Nesse período de festas de final de ano as pessoas ficam emotivas e subitamente religiosas. Gente que torce o nariz para igreja no restante do ano, admira presépios e reverencia o “menino Jesus” no natal, embora o foco esteja, é claro, nos presentes e na comida da ceia. No entanto, esta festa jamais foi instituída na Bíblia.

O acontecimento mais importante da vida de Jesus para os seus seguidores, não é seu nascimento, mas sua morte e ressurreição. Nasci ouvindo que “Jesus morreu por nós”, que “o sangue de Jesus lavou nossos pecados” e que “Jesus venceu a morte”, mas demorei muitos anos para entender exatamente como aconteceu essa coisa toda. Provavelmente se eu tivesse lido um livro tão claro como “O verdadeiro Significado da Cruz”, (Editora Unipro), de Marcelo Crivella, teria entendido bem antes. Espero que os trechos do livro e meus comentários lhe ajudem a entender, também. E vale muito a pena ler (e reler) este livro para uma compreensão mais profunda.

O livro começa explicando como era o mundo e a condição espiritual do ser humano antes da morte de Jesus. A ideia original de Deus, ao criar o homem e o mundo, era algo bem distante do que vemos hoje. O universo foi feito para que a Terra tivesse condições de existir. Tudo foi criado com perfeição e era bom. Até o momento em que o homem, que tinha toda a autoridade sobre a criação, passou essa autoridade ao mal através de um ato de desobediência, ao dar ouvidos à voz do diabo. Toda a criação passou a estar sob o domínio do mal, e essa é a razão da situação decadente do mundo atual. Jesus é a nossa única chance de restabelecer essa ligação que foi perdida, retomando, a autoridade sobre este território que é nosso, mas está dominado pelo inimigo.

“No início, todos os minerais e metais, todas as pedras preciosas e as formas de produção de energia – como o vento, a água, o carvão, a eletricidade, os combustíveis e todas as leis da Física e da Química – estavam apenas esperando para serem dominados pelo homem. (…) O homem precisou de milhares de anos para descobrir a eletricidade – que já existia desde o início, mas ninguém podia ver – e como extraí-la dos ventos e quedas d’água. O resultado da nossa distância de Deus é estupidez e tempo perdido. Aquilo que Ele revelaria ao Seu filho amado em poucos dias, no paraíso, demorou séculos para ser descoberto, por motivo de Sua ausência no homem.”

Aqui eu me lembro daqueles que querem parecer muito “inteligentes” alegando que Deus e ciência são opostos. Não são e nunca foram. A ciência equivocada, aquela que rejeita tudo o que possa sugerir a existência de uma inteligência superior por trás do que conhecemos, esta, sim, é oposta a Deus, por não ser sequer ciência. O problema é que as pessoas confundem Deus e religião e dirigem ataques ao primeiro por conta de questões relacionadas à segunda.

Sem religião, provavelmente a ciência teria avançado mais rápido, mas sem Deus, só temos tido perda de tempo e atraso nas descobertas científicas. Se isso lhe parece incoerente ou contraditório, deixe para trás suas ideias pré-concebidas. Deus não é religião e religião não é Deus.

“A justiça de Deus requer que Ele Se separe daquilo que é errado e imperfeito. Esta grande separação entre a luz e as trevas, santidade e pecado, pureza e impureza, é a morte, às vezes chamada de grande abismo. (…) Deus não criou a imperfeição; quem a criou foi o diabo. Imperfeição não pertence à lógica original da Criação; está fora, fica do outro lado e permanece lá, pela Justiça de Deus”.

Hoje em dia as pessoas não querem saber como Deus é, querem definir elas mesmas como Deus deveria ser, de que tipo de deus elas precisam naquele momento, e tentam colocá-Lo na caixinha que fizeram. As religiões também fazem isso. A questão toda, para se entender Deus de uma forma não-religiosa, é saber que Ele é um indivíduo com características próprias e imutáveis. Ele é 100% justo e puro. Um ser que é 100% puro e justo não pode conviver com injustiça e impureza. A morte e a imperfeição na Terra vieram com a desobediência que afastou o homem de Deus.

