O objetivo do religioso é ser visto pelos outros, glorificado pelos homens. O religioso tem a visão tão terrena, tão carnal que sequer considera que Deus realmente existe e que é a Ele que devemos agradar. Na teoria, ele sabe disso. Porém, na prática, só consegue ver as pessoas. Ele espera louvor dos outros, faz suas orações para aparecer, julga, condena, fala mal dos outros e tem maus olhos. Acha que para ser santo basta parecer santo. Busca as coisas deste mundo e se esquece do que realmente importa.

No entanto, o Senhor Jesus abre a porta estreita e nos mostra que, por mais que pareça difícil, vale a pena encarar esse caminho de parceria com Ele e enxergar a vida e o mundo com esses olhos espirituais. A mudança que Ele pede de nós é total e de dentro para fora, para que sejamos luz para este mundo. No Sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7 — pega lá sua Bíblia), ao mesmo tempo em que Ele diz que não devemos ser como os fariseus, que faziam de tudo para serem vistos pelos homens, também nos diz que somos a luz do mundo e que nossa luz deveria brilhar para que os homens vissem nossas boas obras.

 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5.16)

 E, no capítulo seguinte:

Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. (…)E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. (…) Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam.” (Leia Mateus 6.1-18)

Parece contraditório, mas não é. Os fariseus tinham como objetivo serem vistos pelos homens, para serem glorificados. O objetivo interior e íntimo deles era que os outros os achassem o máximo. Porém, o filho de Deus faz as coisas com o objetivo de que as coisas que faz sejam vistas, para que as pessoas glorifiquem a Deus. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” É nossa luz que brilha. São nossas obras que são vistas. Mas é Deus que é glorificado, porque é nEle que está nosso foco.

 Em alguns casos, a diferença é clara: o jejum feito com cara de sofrimento versus o jejum feito de modo que apenas Deus saiba. Em outros casos, para quem olha de fora, o resultado parece o mesmo: a pessoa faz coisas legais e é vista por todos. Todos admiram o que ela fez. A diferença, porém, está dentro da pessoa. Só Deus sabe. É entre ela e Deus. O ponto chave está nas palavras: “com o fim de” e “para que”. O que realmente importa é: com qual finalidade você faz as coisas que faz? Para que você tem agido dessa maneira?

Não adianta se esconder para não ser visto, com medo de ser mal interpretado. Não adianta a pessoa querer simular uma humildade que não possui (ou mostrar a que possui). Se eu tentar agir de modo a parecer que sou de Deus só para que os outros achem que sou de Deus, estou fazendo exatamente o contrário do que Ele mandou fazer. Conheci uma mulher que não se sentava nos primeiros bancos porque achava que os outros iam achar que ela era um fariseu que amava os primeiros lugares da sinagoga e queria aparecer…

Ela não percebia que só o fato de ela sentar mais para o fundo para que os outros a vissem e pensassem alguma coisa já era espiritualmente terrível. Antes sentasse no primeiro banco com o fim de ficar mais perto do Altar e prestar mais atenção à Palavra de Deus. Se a sua motivação for correta, errado está quem pensar mal de você, quer você esteja sentado mais para o fundo, quer esteja sentado mais para a frente. Problema dessa pessoa com o seu Senhor. Eles que se entendam. Sua obrigação é fazer o que é certo, entre você e Deus.

E ainda há quem não queira se destacar naquilo que faz para não parecer orgulhoso e arrogante. E acaba sendo omisso em seu propósito de vida neste mundo. Muitas vezes, temos de sacrificar nossa vontade de ficar dentro de uma concha.

Temos obrigação de brilhar nossa luz para que vejam nossas boas obras, caso contrário, Deus não será glorificado. E como Jesus fala disso logo depois de ter falado sobre sermos perseguidos (leia os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus para captar o contexto), entendo que ele está dizendo: “ok, você vai ser perseguido, isso é natural, fique feliz por isso, pois significa que está fazendo a coisa certa. E não tente se esconder, porque se não aparecer, ninguém vai ver Deus. Se você é a luz do mundo, não faz o menor sentido se esconder”.

Quando você nasce de Deus, aprende a ser essa luz. Todo o Sermão da Montanha é um grande manual de como acender a luz.  Apenas Deus está apto a dizer se você está fazendo o que é certo ou não diante de dEle. E se Ele deixa claro que o que você está fazendo é certo, siga em frente, não importa o que digam, pensem ou façam. Ele vai justificar você, Ele vai honrar sua fé.

Porque a essência do Sermão da Montanha é essa: o que realmente importa é o que Deus pensa, é o que Deus acha, é como Deus vê. Foque sua fé nisso, mantenha seus olhos no nível espiritual. O resto é areia. Não vale nada, não sustenta nada. Não queira se encaixar no sistema religioso ou no padrão dos outros. Firme sua vida na Rocha e, aconteça o que acontecer, você estará seguro.

#JejumdeDaniel  #Dia6

PS: Amanhã de manhã tem novo post aqui. 🙂

PS2: Estamos em uma jornada de 21 dias de jejum de informações e entretenimento chamado Jejum de Daniel. Durante esses dias, os posts no blog serão diários e voltados exclusivamente para o crescimento espiritual. Leia o post do dia 19 para entender melhor.