de que ela fez posts falando que estava se casando com o pai do filho dela, que Deus havia unido novamente a família. E se lembra também dos posts de família feliz). Ela mesma diz no livro que não sabia avaliar sua situação espiritual na época (como não sabe agora). E agora, depois que perdeu o uniforme, escondeu o que fez, demorou para dizer que não era mais obreira e possivelmente passou meses nos enganando (e se enganando) com postagens de mulher de Deus enquanto, mais uma vez, tinha perdido a visão espiritual e estava cega por seus sentimentos.

Um dos motivos pelos quais devemos olhar para Jesus e não para as pessoas, é que não sabemos o que se passa dentro de ninguém. Muitas vezes a pessoa está enganando até a si mesma, realmente acredita naquilo que diz, mas não vive o que fala. Só conhecemos das pessoas o que elas permitem que conheçamos. Não significa que tenhamos que desconfiar dos outros ou ter maus olhos, de modo algum! Mas é importante saber que a única pessoa sem defeitos, modelo de conduta e exemplo em tudo é o Senhor Jesus.

Nos livros que escreveu e nas entrevistas que deu, Andressa admite o vício em mentiras, do qual se livrou depois que foi para a igreja:

“[…] eu tinha um hábito horrível: não via problema em mentir. […] Na igreja, entendi que Deus abomina a mentira. Passei a vigiar para não mentir, para vencer esse vício.”

Por temor a Deus, ela começou a vigiar para não mentir. E o que acontece depois que o temor acaba? A tendência é voltar às velhas práticas. E neste post que publicou no Instagram, ela demonstra que o vício voltou. Vamos novamente ao texto dela:

“Nos últimos meses passei por uma decepção tão grande, que literalmente rasgou meu coração, não consegui nem estudar, vou ter que trancar a faculdade de jornalismo, pois não tenho cabeça para pensar sobre isso.”

Desculpe, mas por mais que se deseje adicionar drama à narrativa não se pode dizer “literalmente rasgou meu coração” sem que tenha sido necessária uma internação de emergência e uma cirurgia para consertar a ruptura no miocárdio (pesquisar o significado de “literalmente”). Meu alerta de linguagem dramática foi às alturas e me mostrou que algo aconteceu que a deixou MAGOADA. E ela está tentando se justificar. Ela deixou entrar mágoa, ficou alimentando a mágoa com mais sentimento de vitimização e isso fez com que permitisse a entrada de um mal na vida dela (sorry, eu tenho que dizer. Sei que não é algo fácil de ouvir, sei que a pessoa pode se sentir atacada, sei que hordas de pessoas que também tropeçaram na mesma pedra irão querer dizer o contrário, mas este texto é para ajudar quem está confuso a entender o que aconteceu, então tenho que ser honesta com a minha percepção).

Vamos entender uma coisa: decepção é reação. Decepção é interpretação. Ninguém é capaz de causar uma decepção em você. Isso é algo que nós fazemos a nós mesmos. Uma coisa é o fato que ocorreu, e outra coisa é a interpretação que você deu ao fato, o que você permitiu que essa interpretação te fizesse sentir. Entende? O diabo pode perfeitamente manipular essa interpretação. Como exemplo, vou usar uma coisa que aconteceu comigo e que eu poderia ter permitido que me causasse uma decepção. Mas não permiti porque já estava atenta.

Uma das ajudas espirituais que eu recebia na igreja era através do grupo Godllywood, que tem o objetivo de ajudar mulheres no crescimento e amadurecimento espiritual. Entrei no final de 2015 (data da foto que abre este post). Eu já tinha alguns sintomas físicos, mas ainda não sabia o que eu tinha, achava que era um problema hormonal ou estresse. Nunca consegui realmente cumprir todas as atividades do grupo, só as tarefas, atendimentos e reuniões obrigatórias. Fazia o melhor que eu conseguia, mas comecei a conseguir cada vez menos.

