Mês: novembro 2014

Limites e limitações

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Limites são linhas estabelecidas para nos proteger de nós mesmos, dos outros ou de alguma situação (boa definição que peguei quinta-feira, da palestra do casal CrisRenato). Já limitações são situações que existem para nos impedir de chegar a algum lugar. É importante saber diferenciar esses dois, pois confundir traz sempre péssimos resultados.

Se respeitarmos os limites, eles nos ajudarão a progredir e avançar. Se nos curvarmos às limitações, elas nos aprisionarão. Na ânsia de provar que é livre, muita gente desrespeita os limites por vê-los como limitações. E, na vontade de ser correto, há quem aceite limitações, pensando que, assim, conseguirá crescer com segurança.

Se desrespeitarmos limites, jamais seremos livres, mas, sim, escravos de nossas vontades e impulsos. Respeitar limites exige esforço consciente, autocontrole e sacrifício. Isso nos faz mais fortes e nos ajuda a crescer. Se aceitarmos as limitações, jamais nos desenvolveremos. Limitações nos fazem escravos de nossos medos e angústias. Aceitá-las não exige nenhum autocontrole, é só se render ao medo.

Como diferenciar um limite de uma limitação? Limites não causam medo, não nos dão vontade de correr para um lugar seguro. Eles desafiam nossas emoções e exigem que liguemos nosso autocontrole. O limite de velocidade em uma rodovia não causa medo, ele apenas exige de você o máximo de seu autocontrole para não meter o pé no acelerador e sair voando feito um urubu desgovernado. Meu marido estabeleceu um limite para mim em nosso relacionamento logo no namoro. Estávamos no carro e, durante uma discussão, eu fiquei quieta e olhei para fora do carro. Era um hábito que eu tinha. Quando percebia que a conversa não estava evoluindo, simplesmente parava de falar. Ele, então, parou o carro e, calmamente, me disse:

 – Olha, eu não suporto gente emburrada. Grita comigo, briga, mas fala alguma coisa. Se for ficar emburrada, me avisa agora, que a gente termina tudo agora mesmo. Eu não vou casar com você e passar por isso todas as vezes em que a gente discutir.

Eu não tinha percebido que aquilo era um problema. Claro que, depois disso, nunca mais fiquei emburrada…rs. Era algo que eu havia feito minha vida toda, que tinha visto minha mãe fazer, meu avô fazer…mas consegui me controlar. E consigo até hoje. 🙂

Isso era um limite, porque desafiou minhas emoções e minha vontade de me fechar na minha concha silenciosa e obrigou meu autocontrole a dar o seu melhor para que eu conseguisse respeitar aquela linha.

Uma limitação causa medo, dúvida e tenta obrigar você a se enquadrar em uma caixinha limitante. Achar que não gosta de ler, por exemplo, é uma limitação, porque pegar um livro causa em você uma angústia, uma sensação de que não vai conseguir ler até o final que, você não sabe, mas é nada mais nada menos do que um medo de não conseguir e se deparar com aquela sensação horrorosa de incapacidade. Para vencer isso, é necessário usar seu autocontrole para crer que você vai, sim, conseguir. Lutar contra sua resistência e contra a sua dificuldade, para ultrapassar aquela barreira e conseguir superar.

Tanto respeitar os limites quanto ultrapassar as limitações trazem o mesmo resultado: crescimento e segurança.

Depois da meia-noite

Ontem, quando cheguei em casa, ainda tinha uma lista de coisas a fazer, mas depois de ter aula de manhã até o período da noite, percebi que não conseguiria me manter acordada. Não era só sono, estava realmente exausta e me sentindo mal. Foram vários dias indo dormir de madrugada e acordando cedo, e, no meu planeta, se Vanessas dormem depois da meia-noite por mais de três dias seguidos, elas viram abóbora. No meu caso, eu já tinha virado doce de abóbora. Aí, usei a cabeça.

Ok, eu tinha um bilhão de coisas a fazer, e se ficasse acordada, faria, mas não conseguiria ter atenção suficiente para um resultado de qualidade e, no dia seguinte, estaria operando abaixo da minha capacidade habitual. A outra opção era ir dormir àquela hora (22h) e permitir que meu corpo e- principalmente – minha mente se recuperassem. Assim, eu teria energia e atenção para fazer alguma coisa no dia seguinte e estaria forte para segunda.

Optei por ir dormir e acabei descobrindo que foi uma excelente escolha, pois eu estava pior do que pensava.

Racionalmente, tirei parte do domingo para descansar minha cabeça (o curso desta semana foi muito bom, mas graças a Deus que acabou, pois não seria muito saudável manter esse ritmo todos os dias com a rotina que tenho).

À tarde, fomos ao Templo e aproveitei o tempo pré-reunião para meditar e escrever o post de ontem (este), o de hoje e mais algumas coisinhas que eu precisaria ainda para hoje. A ideia era ter tudo pronto e, ao chegar em casa, só digitar e enviar. Talvez conseguisse ainda lavar alguma louça (depois de 3 dias sem água. Obrigada, Alckmin) e dormir antes da meia-noite.

Às vezes precisamos parar e avaliar qual é a maneira mais inteligente de lidar com um pepino que brotou do nada no meio da sua vida. No meu caso, passar mal por dormir tarde não estava na programação que fiz semana passada (embora eu já pudesse ter imaginado que isso aconteceria).

Não vou me limitar, ficando com medo de dormir depois da meia-noite sempre, com receio de passar mal (evitando ir a uma vigília, por exemplo, ou desmarcando algum voo importante), mas vou gerenciar melhor meu tempo nos dias regulares para não ir dormir tarde quando não houver extrema necessidade. Digamos que eu tenha uma cota reduzidíssima de acordada-depois-da-meia-noite e tenha que economizar ao máximo, consumindo com moderação. Não admito viver com medo ou limitada, mas não posso desrespeitar limites. Então, temos que saber diferenciar limites de limitações e lidar com os dois como eles exigem. Mas isso é assunto para o próximo post… 🙂