Mês: julho 2015

De onde vêm as ideias? Parte 3

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Lembra que eu disse no post anterior que nosso cérebro é burro e puxa-saco? Ele só quer nos agradar, fazendo com que aquilo que acreditamos venha a acontecer. Diga “esse problema não tem solução” e seu cérebro fará de tudo para esconder todas as soluções que o problema possa ter. Diga “é o único jeito” e você não conseguirá enxergar outra saída.

Podemos usar essa característica a nosso favor ao escolher, conscientemente, aquilo em que iremos acreditar. Quando entendemos que viemos com o aplicativo de criatividade e que só precisamos ativá-lo e exercitá-lo, tudo fica mais fácil. A única coisa que você precisa saber depois disso é o tipo de pensamento necessário para exercitar a criatividade.

Imagine uma criança de quatro anos. Como ela pensa? Se perguntar a ela a explicação de um determinado mistério ou pedir que lhe descreva uma imagem incompreensível, ela virá com vinte hipóteses diferentes, desde as mais plausíveis até as mais improváveis. Para ela, nada é impossível e todas as explicações valem ser investigadas.

A maioria das pessoas suprime essa capacidade com o passar dos anos e acaba se prendendo a uma linha limitada de pensamento. Outros, como artistas, escritores (oi, eu) e profissionais criativos em geral, continuam a manter um link com a infância para conseguir que esse pensamento divergente os leve a diferentes formas de ver o mundo.

Porém, você não precisa ter alguma profissão que exija criatividade para manter esse link com a infância, porque todos nós precisamos de criatividade. A vida exige criatividade, ideias, flexibilidade, inovação, liberdade.

As ideias vêm de uma mente desbloqueada. Uma mente sem fronteiras, sem impossibilidades. Uma mente capaz de ter certeza daquilo que espera, daquilo que não vê, ainda que seja contra tudo o que seus olhos veem. Uma mente capaz de imaginar o que mentes limitadas dizem ser impossível. Perdi a conta das vezes que ouvi que estava acreditando em algo impossível. Perdi a conta das vezes que ouvi que não daria certo, que não tinha como fazer tal coisa, que eu queria cruzar uma linha intransponível ou, mesmo, inexistente. Perdi a conta de quantas vezes ignorei esses comentários. Quando eu era mais nova, eles me causavam medo. Com o tempo, passaram a me causar revolta. E quanto menos acreditam em mim, mais eu me aproximo do que me motiva. Mais eu quero fazer algo por quem realmente vale o esforço.

Se não vivermos para cruzar linhas inexistentes e transpor o intransponível, qual é o objetivo disso tudo? Se eu não acreditar em algo muito maior do que eu, para que todo o esforço? E se eu digo que estou servindo a Deus, mas bloqueio meus pensamentos ao primeiro sinal de “impossível”, que tipo de serviço estou prestando? As vozes que traçam linhas e constroem muros e trilhos sempre irão gritar “impossível!”. Se tem interesse em criar algo realmente inovador, não espere o apoio de uma multidão. Espere críticas.

Não há lugar seguro. Não há ambiente controlado. Não há fórmulas. É uma questão de se jogar, como uma criança pequena, em um mundo onde a imaginação pode abrir as trilhas e encontrar saídas. Um mundo onde as coisas que você achava que sabia de repente tomam outro significado. Um mundo onde uma pergunta pode ter várias respostas ou levar a novas perguntas. Um mundo de infinitas ramificações. Assustador, sim, mas não se você souber que não está sozinho.

Rodar seus pensamentos com o sistema operacional multidimensional que as crianças usam é uma escolha que só você pode fazer por si mesmo. É uma escolha da qual nunca me arrependi e que pode me fazer parecer estranha e de difícil categorização para quem me conhece, mas tem me trazido excelentes resultados.

De onde vêm as ideias – Parte 1

De onde vêm as ideias – Parte 2

De onde vêm as ideias – Parte 3

De onde vêm as ideias? Parte 2 –

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Continuando o assunto do post anterior

Todos viemos, de fábrica, com o aplicativo de criação. Por que, então, tanta gente acha que não tem criatividade e enfrenta dificuldades para ter ideias diferentes? Você quer crescer, quer mudar de área ou desenvolver algo inovador dentro da sua área de atuação. Porém, quanto mais pensa, mais parece que não tem como sair do lugar. Quando se depara com um problema, não consegue enxergar uma solução.

Nosso cérebro é burro e puxa-saco. Ele só quer nos agradar, fazendo com que aquilo que acreditamos venha a acontecer. Por isso, é importantíssimo que você esteja consciente das crenças que tem a seu respeito. Crenças são ideias que formulamos a nosso respeito, geralmente desde a infância e, muitas vezes, distorcidas. Em relação ao potencial criativo, é comum que a pessoa cultive a crença de que não é criativa, de que não tem muitas ideias ou de que não é inteligente.

Isso faz com que seu cérebro bloqueie qualquer tentativa de pensamento criativo. Muitos trazem essas crenças por alguma bobagem que ouviram dos pais ou mesmo de professores despreparados. No fundo, no fundo, você sabe que é inteligente. Mas essa abobrinha pré-histórica que ouviu coloca aquela pulguinha atrás da sua orelha… E você tem medo de assumir sua inteligência e ser rotulado como arrogante ou – pior – como uma fraude.

Por isso, você se boicota. A insegurança faz com que sua mente não se permita pensar fora dos limites traçados pelos outros. Você anda na linha pontilhada que outros já estabeleceram; pesquisar para entender novos caminhos, tentar imaginar outras estratégias, é um passo arriscado demais aos seus olhos. As razões são inúmeras. Medo de ser rejeitado, medo de ser criticado, medo de ser ridicularizado, medo de errar…medo, medo, medo…

Será que você tem bloqueado sua mente por medo? Tem refreado seus passos com medo do que os outros vão pensar? Tem medo de assumir aquilo em que acredita, de dar um passo decisivo ou de se permitir pensar fora da caixinha de fósforo? No próximo post vamos falar mais sobre o pensamento criativo e sobre o que podemos aprender com as estratégias mais básicas de criação. Espero ajudá-lo a abrir a porta da masmorra e libertar sua matriz de ideias com os milhões de ovinhos de ideias que ela certamente já botou por lá.

De onde vêm as ideias – Parte 1

De onde vêm as ideias – Parte 2

De onde vêm as ideias – Parte 3