Dia: 18 de abril de 2014

Para mulheres e para quem convive com mulheres

diaMEssa foto não é de hoje, porque hoje estou com uma baita sinusite, com carinha imprópria para as fotos (os gaúchos diriam que foi porque saí no frio com o cabelo molhado…aliás, diriam, não, dizem! Tenho um gaúcho em casa me dizendo isso, e já estou acreditando…rs). Veja como são as coisas…não coloquei essa foto no Instagram quando tirei porque achei que tinha ficado meio esquisita. Mas sob a perspectiva do que eu vi no espelho hoje, ela ficou muito bonita, aí resolvi colocar no blog…rs… Tudo é mesmo uma questão de perspectiva.

Sabe quando sua cabeça parece pesar mais do que você e seus olhos ficam apertados como se você estivesse com sono, ainda que não esteja? Pois é, assim estou eu, mas me cuidando para poder estar amanhã 10h no Parque da Juventude (se você não sabe o que vou fazer lá amanhã, entra no site do “Dia Universal da Mulher” para ver do que se trata. Aproveita e procura o endereço de onde vai ser o evento na sua cidade, porque eu vou falar dele depois e você vai ficar triste por não ter ido…rs). Finalmente fazem um evento legal aqui na Zona Norte e eu não vou poder ir? Vou, sim! Nem que seja com cara de sinusite…rsrs…

O “Dia Universal da Mulher” se trata (olha aí, eu disse que não ia falar, mas acabo sempre falando!) de um movimento pela valorização da mulher. Mas não aquelas coisas feministas de sair na rua com cartazes e gritando palavras de ordem, porque isso não resolve o que realmente importa. Assistindo aos vídeos e vendo os depoimentos das mulheres, percebi que me identificava com a maioria. Eu já passei por quase tudo o que elas falam, em maior ou menor grau, exceto abuso físico. Cobranças, insegurança, desvalorização… Só quem venceu essas coisas sabe o quanto não foi fácil. Mas também sabe que é possível. São lutas que travamos contra nós mesmas todos os dias e nos tornamos pessoas mais fortes e melhores ao vencê-las. Mas nem todas vencem. E meu interesse, além do meu próprio crescimento, é claro, é poder ajudar outras mulheres a vencer. Por isso eu não perco esse evento de jeito nenhum.

Estava olhando o site e encontrei esse texto da Cristiane, que faço questão de colocar aqui, esperando que ele tenha em você o mesmo efeito que teve em mim. Em cada linha, eu via uma mulher. Eu via todas as mulheres. Fiz uma viagem ao meu passado, à minha história, à história de minhas amigas, à história das mulheres que conheço e que já conheci. Fiz uma viagem à história de tantas mulheres que não conheci pessoalmente, mas sobre as quais já li…biografias que nos fazem ficar com raiva lá na metade porque elas fizeram escolhas erradas, porque elas não se enxergavam, porque elas não faziam a menor ideia de seu próprio valor.

Elas…

Cristiane Cardoso.

Elas se entregam para qualquer um que lhes dê “amor”

Elas aceitam abuso emocional, físico e verbal por “amor”. E as que não aceitam, não conseguem sair dessa situação devido aos filhos, às condições financeiras ou até mesmo às ameaças de morte.

Elas morrem na cama de cirurgia por causa da pressão que existe para serem perfeitas e terem um corpo escultural.

Jovens com anorexia porque querem ser como as celebridades e modelos que o mundo dita ser O REFERENCIAL para a mulher.

Elas são trocadas por mulheres mais jovens e bonitas.

Elas são descartáveis para muitos homens.

Elas cresceram na carreira, mas ficaram sós e não conseguem ser felizes.

Elas foram abusadas quando criança ou jovem, e carregam essa marca para a vida adulta.

Elas se acham superiores aos homens, mas inferiores as outras mulheres.

Elas são impulsivas e precisam comprar roupas e sapatos para se sentirem melhor consigo mesmas.

Elas dependem da opinião alheia

Elas são escravas do que a moda diz.

Elas se vestem de forma sexy para chamar atenção e ter um pouquinho de “valor”, mesmo que seja à custa do próprio corpo.

Elas se vendem na prostituição.

Elas se vendem na pornografia.

Elas não sabem ser mães porque não tiveram uma mãe presente.

Elas não respeitam os homens porque a figura deles em suas vidas foi distorcida através do abuso.

Elas pensam que merecem a vida infeliz que têm.

Elas são escravas de suas emoções.

Elas se odeiam e por isso não conseguem amar.

Elas acham que a mulher virtuosa é uma ficção porque, na verdade, não conseguem ver a própria capacidade.

Elas abusam de substâncias como o álcool, as drogas ou os medicamentos psicotrópicos para estarem insensíveis à realidade.

Sobre Romances

romances

Por causa do trabalho, que me exige outras leituras, não tenho lido romances recentemente. E quando leio, não gosto o suficiente para fazer uma resenha positiva, nem odeio o suficiente para entrar no “livros que não são o que parecem”. São aqueles livros que vivem no limbo. Nem são ruins, nem são exatamente bons.