Quando o problema de saúde se agravou, eu comecei a faltar a algumas reuniões (quase todas!), porque não era sempre que conseguia sair de casa. Eu ainda estava trabalhando, então toda a energia que tinha eu colocava no trabalho e não sobrava energia para sair, vivia exausta. Se tinha reunião, eu não ia. Se tinha passeio, eu não ia. Só ia aos atendimentos e a uma ou outra reunião semanal. Isso era um problema para as minhas sisters (Sister é a mulher responsável por um subgrupo no Godllywood, que acompanha pessoalmente o crescimento espiritual de cada uma das meninas do seu subgrupo. De tempos em tempos esses subgrupos são reorganizados e, assim, a gente passa por várias sisters), porque elas sempre tinham que abrir concessões para mim, mas eram super compreensivas, embora nem eu soubesse direito o que eu tinha (ou seja, acreditavam em mim sem provas).

Um pouco antes de eu entrar de licença do trabalho, veio a regra de que as participantes tinham que estar ativamente em um grupo de evangelização para continuar no Godllywood, para que dessem aos outros aquilo que estavam recebendo. Eu não tinha condições físicas de participar de grupo de evangelização, já era demais conseguir ir às reuniões semanais (quando eu conseguia ir). Estava perto de me graduar, por que não me deixar ficar até o final? Na época, não fazia o menor sentido para mim.

 Se não estivesse em um grupo de evangelização, eu teria que sair do Godllywood, mas se o objetivo de estar em um grupo de evangelização era dar o que estávamos recebendo espiritualmente e eu considerava que fazia isso através do meu trabalho, não achava necessário entrar em outro grupo. E eu não queria admitir que tinha um problema, muito menos deixar que esse problema fizesse alterações na minha vida (não percebia que já não estava conseguindo fazer nada). Pedi que reconsiderassem, falei com a sister, acho que falei com a big Sister (não me lembro), só não falei com a Cristiane, porque tive um lapso de sabedoria no meio daquele caos: se Deus não quisesse me tirar, ninguém poderia me tirar. Foi Ele quem me colocou lá (disso eu tenho certeza) e só Ele poderia me tirar. Então, principalmente, falei com Deus. Expus minhas razões e pedi para Ele me deixar continuar no grupo, mas disse para Ele fazer o que era justo. 

Não teve jeito. Era regra do grupo. E elas estavam certas. Por um instante, me veio o sentimento de que eu estava sendo injustiçada (sempre tem um gremlin esperando o momento certo para te dar a sugestão errada). Mas na hora me veio à mente: se não faz sentido e Deus está permitindo, o que vale aqui é a minha reação a esse problema! Era isso o que Deus queria que eu visse. Porque Deus existe e eu pedi a Ele para não sair. Vamos raciocinar: quem poderia me tirar do grupo se Deus não quisesse que eu saísse? DEUS EXISTE e Ele age diretamente na vida da gente quando a gente deixa. Tenho inúmeras provas disso na minha vida. Então, se Ele permitiu, eu estava sendo provada na minha reação. É impossível a gente se deparar com situações difíceis sem sentir absolutamente nada (até porque o diabo jamais vai deixar essas “oportunidades” passarem batidas), mas é perfeitamente possível (e essencial) a gente reagir da forma correta a elas. Cabia a mim negar minhas reações erradas e agir de acordo com o que Ele ensina.

É lógico que no momento veio o pensamento gremliniano e o sentimento de ser vítima, de ser coitadinha. Mas passaram direto. Conscientemente, eu não permiti que ficassem dentro de mim nem um dia. E isso é uma escolha que você pode perfeitamente fazer, não importa qual seja a sua situação espiritual.

Fui orar, entreguei para Deus, disse a Ele que Ele não se decepcionaria com a minha reação e que só o que me importava ali era Ele. Não iria ficar com maus olhos com o grupo nem com ninguém. Elas estavam certas. Fizeram o que era correto diante da situação. Elas são de Deus, o grupo é de Deus, eu sou de Deus, pedi para Deus…OBVIAMENTE Ele estava cuidando de tudo. Conscientemente, eu reconheci Deus ali, me colocando em uma situação que parecia estranha para ver minha reação. É isso que significa, na prática, usar a inteligência em vez de usar a emoção.

Está escrito: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.”

