Mês: fevereiro 2016

Quando você pensa que não vai conseguir

sacrificio

Não sei se ela realmente decidiu desistir, mas resolvi responder ao comentário em um post na esperança de que, se não puder ajudá-la, possa ajudar a outras pessoas. Talvez seu problema não seja tirar a carteira de motorista, mas enfrentar qualquer situação difícil que exija uma atitude. Eu tenho horror à palavra DESISTIR. Horror, mesmo. Só de raiva da situação, quanto mais difícil a coisa parece, mais insisto. Não descanso enquanto não consigo.

Nem sempre foi assim, mas, desde que isso se tornou minha nova natureza, eu pre-ci-so passar esse espírito para quem se aproxima de mim. Se a pessoa vai aceitar ou não, é escolha dela. Minha parte é explicar que há outra forma de ver as coisas. Uma que dá resultado. Porque me revolta pessoas capazes, como a Verane, cedendo diante da pressão. (O comentário abaixo foi feito no post Aprendendo a Dirigir, publicado em 2008 na coluna que eu tinha na extinta Revista Paradoxo e reproduzido aqui no blog em 2011.)

“Hoje voltei da aula de direção me sentindo um lixo, pior ainda: a maior burra do planeta. Tive a sensação que acabara de descobrir que tinha alguma deficiência. Chorei muito e estou decidida a desistir. As cobranças do instrutor e a dificuldade em obedecê-las me fizeram sentir incapaz.

Procurei na internet algo que retratasse o que eu estava sentindo e me deparei com o seu texto. Tudo o que vc expressou de forma muito humorada me tocou bastante pois retrata a minha situação: sou estudiosa, gosto muito de ler e sempre planejei tudo o que vou fazer ou falar. Sou professora metódica e me considero de inteligencia razoável. Mas após as “caretas” do instrutor, os suspiros de impaciência, as reclamações, demonstram que EU NÃO VOU CONSEGUIR.
Diante de tanta cobrança, a certeza que eu tenho que nunca vou conseguir passar no exame.
Outra coisa, tantas cobranças, expressões de desagrado produzem um efeito totalmente negativo em mim: não consigo seguir as orientações, faço tudo errado e minha mente simplesmente não funciona.
Fiquei muito feliz em ler o seu texto mas estou decidida a abandonar as aulas.Um grande abraço!

Verane de Cassia

Verane, ninguém pode impedir você de desistir se estiver decidida a jogar tudo para o alto, mas acho que não está assim tão convicta de que o melhor para você é desistir, apesar de ser essa sua vontade imediata. Se estivesse convicta de que desistir a faria realmente feliz, acho pouco provável que tivesse se dado ao trabalho de escrever aqui.

Você decidiu abandonar as aulas porque seu sentimento de inferioridade lhe parece insuportável no momento e você não conseguiu lidar com o impacto da frustração. Você tem medo de que seu desempenho confirme essa sensação de que não vai conseguir. Mesmo que, racionalmente, qualquer pessoa que analisar essa situação perceba claramente que é impossível você não conseguir.

Não faz o menor sentido a cobrança de um homem ser uma espécie de confirmação de que você nunca vai conseguir. Pense bem, não faz sentido. A lógica nos diz que qualquer coisa que estudarmos, entendendo o funcionamento e os mecanismos, conseguiremos aprender. E, com a prática, alcançaremos resultados. Gente burra aprende a dirigir. Gente inteligente aprende a dirigir. Deficientes físicos aprendem a dirigir. Pessoas realmente perturbadas aprendem a dirigir. Pessoas controladas aprendem a dirigir. Se o seu instrutor tem um problema, o problema é todo dele e só vai afetar seu objetivo se você permitir.

Sabe, a definição bíblica de fé é: “certeza das coisas que se esperam, convicção de fatos que não se veem”. Você está usando toda a sua fé contra você, de uma forma negativa, acreditando em uma palavra e em um sentimento que não têm fundamento nenhum. Você fundamentou essa certeza em uma sensação, em um sentimento (e, caso não tenha percebido, nosso coração é extremamente enganoso, nem sempre podemos confiar nas sensações…) e, movida pelo medo, DECIDIU desistir.

