Nos próximos posts vamos analisar algumas das principais “características literárias” dos roteiros que o gremlin escreve na cabeça das pessoas. Mas é importante que, além de conseguir identificar a voz do gremlin, ela se torne repugnante para você. Não pode mais ser algo tolerável. Vá se treinando a rejeitá-la como rejeitaria uma comida estragada, apodrecida ou algo que lhe fizesse muito mal.
Seja exagerado nesse início. Não tem problema ir para o extremo oposto, depois será mais fácil encontrar o equilíbrio. Faça de conta que desenvolveu intolerância a negatividade e drama equivalente à intolerância que um celíaco tem ao glúten. Aliás, eu vejo muitas semelhanças entre o que o glúten é para um celíaco e o que a negatividade é para uma mente saudável.
A doença celíaca é uma intolerância violenta ao glúten. Alguns celíacos não podem chegar nem perto do glúten que já passam mal. Qualquer farelinho de pão já é suficiente para desencadear uma crise. Muitos vivem anos passando mal sem saber por que (não sei se reparou, mas nossa dieta está cheia de glúten) e quando, enfim, descobrem, a mudança de dieta é radical, mas é a única maneira de terem uma vida normal.
Mal comparando, a intolerância que você desenvolveu à negatividade e ao drama é altíssima, como celíacos com o glúten. Os sintomas dessa intolerância são fáceis de perceber no dia a dia. Você está intoxicado, exausto, tudo parece difícil e pesado. É difícil acreditar que as coisas irão melhorar. Quanto mais negatividade consome, mais difícil e pesado tudo se torna. Reclamar é quase inevitável. O mundo parece cinza, exige um esforço quase sobrenatural manter o ânimo, o entusiasmo, a esperança.
Agora que começou a nova dieta anti-gremlin, está se desintoxicando. Não é da noite para o dia, mas aos poucos você vai perceber a vida ficando mais leve. Porque as coisas podem ser complicadas e difíceis do lado de fora, mas não precisam ser assim do lado de dentro. Por dentro, pode ser leve. Pode e deve ser leve, afinal de contas, a proposta era justamente trocar um fardo pesado pelo leve, não é mesmo?
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*Para quem está chegando agora: “gremlin” é como chamo os monstrinhos invisíveis que imagino sentados em nossos ombros sugerindo pensamentos negativos. Eu os imagino com aquela cara dos monstrinhos do filme Gremlins, principalmente para não querer um troço desses no meu ombro.
Se quiser entender melhor a referência, leia esses dois posts do Jejum de Daniel: