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A ideia era fazer um mundo perfeito, sem morte, sem sofrimento de espécie alguma. O homem foi criado para administrar o restante da criação de Deus, ele seria um representante de Deus aqui na Terra. A terra daria tudo de que o homem necessitasse, não haveria corrida desenfreada pelo poder, não haveria ganância, nem maldade, nem miséria. Tudo estava em perfeita ordem e a ideia era que o desenvolvimento da Terra e da Humanidade se desse nessa mesma perfeição.

Gosto de como o bispo Marcelo Crivella escreveu a respeito em seu livro “O verdadeiro significado da cruz”, olha só:

“Era o sonho do paraíso, onde Deus viria ao pôr-do-sol, dia após dia, para ensinar à Sua criatura todo o conhecimento (…) Deus fez o homem segundo a Sua imagem e semelhança, e com o potencial para um dia ser como Ele mesmo, conforme está escrito: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.” (Salmos 82.6) (…) Você se imaginaria sendo capaz de compreender toda a Ciência, e sendo tão perfeito que jamais usaria o seu poder para fazer o mal? Tendo pleno conhecimento de todas as coisas e o perfeito amor? Parece impossível, mas eu lhe digo: Este é o objetivo final de Deus!”

Pois é, o “problema” é que para que o homem pudesse ter a imagem e semelhança de Deus, ele tinha que ter liberdade para escolher obedecê-Lo, pois Deus é livre e jamais obrigaria alguém a segui-Lo, ou teria um exército de robôs. E, infelizmente, a liberdade para escolher o bem tem como efeito colateral a liberdade para escolher o mal.

Para que o homem pudesse ter a oportunidade de mostrar sua fidelidade a Deus e manter a escolha certa, Deus colocou uma árvore no meio de muitas outras no jardim. Aquela era a única em que o homem não poderia tocar, era a árvore do conhecimento do bem e do mal, que pertencia a Deus. Se Deus não tivesse colocado aquela árvore ali, como o homem poderia ter a oportunidade de fazer sua escolha e se manter fiel?

No entanto, o mal já existia no mundo. Existia, mas não tinha poder algum sobre a Terra, já que toda autoridade tinha sido dada ao homem. O homem era o príncipe deste mundo.

Então, o mal se aproximou da mulher com uma conversinha esfarrapada:

“É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. – Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que nos dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Abriram-se, então, os olhos de ambos; e percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.” (Gênesis 3.1-7)

Nesse momento o homem fez a sua escolha. A infidelidade fez com que ele fosse imediatamente separado de Deus. A obediência a Deus o fazia servo de Deus; servo de um senhor bom, misericordioso e amigo. A obediência ao diabo o tornou servo do diabo. Servo de um senhor mau, perverso e canalha. Ao obedecer ao diabo, o homem entregou a ele o domínio deste mundo. A maldição que caiu sobre o homem, a mulher e a natureza não foi um castigo Divino, foi simplesmente a consequência da escolha estúpida que fizeram. Ao obedecer ao diabo, entregaram-se ao diabo, assim como entregaram tudo aquilo que tinha sido confiado às suas mãos.

Deus não é condescendente com o mal. Desde o começo está bem claro que só há dois caminhos. Deus é o bem, a justiça e a santidade. Por conta disso, Ele não poderia se relacionar com seres injustos. Quando desobedeceu a Deus o homem morreu, como Deus disse que aconteceria. Não morreu fisicamente, mas morreu espiritualmente. Quem está separado de Deus, está morto. Para que voltasse a ser puro diante de Deus, era necessário que alguém puro o substituísse nessa morte.

Então, o inimigo tomou a terra e Deus teve que criar um plano para trazer as coisas de volta à programação original…