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O mundo diz que todos são filhos de Deus. Mas de onde raios tiraram isso? Não faço a menor ideia. Da Bíblia, não foi. Até porque ela diz, claramente, que nem todos são filhos de Deus. E não há meio termo. Ou a pessoa é filha de Deus, ou é filha do diabo. Explicando aqui, para evitar que as pessoas leiam “filha do diabo” e imaginem aquela crentona com cara de doida, olhos arregalados, enchendo a boca para dizer: “fiiilha do diaaaaabo”! Para qualquer guria de minissaia por aí. Nãããão! Não é isso que estou dizendo.

Filhos do diabo não são pessoas malvadas, “devassas” (essa palavra é engraçada) ou estereotipadas em qualquer formato que os estereótipos vierem. Como sempre digo, a coisa é muito mais interior do que exterior. Tem muita gente boa por aí que é vítima do diabo porque está sob o domínio dele. Muitas são boas e só fazem mal a si mesmas. Ele é um péssimo pai, odeia seus filhos. Tem muito filho do diabo dentro das igrejas, alguns até pregando o Evangelho e acusando os outros de pecadores e devassos.

Mas…como a Bíblia é fofa, não nos deixa enganados. Ela mesma nos dá condições de nos avaliar para saber se somos filhos de Deus ou não. É um teste de DNA, para checar a paternidade espiritual da criatura. Olha só o que diz nosso amigo João em 1 João 3.7-10 (como sempre, leia com bastante atenção):

“Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. [Nota da Vanessa: ou seja, quando você pratica o pecado, faz as obras do diabo. E se está fazendo as obras do diabo, está trabalhando contra o Filho de Deus…e se você se diz filho de Deus, por que está trabalhando contra Ele?]

Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. [Nota da Vanessa: o nascido de Deus não pode viver pecando porque dentro dele agora tem a natureza de Deus, a semente divina, o Espírito Santo. Ele vai agir de acordo com o que tem dentro dele.]

Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.”

Note que é a atitude que revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo. Olha que fácil de entender. Praticar justiça é obedecer às cláusulas do contrato que fizemos com Deus. Essas cláusulas estão na Bíblia. Pode começar pelos dez mandamentos, mas eles não são os únicos. Entender o Espírito da Palavra nos ajuda a praticá-la (temos feito isso neste Jejum de Daniel). A prática da justiça é a prática da Palavra.

Pecar, todo mundo peca. Não existe um ser humano no universo (no universo, porque, segundo o site How Many People Are In Space Right Now, tem uns 6 homenzinhos no espaço enquanto escrevo este post) que não erre. Ainda que a pessoa não cometa uma atrocidade do tipo matar, roubar ou trair e ainda que nem costume mentir, os piores pecados são os que cometemos dentro de nós, ao deixar os pensamentos errados darem filhotinhos.

Quando ficamos com raiva de alguém e deixamos essa raiva escalar para o ódio, por exemplo. Quando ficamos chateados e deixamos essa chateação virar uma mágoa. Quando nos sentimos injustiçados e deixamos esse sentimento de injustiça virar um desejo de vingança. Quando nos sentimos tristes e deixamos essa tristeza se transformar em desejo de morte. Quando nos sentimos incomodados com alguém e deixamos esse incômodo se transformar em um comentário maldoso. Ou quando fazemos alguma coisa legal e deixamos essa sensação boa se transformar em uma certeza de que somos melhores do que os outros.

Ou quando vemos alguém fazer algo errado e começamos a criticá-lo e acusá-lo (para os outros ou dentro da nossa cabeça, mesmo) em vez de orar por ele e ajudá-lo. Ou quando, mesmo sabendo o que a Bíblia diz sobre alguma coisa, resolvemos seguir nossa própria cabeça ou nosso próprio sentimento, sob uma justificativa qualquer (a mente humana sempre encontra alguma). Ou quando desobedecemos a Deus por uma idiotice qualquer (como medo ou dúvida).

Há uma infinidade de formas de pecar e, enquanto pessoinhas, não estamos livres de nenhuma delas. Porém, pecar em momentos de distração ou bobeira é uma coisa, mas, viver no pecado é outra, completamente diferente.

