Dia: 26 de agosto de 2009

Novidades

Finalmente, concluí a transferência do domínio autordesconhecido.com.br, e estou agora transferindo os posts do blog Autor Desconhecido para o site, mas o site já está no ar:

http://www.autordesconhecido.com.br

Em breve, colocarei mais dois novos sites no ar, um deles sobre escultura personalizada, em parceria com algumas amigas (uma delas nem sabe ainda…hahahaha…Flávia, depois te explico, mas você está incluída nesse projeto, viu?), e outro ainda é surpresa. 😀 Tenho de manter algum suspense, não é mesmo?

Mas é isso! Atualizem seus bookmarks (seja lá o que isso signifique):

Clique aqui para conhecer a nova casa do Autor Desconhecido.

Espero que ninguém me encha mais a paciência a respeito desse cara. Depois que transferir todo o conteúdo do blog do blogspot para o .com.br, voltarei a atualizá-lo. I promise.

Jogando fora o lixo

Já escrevi outras vezes da dificuldade que tenho de me livrar das quinquilharias que a gente ajunta em casa depois de alguns anos. Sempre acho que tudo é registro histórico. Ingressos antigos de cinema….bah, lá do Cine Leblon, lembra? De 2005, quando eu morava lá…putz, era caro pra caramba! Mas a gente ficava com preguiça de ir em outro cinema e acabava pagando, mesmo.

E os papéis? Tantos textos das minhas faculdades anteriores….coisas do jornalismo da Uniderp, da publicidade da Uniderp, de Letras da Ulbra, do jornalismo da UFMS, da Formação de Escitores da Unisinos, e mais vários papéis da Engenharia do Davison, coisas da Refap, coisas dos meus cursos livres, e ainda os trocinhos que gosto de guardar: bulas de remédio que não tomo mais, maquiagens antigas, já vencidas, mas com embalagens que não são mais fabricadas….como é que vou jogar fora algo que não se faz mais? E se eu precisar de alguma daquelas coisas? E todas aquelas caixas de papelão? Já aconteceu de eu precisar de algo justamente depois de ter jogado fora. Aí já era, tem de comprar de novo. Então você descobre que tudo pode virar objeto de arte, ou tudo pode ser usado na construção de uma peça. Vixe, pode esquecer, colega, sua casa vai virar uma filial do lixão, porque você vai achar que tem de guardar garrafa vazia, caixa vazia (você acabará enchendo todas as caixas vazias com os potes vazios que tiver guardado), pedaços de arame, pedaços de isopor…coisas que você nunca irá usar, provavelmente, mas só o fato de elas estarem ali, graciosamente entulhando o quarto extra (e, em breve, todos os outros cômodos da casa), já te dá uma segurança enorme, de que nunca te faltará lixo quando você precisar de um. Não é lindo isso?

Então decidi que nunca mais teria bagunça na minha vida. Implacável, saí à batalha, munida de sacos de lixo super reforçados, e de uma máscara contra os ácaros assassinos. A ordem era jogar fora sem dó, nem piedade. Foram para o lixo revistas, apostilas, papéis, notas de compras, pedaços de coisas que já haviam sido previamente desmontadas, potes, tampas, arames, papelão, caixas, panos, roupas velhas e puídas, coisas-guardadas-para-um-indefinido-depois, enfim, foi praticamente tudo para o lixo, exceto os desenhos, os cadernos, os livros e os pedaços de isopor (que ninguém é de ferro :-D) E as coisas inteiras, é claro, que isso não é lixo.

Dor, muita dor. Sim, eu senti dor, principalmente quando a bagunça gritava, ao ser atirada dentro do saco plástico: “NÃO, NÃO FAÇA ISSO!!!! EU SOU IMPORTANTE!!! EU SOU MUITO IMPORTANTE, VOCÊ AINDA NÃO SABE PARA QUÊ, MAS SABERÁ! EU PODEREI SER MUITO IMPORTANTE PARA VOCÊ ALGUM DIA!!! E SE VOCÊ PRECISAR DE MIM ALGUM DIA???? E SE ALGUM DIA PRECISAR DE MIIIIIIIIIIIIIINHEEEEEE?????”

Fingi que não estava ouvindo, nem vendo sua expressão de pavor e desespero. Eu tinha uma missão a cumprir, e precisaria me livrar de cada milímetro de bagunça, custasse o que custasse. Terminei minha tarefa exausta, mas certa de que havia feito a melhor escolha.  É preciso destruir os inimigos, lançá-los fora, para que não voltem a crescer em nosso meio. E se ordem é progresso, lutar contra a bagunça, contra o caos e a desordem é necessidade vital, como arrancar a erva daninha do meio da plantação. Quanto aos registros históricos…bem, é melhor, sei lá, tirar uma foto e guardar em um DVD sob o título “Arquivo de registros históricos”…ao menos enquanto eu não tiver uma casa de tamanho suficiente para abrigar um museu próprio. Se bem que aí você resolve ter filhos, e depois você morre e a primeira coisa que seus pimpolhos fazem é recolher as “tranqueiras que a mamãe deixou”, jogar 70% fora e distribuir os outros 30% entre os parentes e amigos. E dê graças a Deus de não poder ver isso, pois você não terá mais cabelos para arrancar (não me consta a existência de “cabelos espirituais” no além). E se você não tiver filhos, dá na mesma, sempre vai ter uma criatura para desprezar o museu que você tão carinhosamente cultivou….criaturas insensíveis que não conseguem enxergar o valor de uma tampinha de garrafa daquele Sendas Limão que você gostava tanto de tomar quando morava no Rio de Janeiro.

Estou consciente de que a primeira batalha foi vencida, mas sei que meus inimigos continuam à espreita, e que em breve terei de acabar com o remanescente: potes de creme bastante avançados em idade, mas que continuam semi-cheios e que, por isso, conseguiram visto de permanência. Não tenho coragem de jogar fora coisas que não foram terminadas. Mas se já estão há tanto tempo entulhando os armários da casa, por que raios ainda acredito que um dia terminarão de ser usadas?

Isso porque eu tenho apenas pouco mais de cinco anos de casada….imagino o que aconteceria se continuasse nesse ritmo, ao completar as bodas de prata?  … Melhor nem imaginar. Não haveria armário suficiente no mundo para comportar tanta tralha.