jealousy

É natural do ser humano querer ser aceito. Não queremos ser julgados. Queremos complacência, misericórdia, amor, atenção e perdão. Sabemos que temos erros (e são tantos!), conhecemos nossas falhas de caráter e, às vezes, estamos conscientes das besteiras que dizemos ou fazemos – às vezes elas nos passam despercebidas, e gostaríamos que as pessoas as desconsiderassem. Ansiamos por aceitação, por compreensão, pois sabemos que, apesar de errarmos tanto, queremos acertar, mas, às vezes, não sabemos como.

Um dos grandes fantasmas de muitos é a opinião dos outros a seu respeito. Alguns são tão frágeis que se sentiriam devastados se ouvissem alguém comentando uma falha deles ou — pior ainda — ridicularizando alguma daquelas besteiras cometidas. Não é por acaso que algo tão simples quanto “falar em público” é apontado como um dos maiores medos das pessoas. Ninguém quer ser julgado, apontado, ridicularizado.

No entanto, estranhamente, muitos dos que anseiam por compreensão e respeito não pensam duas vezes antes de prestar atenção ao comportamento dos outros. Qualquer coisinha é motivo para julgar. E o pior é que nem sempre a pessoa que julga percebe (ou admite) o julgamento.

Há uma frase que me irrita profundamente porque eu também a usava muito (antes de perceber que isso era um problema): “estou só comentando”. Isso era usado como desculpa para tudo. Para reclamar, para fofocar, para julgar, para condenar. Não, não estava reclamando, estava só comentando. Não, não estava sendo maldosa, estava só comentando. E, assim, fechava os olhos para o meu erro.

A primeira coisa que Deus me ensinou para iniciar meu processo de mudança foi justamente o sentido de dois dos (muitos) versículos que eu sabia de cor. Um belo dia, depois de uma oração sincera, li isso:

“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6.22,23)

Todo meu corpo estava em trevas. Por isso estava tudo uma porcaria. Por isso era tão difícil melhorar. Minha vida estava mergulhada na escuridão porque a luz que eu tinha em mim era escuridão. Já pensou o que é isso? Levei um susto. Foi difícil de aceitar. Eu não havia me dado conta de que tinha maus olhos. Porque a gente tem a ideia estereotipada da fofoqueira que fica inventando coisas a respeito dos outros, não é?

A gente acha que fofoqueiro é aquele que inventa, que aumenta, que fica acompanhando a vida alheia sem nada para fazer. Nós pensamos que só gente maldosa tem maus olhos. Só aqueles que querem prejudicar os outros. Eu era uma boa pessoa, gostava de ajudar e pensava, com sinceridade, que “comentar” sobre o óbvio a respeito das pessoas que eu conhecia não era algo tão ruim assim (ainda que, às vezes, usasse uns adjetivozinhos desnecessários para “colorir” minha opinião, não tinha intenção de ser maligna).

Mas entenda de uma vez por todas: o problema não é o que você fala ou o que você faz, o problema é o padrão de pensamento que você utiliza no dia a dia. É o seu padrão de pensamento que vai dirigir suas palavras, ações e reações. Se ele for negativo, você está em trevas e vai tropeçar e cair. Se for um padrão bom, você vai andar na luz. É o que você se treina a pensar dia após dia, nas coisas mais insignificantes, que define quem você vai ser.

É nisso que o mal ganha terreno. Enquanto você está preocupado com as grandes atitudes, com rituais ou “pode isso” e “não pode aquilo”, coisas muito mais importantes passam despercebidas e você vai sendo treinado a fazer a vontade do inferno, sem perceber. Ainda que maus olhos também seja um troço destrutivo para todos que estão ao redor, quem mais perde é você.

Amanhã falaremos mais sobre isso. Por enquanto, esse é o desafio que eu deixo a você: Analise seu interior de forma realmente honesta. Pense um pouco em sua maneira de falar a respeito dos outros e — principalmente — de pensar a respeito das intenções das pessoas e de interpretar os fatos ao seu redor. Em que você tem se focado?

Se alguém o proibisse de falar coisas negativas a respeito de outras pessoas — sejam essas coisas verdadeiras ou não — você teria algum outro assunto com seus amigos?

#JejumdeDaniel #Dia11

.

PS: PARA QUEM VAI COMENTAR O POST: Amo receber comentários. Sou uma pequena criatura solitária que mora no alto de uma montanha em um planeta desabitado e fica bem felizinha quando recebe contatos de seres humanos vindos de terras longínquas. Carrego pedras com meus pequenos bracinhos o dia inteiro e escrevo para o blog quando estou quase desmaiando, então é sempre uma alegria saber que o esforço valeu a pena.

O que você precisa saber antes de escrever um comentário aqui: Quando você envia o comentário, ele aparentemente desaparece, mas não se desespere! Na verdade, ele vem para o meu e-mail, pois preciso aprovar todos os comentários antes de eles ficarem visíveis para a humanidade. Nem sempre consigo vê-los logo que os recebo, mas até o final do dia costumo ler e aprovar todos. Leio todos, embora nem sempre responda (desmaio depois de escrever para o blog, lembre-se).

O que não costumo aprovar: comentários ofensivos, agressivos, preconceituosos, comentários que mostrem claramente que a pessoa não leu o post antes de comentar e comentários de gente bêbada (incluindo aí crentes da seita dos adoradores de Benny Hinn e pseudo-ateístas que desligam o cérebro antes de comentar).

E se você não quiser comentar: Não tem o menor problema. Você pode perfeitamente entrar no blog, ler, vasculhar os arquivos, desenterrar posts antigos e saber toda a minha vida sem nunca ter falado comigo. Isso é bem esquisito, mas pode ter toda a certeza de que não julgarei você por esse comportamento. Na verdade, eu nem vou saber rs. E, enfim, entendo perfeitamente quem entra, lê e não comenta (quantas vezes já não fiz isso?). O importante é que os textos o ajudem de alguma maneira.

Fique à vontade! 🙂