Durante o intervalo de uma gravação de comercial (eu estava entre os figurantes), todos os figurantes sentados na escadaria da prefeitura, olhando os pombos que iam e voltavam, e empoleiravam-se no chafariz, ouvi, diversas vezes, o comentário que dá título a este post. Claro que gritei do meu lugar “isso é mito!” E expliquei que não tinha nada a ver, mas achei que seria uma boa coisa postar algo sobre isso.

Primeiro, sempre que perguntadas: “quais doenças eles transmitem?” As pessoas não sabem responder. Às vezes inventam, outras vezes tentam explicar mais ou menos o que ouviram, mas nenhum argumento é sólido o bastante para sobreviver a meia dúzia de perguntas. Mais ou menos como aquela história imbecil de que “grávida não pode ter gato, porque pode pegar toxoplasmose”, que já fez milhares de gatos perderem suas famílias e milhares de mulheres grávidas perderem suas companhias felinas. Ignorância mata.

Li alguém chamar os pombos de “pragas urbanas” e pedir para não os alimentarmos. Praga Urbana é a desinformação, a ignorância e a alimentação e disseminação de mitos infundados. Isso, sim, é praga urbana. Se não alimentarmos os pombos eles não vão morrer, muito menos deixar de se reproduzir. Vão apenas procurar alimento em lugares sujos e contaminados e, quem sabe, acabarão, enfim, se transformando nos “ratos de asas” que o senso comum tanto quer que eles sejam.No entanto, ao alimentar os pombos, estamos impedindo que eles procurem alimento no lixo e em lugares igualmente nojentos e contaminados e, assim, fazendo com que eles mantenham-se saudáveis, fortes e cada vez mais aptos ao convívio urbano. Quanto melhores eles forem tratados, melhor será sua vida.

Não existe pombo “contagioso”…nenhum pombo mata ou transmite doença pelo simples fato de ser pombo. Assim também nenhum rato mata ou transmite doença pelo simples fato de ser um rato, ele tem de estar contaminado. Morando em esgotos e alimentando-se de fontes nojentas e contaminadas, os ratos acabam, fatalmente, se contaminando. Na verdade, o principal agente causador de contaminação, doenças, epidemias e morte nesses casos não é o pombo, nem mesmo o rato, mas quem produz o lixo e o esgoto que se transformam em fontes de contaminação, ou seja: o ser humano. E aí? Que tal não alimentá-lo mais?

Para completar, deixo aqui o seguinte texto, compilado por Mauricio e Sr Eustácio, da comunidade “Não odeie pombos”, do Orkut.

“- A “DOENÇA DO POMBO” não existe;

– A “TOXOPLASMOSE ADQUIRIDA DIRETAMENTE DO POMBO” é impossível de acontecer, já que o parasita no pombo não desenvolve o ciclo vital e reprodutivo, condição indispensável para se tornar infeccioso ao ser humano. E, além disso, sabe-se que a PRINCIPAL causa da toxoplasmose é a ingestão de verduras mal lavadas e carnes contaminadas mal passadas. Infelizmente, você não vai saber se estão ou não contaminadas, pois a aparência não modifica;

– A “SALMONELOSE” é uma bactéria encontrada até num OVO DE GALINHA, que você pode estar comendo sem saber, e, é praticamente sinônimo de comida estragada;

– A “TUBERCULOSE AVIÁRIA” difere-se da tuberculose humana e bovina. Comum a todas as aves, sua bactéria pode ser encontrada no solo, na serragem, nas ostras, nas minhocas e até no LEITE FRESCO. Embora o homem seja bastante resistente ao bacilo, suas principais fontes de contágio são a CARNE MAL COZIDA e LEITE MAL FERVIDO;

– OS “PIOLHOS DE POMBO” são ácaros encontrados também em outras aves silvestres, específico das penas, mesmo que “eventualmente” passem para as pessoas que toquem em aves infectadas, não sobrevivem mais que algumas horas, ou seja, morrem de fome!!! Faltam penas ao homem para que possam alimentar os piolhos;

