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Quando as coisas começam a ficar meio malucas e aceleradas, minha tendência é entrar na conchinha para me focar o máximo possível naquilo que eu preciso terminar. E eu estou sempre precisando terminar alguma coisa, como todo mundo, aliás. Porque quando você termina alguma coisa, começa outra coisa que precisa terminar. E a vida é uma sequência de começos que precisamos terminar e de términos seguidos de novos começos. Ainda que sejam de etapas.

Quando tem algo grande para desenvolver, a melhor maneira de conseguir é dividir em etapas menores e ir matando uma a uma, como naqueles joguinhos de videogame de antigamente, em que você tinha que matar o chefe para passar de fase. Não sei se ainda existem joguinhos assim, mas na época em que a pequena (nem tão pequena) Vanessa jogava Sonic e Mario Bros era assim. Cada fase era mais difícil, mas como você tinha passado a fase anterior, já estava mais preparado para a próxima fase.

Primeiro, era um parto conseguir chegar na metade da fase. Depois de muito morrer, acabava conseguindo passar e chegar até o final. Você chegava perto do chefe da fase e, da primeira vez, ele o matava no primeiro golpe. Na segunda tentativa, você até conseguia dar alguns golpezinhos antes de morrer. Aí já era moleza chegar até o chefe. Você não dava bola para os percalços do caminho e as coisas que faziam você morrer no começo, já não eram nem um pouco ameaçadoras, porque estava obcecado em chegar no bendito chefe e matá-lo para passar de fase.

Quando se dá conta de que os problemas na sua vida são as coisinhas que tentam fazê-lo parar no meio do caminho e que aquele comportamento ou hábito complicado ou aquela dificuldade da qual você quer se livrar são os chefes que precisa matar para passar de fase, percebe que desistir não é opção. Dizer “é o meu jeito” não é opção. Pensar que é impossível também não é opção. A única opção que existe é seguir em frente e persistir até conseguir.

Eu tenho o agravante da paciência limitada. Não me entenda mal, sou uma pessoa até bastante paciente com coisas sob as quais eu não tenho nenhum controle. Minha impaciência é sobre coisas que eu posso controlar. Se a minha mudança depende de mim, eu sinceramente não tenho saco para ficar lidando com o problema e sofrendo por causa de algo que sei que posso mudar. Então, decido mudar e fico brigando comigo mesma até a mudança se tornar parte de mim. Dou soquinhos infinitos no chefe da fase até destruí-lo e passar de fase.

E esse jogo a gente só ganha quando a vida acaba, literalmente. O vencedor é aquele que vence até a última batalha. É o que se mantém firme até o fim. Manter a sua salvação depende desse aprimoramento constante, dessa vigilância constante. Não dá para deitar em berço esplêndido e esperar que “a graça de Deus” faça o trabalho que deve ser feito por você. Pensar que as coisas podem acontecer sem que façamos o esforço necessário é perder completamente a noção do que estamos fazendo neste mundo.

Ainda fazendo analogia com jogos, se lembra de “O Aprendiz”? Dois grupos de pessoas eram colocados no jogo e tinham que executar determinadas tarefas em uma empresa fictícia, simulando o trabalho em equipe que teriam de fazer na vida real. Antes das tarefas, o discurso dos participantes dava a entender que eles sabiam exatamente o que fazer, eram pessoas esforçadas e colaborativas. Porém, durante a execução das tarefas, as atitudes daquelas pessoas mostravam quem elas eram de verdade, como realmente pensavam e o que realmente queriam. Na sala de reuniões, a análise dos conselheiros e do CEO (Donald Trump ou Roberto Justus, dependendo da versão a que você assistiu) era sempre em cima das atitudes tomadas, e não das palavras ou das intenções. No final das contas, os vencedores não são realmente escolhidos pelo júri. Eles é que se fazem escolhidos por meio de suas atitudes durante as tarefas.