(Provérbios 3.5-6)

Ou a gente vê Deus em absolutamente tudo na nossa vida ou vai acabar não vendo em mais nada. Se começar a achar que tudo são as pessoas, não vai permanecer na fé (é o que eu disse na parte 3 desta série, sobre carne e Espírito). É por isso que um dia a pessoa parece super de Deus e no outro se torna adversária dEle, como muitos “ex” por aí. Usando a cabeça, eu entendi que o que eu deveria querer mesmo não era que flexibilizassem as regras a meu favor, mas sim que eu ficasse curada, ficasse bem para poder participar de grupos de evangelização e de todas as reuniões presenciais que aparecessem pela frente. Eu precisava lutar por isso a sério e fortalecer a minha fé para enfrentar o problema, não esconder minha cabeça feito um avestruz, fingindo que nada estava acontecendo. Pedi para Deus abençoar o grupo e todas as mulheres que estavam ali para ajudar as outras e para serem ajudadas. E fiquei em paz. A paz que você tem quando sabe que tudo coopera para o seu bem.

E se eu quisesse manipular a percepção alheia?

Tem sempre um gremlin pronto para nos fazer ficar com maus olhos, deixar de ver Deus nas coisas que nos acontecem e passar a olhar as coisas de modo carnal, porque assim ele nos afasta de Deus e abre espaço para o inferno na nossa vida. É escolha nossa dar ouvidos a ele ou ignorá-lo. Eu era uma pessoa que não estava ativa em nenhum grupo e não estava indo às reuniões, mas poderia facilmente ter ignorado a minha parte no problema, ouvido o gremlin e saído por aí dizendo que me expulsaram do Godllywood. Entende como é fácil distorcer uma informação, criando uma mentira a partir de meia verdade? Por isso a gente não pode acreditar em qualquer versão que as pessoas dão quando saem se colocando como vítima.

É muito fácil confundir fato com interpretação pessoal do fato. A interpretação tem como base sentimento e percepção, que pode ser errada (o coração é enganoso, lembra?). As pessoas dificilmente vão dar todos os dados para você interpretar corretamente os fatos se o total conhecimento dos fatos pode fazer com que elas pareçam erradas. Eu poderia omitir o fato de que eu raramente ia a alguma reunião, poderia omitir tudo o que mostrasse que eu não era tão vítima assim. Só para deixar claro, veja a diferença do relato da história real para o relato da história fictícia.

História real:

“Tive que sair do Godllywood porque quase não ia às reuniões do grupo e porque não estava participando de nenhum grupo de evangelização, que era uma das regras do Godllywood. Estavam abrindo uma exceção atrás de outra para mim, por anos, mas eu já estava faltando à maioria das reuniões. Só estava no grupo oficialmente, mas na prática já estava completamente fora há tempos. Tentaram por muito tempo me  ajudar, mas eu queria fazer as coisas do meu jeito. Pedi a Deus para que decidisse o que era o justo e Ele não interferiu para impedir minha saída. Logo, era justo que eu saísse.”

História fictícia, cheia de cenas dramáticas, para meus seguidores ficarem com peninha de mim e com muita raiva da igreja pela “enorme injustiça” que inventei:

“Gente, passei por uma decepção tão grande que literalmente rasgou meu coração. Dediquei 18 anos ao Senhor Jesus, mas acabei me sentindo um objeto descartável. Fui expulsa do Godllywood porque eu estava doente. Quando eu mais precisei, me desprezaram, sinto uma dor que não tem fim. Nunca dei problema no grupo e, do nada, depois de tudo o que já fiz pela igreja, eles me cortaram. Depois de todos esses anos, só porque eu estava doente e frágil, me rejeitaram. Me senti usada, porque eu sempre fiz o melhor pela igreja e agora, só porque estou com uma doença rara, eu não presto mais. Parabéns, igreja Universal, por lançar minha alma no inferno.”

Viu como é fácil manipular a percepção dos outros? Aí meus seguidores, sem saber que não saí do grupo por estar doente*, ficariam com raiva e acabariam cometendo injustiça diante de Deus junto comigo (porque Deus conhece os fatos e não aceita esse tipo de distorção). É claro que ninguém precisa lembrar que, se não fosse pela igreja Universal**, é praticamente certo que eu já estaria morta e enterrada há muito tempo…

Só para você saber o que Deus fala a respeito disso (obedece quem tem juízo):

“Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem? Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem o engano.”

