Algumas coisas eu realmente não sei explicar. Sou muito exigente com textos, principalmente de humor. Não acho graça de qualquer coisa e tenho um pouco de fama de chata por isso. De humor sarcástico, muito pouco compreendida, posso contar nos dedos as coisas que realmente me fizeram rir. E todas tinham muita qualidade. No entanto, as anomalias existem, não podemos negar. Eu me derreto por construções simples, que transpareçam uma criatividade livre…algo mais ou menos como: pessoa totalmente sem noção cria um negócio despretensioso com menos noção ainda.

Por algum motivo ainda desconhecido, o Bolinho de Arroz me parece ter uma riqueza extraordinária em sua simplicidade. Algo feito unicamente para divertir. Uma leveza infantil que ultrapassa o traço torto, as vozes desafinadas e a música monocórdica. O Bolinho de Arroz, com sua expressão idiota e suas perninhas brotando me remete a uma infância tão rica de criatividade, sem compromisso com o real, mas sem a chatice do nonsense “cult” adulto. O único efeito colateral é a musiquinha glue-music, que não desgruda mais da cabeça por uma semana (ou mais). Mas não dá para ouvir sem música. O grande barato do Bolinho de Arroz é o conjunto da obra.



PS: Era para ser apenas uma nota e o vídeo. Não acredito que acabei escrevendo uma resenha do Bolinho de Arroz…hahahahaha…

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