Nada é mais forte do que seu poder de decisão. É ele que define o futuro que você vai ter. Porém, você pode usar esse poder de DECISÃO para se manter firme em seu objetivo, independentemente do que estiver sentindo. Pode DECIDIR continuar no objetivo, ainda que precise mudar de instrutor dez vezes, tendo consciência de que o problema está nele e não em você. Mas o que você vai fazer a partir de agora é responsabilidade sua. A decisão é sua.

Você é professora. Imagina se um aluno de outro professor chegasse até você e dissesse que decidiu desistir de estudar porque o professor é impaciente e fez com que ele se sentisse incompetente, incapaz e, POR CAUSA DISSO, ele tem certeza de que nunca vai conseguir e decidiu desistir. O que você diria a esse aluno?

Se você realmente estivesse convicta do que me escreveu, estaria em paz com essa decisão. E se tivesse em paz com essa decisão, não teria chorado, não teria pesquisado no Google, não estaria tão confusa e ferida. Analise suas motivações e pense no que você realmente quer. Vai dar tanto crédito assim a essa palavra “EU NÃO VOU CONSEGUIR” que surgiu na sua mente por causa da agressão emocional que sofreu? Vai realmente abrir mão do seu direito de aprender a dirigir por causa de uma experiência negativa que colocou em você terror de revelar uma incompetência que, no fundo, você tem medo de ter?

Assim como você, eu tinha duas opções: ou desistia e parava de sentir aquela frustração, ou enfrentava a frustração e, como uma questão de honra, insistiria até conseguir. Parei as aulas práticas e, depois de quase um ano naquela dúvida, escolhi a segunda opção. Mudei de autoescola e de instrutor, fiz sei lá quantas aulas práticas e repeti o exame umas duas ou três vezes, até passar.

Olha só que interessante, escrevi artigos enormes sobre todos os exames fracassados, mas nem me lembro quantos foram. Porque na hora pode parecer o fim do mundo, mas, depois que você alcança o seu objetivo, qualquer dificuldade que passou fica pequena.

Usei a minha fé, a certeza de que conseguiria, independentemente do que estava sentindo ou do que parecia, para alcançar o resultado. Eu tinha os olhos no resultado. Queria a CNH e iria até o fim. Passei pela frustração várias vezes e, a cada vez, ela parecia mais fraca e eu, mais forte. Quando, finalmente, consegui a habilitação, a sensação de superar minhas próprias expectativas fez valer todo o sacrifício.

Porque é isso, minha amiga. Tudo o que realmente vale a pena na vida exige sacrifício. Sacrificar nossa vontade de desistir, sacrificar a vontade de sair correndo, sacrificar o medo da frustração, desafiar nossas dúvidas com a força da nossa fé, ainda que pequena, ainda que minúscula, ainda que aparentemente tão frágil…isso só é possível quando temos em mente nosso objetivo. Quando estamos definidos.

Qual é seu objetivo? Fugir de uma frustração? Se sentir temporariamente confortável? Evitar a sensação ruim? Ou aprender a dirigir e ter direito à habilitação? Você já está querendo sacrificar. Está disposta a renunciar ao sonho de aprender a dirigir para se livrar da frustração. Mas sacrificar para o medo apenas faz com que ele se confirme, se fortaleça e a enfraqueça. Você terá certeza de sua incompetência. Em que isso a ajuda? Sacrifique para a fé e você se fortalecerá. Renuncie à vontade de desistir, enfrente e alcançará o que quiser.

Como eu disse, nada é mais poderoso do que sua decisão. Mas, para que consiga ser feliz e ter uma vida de qualidade (e isso vai muito além de uma carteira de motorista), é importante que aprenda a basear suas decisões naquilo que seu intelecto é capaz de avaliar, e não nas emoções provocadas por uma situação difícil. Você é muito forte, espero que acalme seu coração e consiga usar essa força a seu favor.