Salmos 34.12-13

“A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão punidos. O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nEle confiam será punido.”

Salmos 34.21,22

“Não admitirás boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa. Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.”

Êxodo 23.1-3

“O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, o que sacode das suas mãos todo o suborno; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas.”

Isaías 33.15,16

Se achar ruim, reclame com quem escreveu a Bíblia. Eu não quero correr o risco de cometer uma injustiça e acabar colhendo algo que não gostaria, ou perdendo uma bênção bem legal — ou até a minha Salvação! — me aliando a quem se faz de vítima em uma história cujos detalhes desconheço. Nunca se posicione contra alguém sem ouvir todas as versões para ver todos os dados (a menos que a pessoa tenha escrito um livro, com o qual você possa analisar os dados…). Sem todos os dados, tomar partido e condenar é correr um grande risco de cometer injustiça. É um mandamento do Senhor Jesus:

“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.”

João 7.24

Cuidado com histórias maquiadas do Instagram, do Youtube, do Facebook e até mesmo da imprensa tradicional. Muitos jornalistas têm dificuldade de fazer uma apuração correta dos fatos, reunindo dados e evitando que suas interpretações pessoais interfiram com a compreensão da verdade.

Nesse dia da saída do Godllywood, percebi que os pensamentos que apareceram na minha cabeça não eram meus. Mas também percebi que meus sentimentos estavam querendo me levar a concordar com os pensamentos e a atribuir àquele acontecimento um significado que ele não tinha. A ideia era me deixar magoada com o grupo e achar que eu estava sendo rejeitada, perdendo a objetividade. “Ninguém mais me quer, ninguém mais gosta de mim, oh, mundo cruel!” E eu ter me percebido tão sensível assim (ainda que por um dia) me levou a constatar que eu estava fraca espiritualmente, muito mais fraca do que eu imaginava! No final, serviu para me mostrar que eu tinha que fortalecer minha fé COM URGÊNCIA, porque minha Salvação estava em risco (afinal, a Salvação vem pela fé).

A realidade é que às vezes Deus permite que nos sintamos sozinhos para nos levar a enxergar que estávamos nos apoiando em coisas e pessoas e nos dar a chance de voltar a depender somente dEle. É DEUS QUEM PERMITE, não são as circunstâncias, não são as pessoas. Se a sua vida está nas mãos dEle, é Ele quem permite tudo o que acontece, ou você crê nisso ou você não é cristão. Mas se você for aprovado nas suas reações, tudo o que acontece é para o seu bem. Está escrito que todas as coisas cooperam para o bem DAQUELES QUE AMAM A DEUS. Se você ama mais sua posição, seu status, o grupo, a opinião dos outros, o que você acha que conquistou, do que a Ele, você não ama a Deus. Mas se você quiser que uma coisa ruim coopere para o bem, coloque Deus acima de você mesmo, conscientemente. É isso que significa amar a Deus.

Ele não vai aceitar que você coloque seu coração acima dEle sem que você veja isso. “Quem quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.” Ou você se nega de verdade ou nem consegue tomar sua cruz e seguir a Cristo. O primeiro passo é se negar, você acha que não vai ser testado nisso? Ele vai permitir situações em que você tenha que se negar, para o seu próprio bem, para você não ficar se iludindo dentro da igreja. Mas você só vai enxergar isso se seus olhos forem espirituais.

Infelizmente, a Andressa não reconheceu Deus na situação que lhe aconteceu. Preferiu dar ouvidos ao gremlin e se fazer de vítima. Foi provada e, até o momento, reprovada. “Reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele endireitará as tuas veredas”, diz a Bíblia. Isto significa que, se você não O reconhecer em todos os caminhos, suas veredas continuarão tortas e esculhambadas. E talvez até fiquem mais tortas com o passar do tempo.

