Durante o Jejum de Jesus, tivemos a magnífica ideia de fazer um desafio para o grupo Guerreiros da Escrita. Cada um deveria escrever um post por dia em seus blogs e postar no grupo. Eu, como todo bom líder deve fazer, fui a primeira a aceitar o desafio. E resolvi andar mais uma milha: ainda escreveria uma mensagem por dia, exclusivamente para o grupo, com um texto bíblico que tivesse algo a ver com o que estávamos fazendo.

Tudo muito lindo se não fosse um problema: eu não tinha tempo para absolutamente nada além das coisas que eu já estava fazendo. Não só porque tenho bastante trabalho, mas também porque eu trabalho com leitura e escrita, então cansa a cabeça…quando chega no final do dia, é bem complicado escrever qualquer coisa. E não, eu não havia escrito previamente…rs.

Mas ok, valeria a pena. Eu precisava ver qual era o espírito daquelas pessoas e precisava ver também como elas estavam escrevendo. O primeiro passo para aprimorar a escrita é escrever diariamente, não tem jeito. Quanto mais você escreve, melhor consegue escrever.

Então, lancei o desafio, toda feliz. Para a minha surpresa, fui solenemente ignorada…hahaha… Lá estava eu, matando preciosas horas de sono para conseguir escrever uma mensagem especialmente inspirada e um post por dia e… nenhum retorno. É nessas horas que você prova a sua fé. Eu sabia que o desafio era algo que iria fazer a diferença, então preferi não dar bola para o que eu estava vendo (ou melhor, para o que eu não estava vendo) e seguir na certeza. Muitas vezes você vai ter de fazer coisas que aparentemente ninguém está vendo, sem esperar retorno algum, só confiando naquilo que você determinou que aconteceria. Aparecia para mim uma lista de pessoas que visualizavam as mensagens. Algumas até curtiam. Outras, comentavam os posts. Mas nada de alguém aceitar. Foram poucos dias em que me desafiei sozinha (rs) mas pareceram uma eternidade. Em vez de desistir, fiquei revoltada e decidi que me recusaria a duvidar.

Então, apareceu um. E depois, outro. E outro. E mais outro. Logo já tínhamos quase uma dúzia de participantes. O desafio foi maravilhoso! Percebi alguns textos tímidos no início, mas o pessoal tinha boa capacidade de argumentação e fiquei bastante animada. Com o passar dos dias, os textos foram melhorando e eu tenho visto o interesse e a vontade de se desenvolver. Eu faço questão de ler todos e anotar mentalmente os pontos fortes e fracos de cada um, pois isso será trabalhado nas próximas etapas. O resultado é que adotei todo mundo…rs. Então, além de tudo o que eu já fazia antes e o que eu estava fazendo para o desafio, peguei meus livros e artigos técnicos sobre escrita para estudar uma forma de passar aquele conteúdo de uma maneira prática na segunda etapa do desafio.

O que mais me chamou atenção – e que me motivou a fazer mais por eles – foi ver o empenho daqueles que abraçaram o desafio. Se já não era fácil para mim, era muito menos fácil para eles, que não tinham a prática que eu tinha com a escrita. Mas eles foram realmente guerreiros. Só o fato de aceitarem, publicarem posts e darem a cara para bater, assumindo o desafio, já é um ato de bravura. Alguns não conseguiram fazer todos os dias, mas fizeram o máximo que puderam, outros escreviam dois ou três por dia para compensar o que perderam, e alguns se mantinham escrevendo mesmo quando não tinham inspiração, quando estavam cansados ou quando não queriam escrever – o que sempre rendia bons posts. 🙂

E eu consegui entender melhor a Deus. Sério. Assim como eu fiz, Ele também faz um convite ao desafio. O convite é feito a todos, mas só alguns aceitam. São esses os que se fazem escolhidos. Esses poucos escolhidos se esforçam para obedecer, para fazer o que precisam fazer mesmo quando não estão sentindo vontade. E Deus olha para esses poucos escolhidos com o mesmo amor com que eu olho para esses meus poucos escolhidos. Ao ver a entrega deles, o esforço e a vontade de se aprimorar para ser mais útil no Reino de Deus, minha reação é querer fazer mais, me doar mais por eles, sem olhar para o cansaço, para as dificuldades ou qualquer outra coisa. Ainda que no início eu tenha tido que sacrificar sozinha, a partir do momento em que outros sacrificaram também, eu passei a reagir ao sacrifício deles. Se eles estão dando o seu tudo, não é justo eu não dar o meu tudo. E é assim com Deus, também. Ele sacrificou primeiro, mas a partir do momento em que sacrificamos também, nos entregando a Ele, Ele passa a reagir ao nosso sacrifício. E a reação dEle é diretamente proporcional à nossa entrega.