Eu não sou melhor do que você. Continuo sendo uma pessoa fisicamente estabanada e mentalmente distraída cujo lado esquerdo não se comunica com o direito. E meu sentido de propriocepção é tosco. Porém, por causa do esforço que precisei fazer para aprender a dirigir, me tornei uma excelente motorista. É sério, depois que tirei a carteira, recebi muitos elogios. Nunca levei nenhuma multa e, depois, dirigir se tornou super natural e nada traumático. No final das contas, toda aquela guerra para aprender me fez melhor do que se tivesse sido fácil.

As coisas, na verdade, não são todas assim? 🙂

O filme que retrata o País

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Por: Thais Toledo

Vivemos uma fase de más notícias no País. A corrupção estampa jornais e revistas. A cada momento descobre-se mais envolvidos. Esse mal parece passar de geração em geração, afinal, o problema vem desde os tempos coloniais. Mas não tem como negar a severa negligência dos que estão atualmente no poder.

A crise financeira apavora a todos. Desemprego cresce. Inflação sobe. É preciso conter gastos. Até o básico falta a uma população já cansada de sofrer. As chuvas, ao invés de trazer o bem, causam enchentes e perdas em diversas regiões, tiram o pouco que a população possui. E a epidemia de dengue e zika preocupa como nunca. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já declarou que a microcefalia é uma emergência global — e pretende estudar a relação com o zika. Isso sem falar nos tradicionais problemas de transporte, saúde, educação etc.

Por que tanto descaso com a população? É fato que cada um tem sua parte a fazer. Mas será que aqueles que foram eleitos para representar o povo não poderiam ter feito nada antes que o caos se instalasse? E, agora, será que conseguiremos sair dessa situação?

O filme Os Dez Mandamentos nos mostra que sim. Sempre olhamos para a história principal que retrata Moisés e a libertação dos hebreus da escravidão. Mas compare o Brasil com o Egito da época. Observe o tratamento que Ramsés dava ao seu próprio povo.

Troque presidentes, governadores e prefeitos pelo faraó. Mude o nome corrupção por um coração egoísta e orgulhoso. Escolha os problemas e atribua as pragas. Por causa do faraó, os egípcios ficaram sem alimentos, água, sofreram com tempestade, infestação de insetos, falta de recursos, doenças e morte dos filhos. Foram ao fundo do poço porque seu líder não pensou em seu povo. Ramsés agiu segundo seus interesses, como fazem os corruptos. Repetimos que não queremos lideres assim, porém seguimos os elegendo.

Moisés não era assim. Ele se dedicou ao povo. Arriscou sua vida ao entrar na presença do faraó tantas vezes em favor dos hebreus. Orientou os que precisavam de uma palavra. Ele foi paciente com aqueles que duvidavam. E seguiu guiando esse povo por 40 anos no deserto. Mas ele só conseguiu isso porque era guiado por Algo Maior. Ele tinha Deus à sua frente. Tudo que ele fazia era sob a orientação Divina. Quem cuidava do povo não era um homem, e sim o Senhor. Ele representava a liderança dAquele que quer o melhor para os Seus. Que cuida de quem O segue e obedece.

Mesmo que nossos líderes não tenham fé e confiança no Altíssimo, essa escolha cabe a cada um de nós. Se você assistiu ao filme se lembra da cena que precede a praga da morte dos primogênitos, em que hebreus e egípcios se reuniram na casa de Joquebede para a Páscoa. Moisés diz que todos presentes devem escolher se irão crer em Deus ou não. E explica que “crer é basear toda a sua vida nessa fé”. Quem baseia sua vida nessa fé não depende do governo. Não espera pela sorte. Crê, obedece e segue a direção de Deus. E Ele faz diferença entre o Seu povo e aqueles que O rejeitam. Enquanto os hebreus estiveram afastados dEle, seguiram escravos. A situação só mudou quando eles se voltaram a Deus.

Que bom seria se tivéssemos no governo pessoas que temessem a Deus de verdade. Não religiosos. Mas aqueles que fossem fiéis a Deus. Porém, enquanto não temos, cabe a nós optar. Se seremos assolados pelas “pragas” da atualidade ou deixaremos que Deus nos guie, confiando que Ele fará o melhor. A escolha é sua.

 Thais Toledo