trono

Eu, pensando profundamente a respeito de não querer fazer o que qualquer um pode fazer, de querer criar coisas novas e extraordinárias, determinei, em voz alta:

– Eu vou fazer aquilo que ninguém mais pode fazer, só eu. – Ao que o Davison prontamente respondeu:

– O quê? Ir no banheiro?

A lição de hoje é: homens nem sempre estão prontos a pensar em coisas profundas e cheias de significados existenciais. É claro que eles são capazes disso, mas a programação normal é pensar que você está falando de coisas triviais e mundanas. Uma mulher pegaria o assunto no ar e poderia tentar imaginar milhões de possibilidades para o que eu estava querendo dizer. Aliás, a maioria das mulheres tem essa coisa do “o que será que você quis dizer com isso” (eu não tenho muito). Homens geralmente só querem dizer aquilo que eles dizem. E só entendem o que dizemos. Logo, se eu quisesse manter essa conversa em um nível masculino, primeiro precisaria fazer uma introdução. Do tipo:

– Amor, eu estava pensando nos meus planos para o futuro e na minha forma de lidar com as coisas no meu trabalho e agora, mais do que nunca, eu não aceito fazer o que qualquer um pode fazer, não aceito fazer nada mais ou menos. Quero criar coisas novas e extraordinárias e, por isso, já determinei que vou fazer aquilo que ninguém mais pode fazer. Vou me desafiar. Não tenho medo de assumir grandes desafios.

Aí provavelmente ele se empolgaria e entraria no assunto. (Ou diria: “É isso aí!” rs) É, mulher, se nossas conversas são textos, homens são como leitores. Várias vezes já chamei um redator para conversar a respeito de um texto que não ficou muito claro. Pedia que o explicasse e ouvia uma explicação bem clara a respeito do trecho dúbio. Então perguntava se ele iria estar ao lado de cada um dos leitores para explicar aquilo. Não, né? Então, o seu texto tem de ser autossuficiente. E se tornou uma máxima que qualquer pessoa que escreva precisa ter em mente: “o leitor não está dentro da sua cabeça”. Da mesma forma, sinto informar: o homem, infelizmente, não está dentro da sua cabeça e é incapaz de adivinhar o que você quis dizer se você, de fato, não disse. 🙂

 

 

PS: A leitora Laianne sugeriu que eu fizesse uma série “A mente masculina, na prática”. Boa ideia, Laianne. Vou adicionar à série “Diálogos Insanos“. Acho que material não vai faltar. 🙂

 

2 Comments on Da série “A mente masculina, na prática”

  1. Oie, muito engraçada a comparação mas bem real. Estarei acompanhando os próximos. Beijos

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