1145533_30821979*ImageSvilen Milev

Durante um longo período de nossa vida (na de alguns, mais longo que na de outros) somos empurrados pela correnteza, levados a acreditar que alguma coisa parecida com sorte ou destino deve definir o que vai acontecer. O acaso se desdobra em outras dezenas de acasos e, de alguma forma, esperamos que Deus orquestre nossos acasos e os transforme em alguma música que gostemos de ouvir. No entanto, o que não percebemos é que cada acorde do que chamamos de “acaso” é, na verdade, fruto de nossas próprias escolhas.

Tudo, absolutamente tudo, da hora em que você acorda até a hora em que vai dormir, é escolha sua. Se vai ou não ler aquele e-mail, se vai ou não entrar naquele site, se vai ou não acessar aquele perfil e ler sobre aquela pessoa, se vai ou não ligar a televisão e entregar àquela emissora o poder de decidir o que você vai ver, como vai interpretar aquele tema e o que vai sentir a respeito (as notícias são montadas para causar determinada reação em você). Se vai ou não atender àquele telefonema (sim, você tem escolha), se vai ou não fazer aquele telefonema, se vai ou não fumar aquele cigarro, se vai ou não aceitar aquele convite, se vai ou não dizer aquela ofensa, se vai ou não oferecer aquele sorriso, se vai ou não dar aquele beijo, o que vai beber, o que vai comer, como vai enxergar determinado problema e qual reação vai ter a determinada situação. Escolhas, pequenas ou grandes, estão à nossa disposição diariamente. Nos servimos delas e pagamos o preço.

No entanto, não o pagamos sozinhos. Nenhum de nós, por mais isolado que seja, colhe sozinho os frutos de suas próprias escolhas. Estamos todos, de certa maneira, conectados. E, assim, não temos como saber qual impacto nossas decisões podem ter naqueles que nos cercam. E, se temos pessoas próximas a nós, cujas vidas estão, de alguma forma, envolvidas com a nossa – parentes, amigos, pais, filhos, funcionários, discípulos, equipe, seguidores -, cada pequena escolha pode se desdobrar em consequências imprevisíveis para essas pessoas, também. Por isso, Salomão, quando assumiu o trono de Israel, percebeu a necessidade de sabedoria. Ele era jovem e inexperiente e estava assumindo a responsabilidade por uma nação inteira.

Parece incrível que, diante do convite do Todo-Poderoso: “Pede-Me o que queres que Eu te dê”, tendo infinitas opções a escolher, o cara responda que quer sabedoria. Mas, se você parar pra pensar nas milhares de escolhas que faz por dia, no impacto que isso tem sobre a vida de seus filhos, de seus amigos, seus pais, seus subordinados, sobre a sua vida, seu futuro…se parar pra pensar no preço de cada uma dessas escolhas, em infinitas possibilidades que você sequer conseguiria conceber, o incrível é que não façamos esse pedido todos os dias. Sem sabedoria, como poderemos ter certeza de que estamos fazendo a melhor escolha?

Pare de se enganar, acreditando que é um mero espectador da sua vida e assuma o seu papel. Tenha consciência dessas pequenas decisões diárias e busque sabedoria para fazê-las bem. Não delegue a outras pessoas as escolhas sobre sua vida, pois não será possível responsabilizar ninguém por elas no futuro. É ilusão procurar culpados ou tentar transferir as consequências. Peça sabedoria ao Único que pode lhe orientar. Saiba, porém, que Ele orienta, mas não faz as escolhas por nós. A escolha de ouvir e obedecer também é totalmente nossa.

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