Mas como encontrar um romance legal? Bem, como nem sempre tenho tempo de fazer mil comparações de resenhas (e…bem, vocês sabem que os critérios do pessoal que faz resenha lá fora são diferentes dos nossos, então eu tenho que ficar analisando as resenhas…), geralmente entro em uma livraria, leio a contracapa, as orelhas do livro, a introdução e as primeiras vinte páginas. Se me interessar, talvez eu leia alguma página do meio. Se parecer legal, dou uma espiada no final para ver se alguém morre…hahaha… (digamos que Nicholas Sparks me deixou traumatizada e não quero repetir a experiência). Se bem que não vou deixar de ler um livro bom só porque o autor resolveu fazer uma chacina no final, tenho que pesar as outras impressões.

Basicamente, gosto de livros como – e eu uso sempre esse exemplo ao falar de romance porque, para mim, é O exemplo – “Amor de Redenção”. Quando terminei de ler a última página deste livro, eu não estava chorando. Eu estava pensando em tudo o que tinha lido. Fiquei pensando nele vários dias e tentando analisar a história, pensando nos personagens… É realmente uma marca profunda a se deixar em um leitor. É isso o que eu procuro em um bom livro. Claro – e alguém vai falar – ah, mas existem livros que são só entretenimento. Claro que sim. Mas porque é entretenimento tem de ser meramente emocional? Eu optaria por um livro de suspense, de ficção científica ou policial. Prefiro exercitar meu cérebro – e não meu coração – ao ler um livro. Para exercitar meu coração, eu ando na esteira.  Mas cada um sabe o que faz com seu tempo.

Posso elencar três exemplos do que devemos evitar (se encontrar isso em um livro, fuja para as montanhas):

1 – Caso você procure resenhas de um determinado livro e constate que 98% dos leitores dizem algo como “chorei convulsivamente” ou “derramei lágrimas do início ao fim, esse não é um livro que mereça o seu tempo. Você vai alimentar a sua emoção e possivelmente vai chorar também. Não que um bom texto não possa emocionar, mas se isso for tudo o que as pessoas tiverem para dizer do livro, a probabilidade de que seja bom é muito pequena.

2 – A moça é casada e se apaixona instantaneamente por outro homem, e o autor jura que o amor é verdadeiro (oi, Nicholas Sparks). Mentira. Eu não perco meu tempo com histórias de amores que surgem do nada. Amor não brota da noite para o dia feito feijão mágico. Quer condicionar seu cérebro a uma forma errada de ver as coisas?

3 – O livro é todo sobre pornografia, satanismo, bruxaria ou anjos. Ok, não vamos fazer uma inquisição e achar que todo livro que tem uma ou outra eventual cena de sexo ou  algum pano de fundo de seres mitológicos (como vampiros, zumbis, faunos e outras criaturas mitológicas) são do mal. O problema é com livros que falam excessivamente sobre sexo (ou sobre relacionamentos baseados em sexo, tipo 50 tons de cinza) ou que usam a história como desculpa para falar de forma distorcida sobre coisas que existem (como satanismo, bruxaria, anjos, demônios e Deus). Tudo o que distorce coisas que são importantes para você não deveria ocupar o seu tempo.

 

Por falar nesse último item, dia desses li um estudo que mostrava que ao ler ficção, o cérebro responde como se estivesse vivenciando aquela história. Sério, o cérebro entende que você está vivendo aquelas coisas. Como isso pode não moldar o comportamento das pessoas? Isso me lembra algo que li sobre como a literatura e o cinema distorceram a forma do ocidente entender o amor…a ficção é muito mais poderosa do que se imagina para moldar a forma da sociedade enxergar o mundo.

(A propósito, eis a resposta a quem lê minha resenha do filme Noé e, indignado porque queria assistir ao filme sem peso na consciência, diz que “é só um filme”. Profunda ignorância a respeito da influência do entretenimento ao moldar o comportamento e a forma de entender a sociedade e – no caso – Deus e a história bíblica.)

E eu gostaria de pedir a vocês algumas sugestões de romances que vocês tenham visto por aí e queiram que eu leia para resenhar (ai, que medo de pedir isso…hahaha). Lembrando que considero romance qualquer narrativa de ficção com mais de 100 páginas, não precisa necessariamente falar de amor (o nome “romance” não tem a ver com amor, mas com o período histórico em que esse gênero literário se popularizou, o “Romantismo”).

Podemos entender melhor nossa sociedade por meio da literatura de ficção que ela produz. Como pensamos, o que fazemos, o que esperam que façamos. Então talvez eu comece a resenhar mesmo os livros que estão no limbo, para fazer essa análise de como nossa sociedade pensa. Vou ser execrada por alguns…rs. Mas fica a critério de vocês, pode ser uma boa forma de entender como ler o mundo.

 

*A imagem é meramente ilustrativa, tá?

Vanessa Lampert

Quer ler todas as resenhas? Clique aqui.

 

PS: Mesmo os livros que eu já li, gosto de reler antes de resenhar. É que eu leio diferente quando leio para resenhar…rs.  Só que desde o ano passado eu entrei em um período em que preciso ler coisas mais técnicas e que se relacionem com o trabalho. Mais ou menos o que a Patricia falou sobre José esta semana.

PS2: Antes que alguém pergunte, tenho conversado com duas amigas (que vocês conhecem) a respeito da gente começar a produzir romances saudáveis, com a nossa forma de enxergar as coisas. Amor em Ruínas, da Cristiane, vai sair já com essa visão, e mais projetos virão no futuro. :-D

*Post originalmente publicado no blog da Cristiane Cardoso. Clique aqui para ler a postagem original.