Muito provavelmente ela já vinha enfraquecendo há muito tempo e por isso não decidiu reagir de modo correto, reconhecendo Deus e O colocando à frente de tudo. Se o mal já estava colocando maus olhos e distorcendo a percepção dela, é compreensível que tenha terminado como terminou. O porquê de isso ter acontecido, como ela enfraqueceu desse jeito e há quanto tempo, não temos como saber. Porque ela escolheu esconder esses dados de nós.

A única coisa que sabemos é como ela está agora, colocando na igreja a culpa até de estar desistindo da faculdade de Jornalismo. Mas vamos aos dados: depois que se converteu, ela começou a fazer enfermagem e trancou para fazer curso de gestão pública, porque começou a trabalhar como assessora parlamentar. Depois, ela foi convidada para voltar a trabalhar na TV, trancou o curso de gestão pública e começou a pensar em fazer jornalismo (tá lá no livro Desejos da Alma, páginas 138 e 139).

Se trancar faculdades é um padrão antigo, culpar terceiros por isso não é honesto. Também tranquei várias faculdades (inclusive a de jornalismo três vezes), sei que depois que a gente faz isso uma vez fica bem fácil fazer outras. Culpei a depressão, culpei a morte do meu pai, mas a verdade é que cada desistência foi por escolha minha. Quando finalmente comecei a terminar as coisas que eu começava, descobri o segredo para conseguir isso: sacrifício. A cada curso que eu iniciava, tinha que sacrificar a vontade de desistir, sacrificar a saída mais fácil, sacrificar o cansaço, sacrificar a impaciência…

Mas se a pessoa ficar só culpando os outros pelas suas desistências, nunca vai se esforçar para descobrir como evitá-las. Infelizmente, o mundo de hoje está treinando as pessoas a colocarem nos outros a responsabilidade (e a culpa) por suas próprias decisões e escolhas. Está transformando adultos em crianças mimadas e imaturas. Uma das principais características de uma pessoa adulta, madura e que tem tudo para ser bem-sucedida é justamente esta: assumir responsabilidade por seus atos.

 

 

Amanhã publico a parte 5

Vou colocar aqui os links para os próximos posts conforme forem publicados:

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 2: o post de sexta

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 3: Será que ela recebeu o Espírito Santo?

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

PS. * Como deixei claro, não me tiraram do Godllywood por eu estar doente. Há diferença entre correlação e causalidade. Não é porque eu eu estava doente quando saí do grupo que minha saída foi por esse motivo. A gente aprende em estatística que correlação não implica, necessariamente, causalidade. Não é porque duas variáveis estão acontecendo ao mesmo tempo e têm alguma relação que uma necessariamente causou a outra. Confundir correlação com causalidade é um dos maiores erros de interpretação das pessoas. E tem muita gente por aí querendo que você não saiba disso.

PS2. ** Eu disse “se não fosse pela Igreja Universal, é praticamente certo que eu já estaria morta e enterrada há muito tempo” e já ouço crentes imaginários na minha cabeça dizendo “se não fosse Deus, não a Universal!”. Deus usou a Igreja Universal (e a usa até hoje) para me salvar e eu seria muito ingrata e burra se desconsiderasse isso. Lembro a você que eu já era crente desde que nasci (a primeira pessoa a se converter na minha família foi a avó da minha mãe — é uma história linda). Deus me tirou da Batista e me levou para a Universal porque eu queria me matar. Se você acha isso ruim, reclame com Ele, não comigo. O que me sustenta até hoje é esse conceito de fé sacrificial, que, pelo menos 20 anos atrás, só a Universal ensinava. Praticar isso me transformou de uma pessoa sensível e emotiva em uma pessoa racional e emocionalmente estável. Como sempre, Deus sabia o que estava fazendo.

PS3. Continuo amando o grupo Godllywood, acompanhando as reuniões do Godllywood autoajuda, o instagram do Godllywood e as meditações no Univer, que me ajudam muito. O Godllywood hoje é muito mais do que um grupo, é um movimento. É um conjunto de princípios e valores que fazem parte da minha vida diária.