Na vida, nossas tarefas são diárias. A sua maneira de agir no trabalho, na escola ou em casa, a maneira de ver os outros, a forma de lidar com os desafios, como você reage às situações contrárias…tudo o que você faz, conta. “Os escolhidos de Deus” não são aqueles que estão sentados todo domingo nos bancos das igrejas. “Os escolhidos de Deus” não são aqueles que brigam com ateus, com homossexuais, com corruptos ou com “hereges”. Os escolhidos de Deus são aqueles que se fazem escolhidos por meio de atitudes de obediência às regras do jogo, sempre ligados no fato de que tudo o que fazem está contando, mesmo quando ninguém vê. Aliás, principalmente quando ninguém vê.

É por isso que Paulo diz que não corre sem meta. É por isso que ele diz que não luta desferindo golpes no ar. Ele sabia muito bem o que queria acertar. Ele tinha noção do que estava fazendo neste mundo. É por isso, também, que ele diz: “correi de tal maneira que alcanceis”. Não corra de qualquer maneira a maratona da sua vida. Corra da maneira que leve você a alcançar a sua meta. Corra com o cérebro ligado e com o coração em volume baixo. Corra, tendo em mente que mais importante do que ganhar uma discussão ou do que saber o que as pessoas estão falando a seu respeito, é desenvolver o seu caráter para que as suas atitudes levem você até o Alvo. É a única maneira de garantir o resultado que você deseja. É a única maneira de vencer.

 

 

PS: As resenhas de livro vão voltar aqui no blog, inclusive a seção “Livros que não são o que parecem”. Peguei um dia desses que está quase ganhando o troféu “Livros que não são o que parecem”, pois além do conteúdo ser muito prejudicial, o livro engana muito, pois algumas coisas parecem fazer sentido e ele não é mal escrito. Um dos piores, até agora. Só preciso conseguir terminar de ler e dou meu veredicto. 🙂 As resenhas do bem também serão feitas. Tenho vários livros legais que já li e dos quais quero falar. Aguardem. 🙂

 

 

5 Comments on Vencedores pensam assim

  1. “Não corra de qualquer maneira a maratona da sua vida. Corra da maneira que leve você a alcançar a sua meta. Corra com o cérebro ligado e com o coração em volume baixo.”

    Isso exige queima de neurônios, exige planejamento, perseverança, determinação, ousadia e sacrifício para abrir mão de coisas que só nos atrapalham, mas como você falou, realmente é a única maneira de
    vencer!

    PS.: Eu não perdia um episódio de “O Aprendiz”. Muito bom..rs!!!

  2. Muito interessante a comparação dos desafios diários com as fases dos jogos. Os problemas, são como essas fases dos joguinhos que precisamos vencer, e como você mesmo colocou muito bem não basta a intenção de vencer os desafios, o que conta é encarar o problema de frente e ter objetivos bem definidos… Como você bem disse diminuir o volume das vozes do coração. Só assim será possível vencer os obstáculos.

    Que bom que as resenhas vão voltar 🙂 Mil beijos :-*

  3. Realmente, a vida é feita de términos seguidos de constantes começos, daí a importância de persistirmos no que queremos, como se faz num jogo. No final, não é aquilo que desejamos que faz a diferença, e sim as nossas atitudes para alcança-lo, são elas que determinam nossas conquistas!
    Muito boa a comparação do que foi escrito com os joguinhos do Sonic e do Mário e com o reality “O Aprendiz””

  4. Verdade Vanessa! Eu também me lembro de quando jogava Sonic e Mario rs, e mesmo quando eu perdia, queria jogar novamente até ganhar. Esta analogia é ótima! Pois a vida é assim. Um dia perdemos, outro ganhamos, mas depende de nós, das nossas atitudes, decisões. O bacana, são as experiências que alcançamos. Como você mesmo escreveu: “Depois de muito morrer, acabava conseguindo passar e chegar até o final.” Não é fácil! Mas o segredo realmente é persistir no “jogo da vida”.

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