Se Deus é vida, estar longe de Deus é a própria morte. Por isso, o pecado só podia ser perdoado se houvesse a morte de outra criatura, (um animal, pois os animais são inocentes, não têm pecado) sobre o qual, simbolicamente, o pecador arrependido lançasse o seu erro, sua própria morte. Aquela criatura, então, morreria no lugar do pecador, e levaria o seu pecado, fazendo com que Ele tornasse a ser puro e justo diante de Deus…até o próximo pecado (já que para ser um sacrifício perfeito e que valesse para sempre, o substituto teria de ser outro ser humano adulto e sem pecado).

Quando Deus disse a Adão e Eva que se comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente morreriam, estava falando sério. A desobediência os afastou de Deus, o que é a melhor definição possível de morte.

“A morte é o lugar longe da presença d’Ele. Jesus sabia que Deus não iria estar lá com Ele, e que só voltaria se fosse perfeito, vencendo como ser humano todas as tentações e fraquezas. Ele, e somente Ele, enfrentaria a morte. Nunca havia estado lá e Deus não O ajudaria, porque na cruz o Senhor Jesus era a imperfeição do homem.”

Lá estava Jesus, simbolizando aquela criatura inocente, sem pecado, que deveria ser sacrificada levando sobre seu corpo os pecados da pessoa arrependida. Ali Ele carregava os erros, falhas e desobediências de toda a humanidade, para restabelecer o elo que havia sido quebrado entre o homem e Deus, quando o homem foi infiel pela primeira vez. O sacrifício dEle foi perfeito, porque Ele era homem, o único homem que se manteve sem pecado, e pode substituir perfeitamente toda a humanidade, seus iguais, que através de sua morte, ganharam o direito de escapar da morte, da separação de Deus.

“Não era o sacrifício físico, mas a verdadeira morte que Lhe afligia. Não foram a coroa de espinhos, as chicotadas, os pregos, a cruz e os socos dos soldados que causaram no Senhor Jesus uma dor indescritível, mas a morte sem Deus e sem o Espírito Santo.”

Maior tortura do que ferimentos físicos é o sofrimento espiritual de estar afastado de Deus. Sofrimento esse que faz com que a pessoa pense que a morte poderia aliviar sua dor e lhe trazer um pouco de paz (sinto muito, mas não pode. Morte é o que você experimenta agora, essa angústia, esse desespero. Desligar o seu corpo não lhe trará paz, apenas perpetuará essa morte, aumentando a angústia, o desespero, a dor e o sofrimento. A única saída para a morte que você está experimentando enquanto respira, é a vida que Deus lhe oferece aqui, agora, e da qual você só poderá tomar posse enquanto ainda respirar).

Esse sofrimento e essa dor, maiores do que qualquer sofrimento físico, Jesus experimentou naquele dia no calvário. A mesma angústia e agonia que estavam em mim, quando eu me sentia esmagada e dilacerada por dentro, achando que não havia uma saída para aquela depressão, aquele vazio, aquela tortura sem fim. Eu não sabia que Ele já tinha sofrido tudo aquilo por mim e me conquistado o direito de viver longe daquela morte. Ele morreu para que eu não precisasse continuar morta. Mas esse direito só foi conquistado porque Ele se manteve sem pecado e por isso pôde ressuscitar, vencendo a morte. Conquistou a vida da qual hoje podemos desfrutar, se aceitarmos esse pacto com Deus.

Uma coisa maravilhosa, e que não tenho como transcrever aqui (ou seria expulsa do site por excesso de caracteres…hahaha…) é a análise que Marcelo Crivella faz de Salmos 22, a oração o Messias, revelada a Davi muitos anos antes, e que, em conjunto com outros trechos bíblicos (inclusive Isaías 53), formam a base da descrição da crucificação no livro.

A conexão restaurada com Deus, que nos vê perfeitos e justos por causa do sacrifício de Jesus, desde que nos mantenhamos em obediência (um pacto é selado com compromisso de ambas as partes. Nossa parte é obedecer, entregar nossa pseudovida para receber a vida que Ele nos oferece), tem como consequência a vitória sobre o mal, inclusive sobre as doenças e demais sofrimentos. A partir do momento em que você aceita participar desse pacto, é substituído por Jesus e torna-se filho de Deus. Então esqueça a ideia de “provação”, pois nenhum pai prova um filho com doenças:

“É errado quando um cristão diz que está lutando para derrotar o diabo na sua vida. O diabo já foi derrotado por Jesus, na cruz. Em vez disso, as pessoas deveriam dizer que estão lutando contra as suas próprias dúvidas e temores, para assumirem a Sua vitória, porque quando cremos e assumimos esta vitória em Cristo, ela se torna a nossa vitória.”