PS4. Pouco tempo depois de sair do grupo, tive outro baque: minha saúde me impedia de continuar a trabalhar e tive que entrar em licença médica. As duas coisas aconteceram quase simultaneamente, e fui obrigada a encarar o problema do qual eu queria fugir. E descobri que admitir a existência do problema era diferente de aceitar o problema. Se eu não reconhecesse que aqueles sintomas estavam ali, como iria lutar contra eles? Deus permitiu que eu “perdesse” essas duas coisas temporariamente (porque hoje continuo tendo acesso ao Godllywood, pelos meios que mencionei no PS anterior) para que eu enxergasse minha condição e minha necessidade urgente de buscá-Lo. Já pensou? Uma coisa que poderia ter sido vista como ruim acabou sendo algo que me fortaleceu mais e engatilhou uma série de mudanças importantes no meu interior. Como eu disse, o importante é a sua REAÇÃO. Escolha direito.

PS5. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.

PSDB teria quebrado o Brasil na crise

Como Aécio já escolheu seu ministro da fazenda, Armínio Fraga, e o PSDB vem trabalhando com um revisionismo histórico para confundir o raciocínio e exacerbar as emoções dos eleitores, gostaria de dar minha contribuição para clarear as coisas. Entendo que ao ver uma porção de coisas erradas que Aécio fez em seu governo (erradas mesmo, com provas, não daquele tipo que a Veja inventa) e ao ver o tipo de pessoa que ele é, muitos têm a tendência de apenas apontar os erros dele. E fica um pingue-pongue em que o eleitor, que não esteve muito atento (ou que nem era nascido) aos últimos trinta anos, não sabe muito bem em quem acreditar. Pois bem. Estamos diante de duas propostas completamente diferentes. Dois modelos de governo, duas formas diferentes de pensar. E é importante que você saiba quais são. O vídeo abaixo ilustra bem a diferença de pensamento entre PSDB e PT naquilo que mais importa nesse período de instabilidade econômica mundial. É importante que você esteja consciente disso:

http://www.youtube.com/watch?v=Ig9pE6qwzxw

 

Lula foi ridicularizado pela oposição e pela mídia por estar “na contramão do resto do mundo”. E, na contramão do resto do mundo, o  Brasil sobreviveu à crise, foi um dos primeiros a sair dela e muito mais fortalecido, como Lula já havia previsto. Na contramão do resto do mundo, servimos de exemplo para aqueles que compartilhavam da política retrógrada cultivadora de recessão conseguirem uma injeção de otimismo para, também eles, mudarem a forma de reação à crise e sair, como o Brasil saiu, de cabeça erguida. Aliás, bom conselho a ser seguido em qualquer área da vida: às vezes, fazer completamente o contrário do que se acredita ser “a única forma possível” é a melhor escolha. Quando você tem certeza do que está fazendo, pode vir qualquer “especialista” dizer o que for, a imprensa inteira pode se levantar contra, tentando tocar o terror, mas você se mantém firme, porque sabe que, no final, o resultado irá surpreender. Essa visão é algo com que me identifico.

Veja o histórico pronunciamento do Presidente Lula, no natal de 2008, explicando à nação o que era a crise e qual seria o papel decisivo da população para que o país conseguisse sair vitorioso:

http://www.youtube.com/watch?v=QNXOQNwbkc0

Mesmo com esse exemplo prático de que era possível sobreviver a uma crise mundial, o PSDB não mudou sua forma de pensar. Continua falando em recessão, continua agindo assim e continua acreditando que a melhor forma de governar o país é fazer o que eles sempre fizeram: viver na dependência do FMI e das especulações do mercado, vender estatais para empresas estrangeiras, trabalhar com arrocho salarial, recessão e endividamento. Foi o que Aécio fez em Minas. Foi o que FHC fez no Brasil. Nas mãos do PSDB, o Brasil quebrou três vezes. Teria quebrado a quarta, pois o pensamento deles era de que se o mundo inteiro está quebrando, é inevitável quebrar também. O PT tinha outra visão, e acreditava que o resto do mundo estar quebrando não queria dizer nada para o Brasil, se agíssemos de forma diferente. Estava certo.

