Dia: 18 de junho de 2009

Sítio arqueológico particular

Não bastasse o meu quarto, o quarto ao lado, o estúdio, a cozinha, o guarda-roupa, a área de serviço e a minha bolsa, descobri que tenho de tirar um tempo para organizar o meu laptop. Estava procurando uma determinada foto, me achando o cúmulo da organização, por ter separado as fotos em pastas datadas, quando me deparo com várias fotos repetidas. Muitas fotos inúteis, daquelas que a gente tira da própria cara quando mora sozinha. Eu tenho bilhões daquelas auto-fotos espalhadas por minhas pastas.

Como sofro de um grave problema psiquiátrico chamado de “lixofobia”, tenho verdadeiro horror a jogar qualquer coisa catalogável fora. Tenho de separar um tempo para me certificar de que aquela foto é realmente desnecessária, compará-la com suas irmãs gêmeas e decidir qual delas merece continuar neste mundo, representando as outras, e quais deverão ser transportadas para o buraco negro pós-lixeira, de onde é impossível retornar. No entanto, encontrei várias coisas interessantes, algumas que eu nem me lembrava de ter salvo, outras que tenho a mais absoluta certeza de jamais ter visto antes, devem ter surgido por geração espontânea.

Após seguir um caminho bem curtinho  (desktop>pessoais>vanessa>my pictures>outros>catum), encontrei a seguinte tirinha honesta do Dahmer, através da qual enfim tive a confirmação de que estava entre “os mais espertos” da turma:

dahmer

Eis a parte boa de anos e anos de desorganização: um banco de dados gigantesco, interessante e totalmente involuntário ao alcance de seu mouse. Diversão offline garantida. Se eu tiver de checar um por um dos meus arquivos, devo demorar meses nessa faxina.

Resoluções de semestre novo

Não sei quando, acho que mês passado, eu estava me distraindo fazendo Quiz no Facebook quando resolvi publicar o resultado de um deles, que era para descobrir qual a primeira impressão que as pessoas tinham de você, ou alguma coisa assim. O resultado não me surpreendeu, dizia que as pessoas me achavam divertida (ou engraçada) assim que me conheciam (claro, algumas mudam de idéia na segunda, terceira ou quarta impressão). Ao publicar o resultado, fui surpreendida por um xingamento do Alexei, amigo de longa data, que disse que discordava. Segundo ele, eu não sou engraçada, sou bastante séria. Alto lá! Não me xingue de séria! E ele riu, mostrando que o fato de eu ter ficado brava por ter sido chamada de séria provava o quão séria eu era.

Dia desses estava lendo alguns textos que estão salvos no savetheplanctons.blogspot.com, e tentando entender o porquê de eu ter feito mais amigos e conhecido mais gente legal como a Josephine do que como eu mesma. Apenas hoje, quinhentos e sessenta e cinco anos depois (eu sou meio lenta) é que percebi que meus blogs pessoais foram sempre blogs de preguiça. Nunca tive saco de fazer um blog legal, divertido, mais parecido comigo, criativo, essas coisas. Nunca dei muita bola para audiência, para número de comentários, divulgação, etc. Nunca me esforcei minimamente por um blog pop, e escrevia muito mais do que displicentemente, escrevia desorganizadamente.  Com aJosephine, Dave me enganou dizendo que voltaria a escrever, então eu tinha de manter o blog vivo, tinha de manter os leitores, o movimento. Tinha de ser pelo menos criativa na hora de escrever os posts. E eu me divertia muito. Então achei que estava fazendo uma baita sacanagem com meus leitores. Não importa que eles possam ser contados nos dedos de uma mão, não importa que eu não queira um blog pop, nem que eu não ligue para número de acessos, vou tentar fazer posts menos preguiçosamente, escrevendo aqui o que escrevo para mim e que me diverte, afinal de contas, quero o melhor para os meus leitores.

Se você não der conta de ler, não tem problema. Eu tenho necessidade de escrever, fico doente se não escrevo (é sério) e não ficarei triste se não houver comentários. Fique à vontade, como você tem estado nos últimos sete anos de leitura dos meus blogs (será que alguém que lia em 2002 ainda lê hoje?)…ou como você teria estado, caso soubesse, há sete anos, que eu existia e mantinha um blog.