E, por fim, ele fala sobre o Espírito Santo:

“O Espírito Santo vem para completar o plano de Deus e salvar as nossas almas. No nosso dia a dia, é Ele quem nos dá forças quando estamos fracos; consolação quando estamos tristes; coragem quando sentimos medo; arrependimento quando cometemos pecados; entendimento quando temos dúvida em tudo e por tudo. Ele precisa estar tão presente na nossa vida hoje como o Senhor Jesus esteve presente na vida dos Seus discípulos, quando pregava em Israel.”

Esse é o fundamento de nossa fé. É disso que você deve se lembrar quando este ano terminar. O próximo ano só será de vitórias, saúde, paz, prosperidade e tal se você tiver vida. Se não tiver, de nada adiantam os desejos vagos que as pessoas trocam na virada do ano. Você pode decorar todos os clichês de reveillon, que assim que terminar a digestão da ceia e passar o porre do champagne, aquela pedra invisível continuará em cima da sua cabeça e pesando em suas costas, ameaçando lhe esmagar até a morte. Mas se você tomar a decisão agora, de deixar os erros (e não só os mais óbvios, mas também os que só você conhece, pois estão em seu coração) e entregar-se àquele que pagou um preço muito alto pela sua vida, então você terá a oportunidade real de conhecer em 2013 a verdadeira alegria, a verdadeira paz, a verdadeira prosperidade.

Meu desejo para esse próximo ano é, na verdade, uma oração. Que você que ainda não aceitou esse presente, não deixe passar a oportunidade. E que você que já aceitou, agradeça esse presente da melhor maneira possível: levando, com sua vida e seu comportamento, esse convite àqueles que ainda não O aceitaram. Lembro-me de que há alguns meses o Bispo Renato escreveu em seu Twitter que talvez a nossa vida seja a única Bíblia que algumas pessoas irão ler. Que tenhamos esta responsabilidade em mente no final deste ano e no tão esperado ano novo.

Vanessa Lampert

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PS: Sei que eu falei bastante aqui, encompridando os trechos do livro com meus comentários…rs…mas é que o livro faz nossa cabeça trabalhar a mil, compreendendo cada ponto desse assunto tão importante. São 92 páginas claras, escritas com uma linguagem leve, de fácil assimilação, com a sensibilidade típica do estilo literário do Bispo Marcelo Crivella. Vale muuuito a pena ler, mesmo que você já tenha alcançado a salvação, pois o conteúdo desse livro vai te auxiliar a ajudar outras pessoas.

PS2: Antes que alguém me pergunte onde comprar este livro: Se não tiver na sua IURD, você pode encomendar pelo Arca Center. Clique aqui para ver.

PS3: Falando no sofrimento físico ter sido grande, mas menor do que o espiritual, eu tenho verdadeiro horror do filme “A Paixão de Cristo”, do Mel Gibson. Ainda mais depois que descobri que a a base que ele usou não foi a Bíblia.Clique aqui para ver o trecho em que falava sobre isso, e que acabei tirando da resenha (pois virou um post…rs…).

Publicado originalmente no site Cristiane Cardoso. Clique aqui para ver a postagem original.

2 Comments on O verdadeiro significado da cruz

  1. Nossa!
    A Sra. me ajudou muito através dessa postagem, vou comprar o livro e divulga-lo o maximo.
    Alias, esses tempos dois livros tem sido de vital importância na minha vida, até mesmo na minha vida espiritual com o Senhor Jesus, um deles é “Crentes Possessos” e o outro, já posso dizer é “O Verdadeiro Significado da Cruz”.
    Abraço!

  2. Querida Vanessa,

    Seus textos e suas resenhas são tão ricas e construtivas, que quanto maiores, melhores. rs

    Não se “desculpe” pelo tamanho delas!

    Beijos

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