– “HISTOPLASMOSE E A CRIPTOCOCOSE” são doenças transmitidas por fungos que se desenvolvem em dejetos, são originários também das fezes humanas, de outros animais, do solo orgânico e até de frutas podres. Esses fungos, não resistem ao sol e às altas temperaturas do nosso clima. As condições ideais para seu desenvolvimento são os ambientes fechados e com grande acúmulo de matéria orgânica;

– “A ORNITOSE, PSITACOSE OU CLAMIDIOSE” atinge a muitas aves e mamíferos, inclusive o homem, mas para que haja contágio é necessário um contato íntimo com a ave doente, e, felizmente até 16/11/2003, não havia feito parte de nenhuma estatística. Daí, imagino que não deva ser fácil se contaminar!!!

Para concluir devo informar que: Não há o que temer dos POMBOS, pois, geralmente, as vítimas de doenças de aves são criadores que possuem grande quantidade de aves em ambientes SUJOS, ESCUROS, SEM CONTROLE VETERINÁRIO, SEM HIGIENE, e, ainda mantêm contato freqüente com pássaros doentes. POBRES DAS AVES QUE DEPENDEM DESTES IRRESPONSÁVEIS E INCONSEQÜENTES! ELAS, SIM, SÃO AS GRANDES VÍTIMAS!

Quanto à histoplasmose, toxoplasmose e criptococose, observe as opiniões dos profissionais de saúde:

“… não existem provas de que os pombos sejam um dos transmissores…” (Referência à toxoplasmose.)

“… são produzidos por fungos que existem dispersos nanatureza…”

“… não existe nenhum caso registrado nos órgãos responsáveis…”

(Referência à histoplasmose e à criptococose.)

Dr. Paulo Bruxelas – Médico e Veterinário – Rio de Janeiro

JORNAL DO BRASIL DE 17/07/95

“… Há contudo, uma informação errônea: os pombos não são transmissores da toxoplasmose. Isso é uma crença antiga, infelizmente, ainda divulgada”. – Drª. Marilu de Noronha – Veterinária do Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaistman

JORNAL O GLOBO DE 13/ 09/01

“… Para que alguém pegue Toxoplasmose de um pombo, é preciso que essa pessoa COMA UM POMBO DOENTE MAL PASSADO, já que o microorganismo se aloja em seu tecido orgânico. Quero dizer com isso que não se pega toxoplasmose de pombo com o simples contato com o animal”. – Drª. Mariângela Freitas de Almeida e Souza – Médica veterinária – Rio de Janeiro”

Fontes:

www.inca.org.br/cancer/hab_alimentareshtml

www.ibd.com.br/arquivos/saudesagrotoxicos/agrotoxicos.htm

www.notmilk.com

www.wwiuma.org.br

COHEN, Robert. Milk – The deadly Poison.

DESIMON, Olavo. Os Grandes Crimes Contra a Humanidade.

GREGG.M.B. Psitacosis 1075-1981.Atlanta: Centres for Diesease Control, 1983

PORCHER,F.H.US Depto. Health Hum Ser Salmonella Surveillance Rep. 1974-1980

SCHANG L. Pombos Saudáveis. Ed. L. Schober, Hengesberg, W.D.

SCHWABE,C.Veterinary Medicine anda Human Health. 1964, Ed. Williams& Wilkins

TUDOR, D.C. Pigeon Health and Disease. 1991, Iowa State University Press,Ames, Iowa

Destaque para o comentário da Alice Frank, no tópico:

É IMPORTANTÍSSIMO divulgar isso!!

Quantas pessoas maltratam os pobres pombos!! Jogam pedras, matam, chutam, tudo porque são supostamente sujos, doentes, infecciosos e “porque tem muito por aí! RIDÍCULO!!

São os HUMANOS que são imbecis e limitados, pois somos nós os sujos, doentes, infecciosos e “muitos por aí”!