Em meio a tantos factoides, notícias manipuladas, distorcidas ou mesmo mentirosas, em meio à disseminação premeditada do discurso maldoso para desconstruir a imagem da Dilma e do governo atual, é realmente difícil manter a sobriedade e analisar com a cabeça para escolher o que queremos para os próximos 4 anos. O primeiro ponto a se analisar para ver se o seu olhar está sendo corretamente direcionado ou não é bem simples: a quem a Veja quer eleger? Quem a Globo apóia? Infelizmente, é a mídia, e não a política, o que o Brasil tem de mais corrupto. É justamente para não ampliar seus poderes que eu costumo analisar os apoios da mídia para, a partir daí, construir o caminho para definir minhas futuras decisões. Duvido de absolutamente tudo o que ela mostra. Essa dúvida é positiva. Porque o que a imprensa corrupta mostra é para nos colocar dúvida. Se duvido dela, estou duvidando da dúvida. É o primeiro passo para encontrar a verdade.

Depois das informações desses vídeos (das quais eu me lembro, pois vivi esse tempo), eu me pergunto: para que vou tirar o PT do governo e colocar novamente o PSDB?  E se você diz: “ah, eu vou votar em branco/nulo porque não quero nem PT nem PSDB”, voto nulo ou branco não é protesto, é lavar as mãos. É ter em suas mãos a chance de evitar algo bem ruim, que afetará a sua vida, sua família, seu país, e entregar sua espada ao inimigo. Sei que não é fácil enxergar direito no meio do bombardeio de sombras que essa entidade que controla a mídia tem feito tanto nos jornais quanto nas redes sociais, mas é necessário fazer o esforço.

Não estou dizendo que o PT é perfeito ou que o governo e o país não têm o que melhorar. O que estou dizendo é que entre um projeto que já quebrou o Brasil e outro, que conseguiu melhorar as condições de vida da população, nós temos que saber nos posicionar. Não podemos perder o que conquistamos. E optar pela forma de pensar do PSDB é perder o que conquistamos. Se nas próximas eleições alguém surgir com uma proposta de mudança efetiva, que não represente um retrocesso, terei o maior prazer em analisar, mas, infelizmente, não é esse o caso do Aécio. Se a Dilma está incomodando tanto a Globo, a Veja, a Band, o Estadão e a Folha a ponto de eles fazerem campanha contrária tão escancaradamente, é só mais um motivo para que eu vote nela.

 

PS: Não achei que seria necessário declarar meu voto nessas eleições. Quem me conhece sabe que entre as opções que nos apresentaram, eu votaria na Dilma. Jamais me absteria de votar, pois quem cala é sempre conivente com o pior. Posso até errar, mas jamais por me omitir. Porém, como a fumaça de revisionismo histórico lançada pela mídia tem ampliado, achei necessário refazer esse post (eu já havia publicado o pronunciamento do Lula em 2010, mas naquela época era recente, o povo lembrava). Não acredito cegamente no governo, nem acho que o que temos já é suficiente. Precisamos avançar mais. Mas não se avança com passos para trás. Por isso, prefiro um projeto que prioriza o crescimento e a democracia. E que não agrada a Globo.

PS2: Filhote dessa mesma forma de manipulação, o embate no Rio de Janeiro entre Pezão e Marcelo Crivella é um exemplo do que se tenta fazer com a opinião pública. Na falta de argumentos que desqualifiquem Crivella, e na tentativa de desviar a atenção dos eleitores, para que não pensem na sua proximidade com Sérgio Cabral, Pezão tenta incendiar as emoções da população com ataques à Universal e ao Bispo Macedo, na esperança de conseguir tirar votos de Crivella, ressuscitando o preconceito criado pela velha mídia e que, depois de 20 anos de ataques incessantes, ainda dorme no coração de muitas pessoas. O problema é que, ao requentar notícias velhas que não vinham sendo alimentadas pela mídia, Pezão perde credibilidade e aumenta a possibilidade dos eleitores enxergarem a armação. Já na esfera federal, as acusações têm sido alimentadas diariamente, há anos. Assim, é mais fácil o eleitor embarcar na manipulação. Mas prefiro pensar que o eleitor que está vacinado contra uma, não vai cair na outra.