Viver no pecado é quando essas coisas (não precisa ser todas, basta uma delas) são um estilo de vida. A pessoa que usa a mentira para escapar das dificuldades como padrão de comportamento, a pessoa que usa a vingança e a dissimulação como armas para se defender de uma ameaça, a pessoa que agride verbalmente como se não houvesse amanhã, a pessoa que fica alimentando os monstrinhos da mágoa, a pessoa que é infiel ao parceiro ou a Deus, a pessoa que vive desobedecendo, que não tem respeito pelas outras pessoas, por Deus ou por seu próprio corpo, que se volta contra os outros como se os inimigos fossem de carne e sangue, a pessoa que percebe que errou, mas não se arrepende etc. etc. etc. Se alguma dessas coisas faz parte do seu padrão habitual de pensamento, você tem vivido no pecado.

Biblicamente, filho é aquele que pratica as obras do pai. O caráter de Deus é seu DNA. São esses os marcadores que o teste vai comparar. Se o seu comportamento é semelhante ao comportamento de Deus (misericordioso, amoroso, justo, paciente, benigno, autocontrolado, humilde, racional, voltado principalmente para o espiritual), há grande probabilidade de você ser filho de Deus.

Já se o seu comportamento é semelhante ao comportamento do diabo (impaciente, descontrolado, maldoso, ansioso, orgulhoso, injusto, voltado unicamente para os desejos físicos e emocionais), você não é filho de Deus, porque Ele não tem nada a ver com essas coisas. Para se tornar, deve passar pelo processo que a Bíblia chama de Novo Nascimento, que vai substituir essa natureza torta pela natureza divina e consertar sua cabeça. E conserta, mesmo.

O primeiro passo é reconhecer o erro. Sem reconhecimento do pecado, não há arrependimento e, sem arrependimento, não há novo nascimento.

E, falando em reconhecimento e arrependimento: o fato de eu dizer que todo mundo peca não nos habilita a tolerar pecado em nós. Ser tolerante com o pecado faz com que a gente comece a abrir muitas concessões e, daí para começar a viver no pecado, é um pulo.

Erramos, somos falhos, sim. Mas nossa obrigação é procurar fazer as coisas certas, sem ficar abrindo espaço para o “errar é humano”. Faça de conta que não é e viva buscando acertar, sempre. Se acontecer de errar, não fique se culpando. Reconheça o erro, se comprometa a não errar de novo, peça perdão a Deus e se perdoe, também. E não faça mais. Bem simples, mesmo: Errou? Se conserte e não faça mais. “Vá e não peques mais”. Sem frescura, sem drama.

Nunca seremos perfeitos e muito menos melhores que os outros (na verdade, quanto mais você se enxerga como, de fato, é, mais percebe que não é melhor do que ninguém), mas sabemos que temos condições de dominar aquilo que nos leva ao erro.

Nada é mais forte que a decisão humana. Nem pecado, nem demônio, nem desejos, nem bioquímica. Nada. Não há desculpa para não fazer o que precisa ser feito. Até porque Deus é Quem mais quer que você se torne filho dEle, então vai ajudá-Lo nesse processo, no que for preciso. E continuará lhe ajudando a se tornar a pessoa que Ele quer que você seja, se você decidir se tornar essa pessoa. Olhe para a sua vida…você não tem nada a perder se aceitar o convite dEle.

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#JejumdeDaniel #Dia16

PS: Tenho um problema sério em escrever sobre pecado usando a palavra pecado. Porque, como tantas outras palavras, ela é compreendida sob o contexto religioso da tia crentona (ou catolicona) que descrevi. Aí talvez muitos não entendam e outros tenham resistência a esse tipo de linguagem. Mas não teve como não usar essa palavra e creio que consegui esclarecer o sentido dela no texto. Por isso, coloquei o link para o post “O que é pecado?” – clique se você não viu o link. E espero conseguir libertar muitas outras palavras da prisão religiosa que construíram para elas.

PS2: Mais leitores EPA (Escavadores de Posts Anônimos) comentaram no post anterior. Muitos que eu não conhecia, mas, pela fé, sabia que estavam ali. E outros que eu já conhecia e que fiquei feliz de saber que estão por aqui. Os leitores deste blog são selecionados pelo crivo de milhares de caracteres rs. E terminam a leitura com muitos neurônios a mais, pode crer. 😀 Vocês são a prova de que ninguém precisa ser mentalmente preguiçoso só por viver em 2016. 🙂

PS3: Estou contabilizando os votos para continuar postando diariamente depois do Jejum de Daniel rs. E eu nem sabia que estava tendo eleição! 😀

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