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Você procura coisas boas nas notícias, mas não tem coisas boas nas notícias. Coisas boas não vendem. Coisas boas não dão ibope. Coisas boas não geram acessos e compartilhamentos.

E você acredita que aquelas notícias que vê são realmente coisas que você precisava saber. Na verdade, são recortes que alguém escolheu por ter a obrigação de publicar um número x de notícias diariamente. Geralmente copiadas de agências de notícias ou de releases publicitários enviados por assessorias de imprensa. Muito do que você lê como “notícia” é pura propaganda. Isso sem contar as notícias distorcidas para o lado que interessa àquele que manipula suas opiniões sem você saber (que, de certa forma, também é propaganda). E nunca é um lado bom.

De repente, você está do lado da maioria. Se indignando com as mesmas coisas que levam a esmagadora maioria a se indignar. Com ódio das mesmas pessoas que a maioria odeia. Com pena das mesmas pessoas por quem a maioria se compadece. Alguém elegeu as vítimas e os bandidos. E você comprou os rótulos.

Não compre as ideias que você nem sabe de onde vem. Desconfie quando seu discurso começar a parecer com o da maioria. Se apenas uma minoria discorda de você, alguma coisa está errada. Desconfie quando a indignação for maior do que o bom senso. Alguém está manipulando suas emoções, elas são alvos fáceis. Elas dirigem suas escolhas, definem seus votos, modelam suas frases, decidem sua vida. Elas mudam de acordo com as cores que veem. Não permita que tenham todo esse poder.

Não vamos perder o que conquistamos nesses 21 dias. Uma das coisas mais úteis que você pode aprender é a selecionar as informações que consome. Depois de um período de jejum de informações seculares você descobre que não precisa ficar colado 24 horas às suas redes sociais, muito menos conversando o tempo inteiro em grupos do whatsapp. Começa a ver as notícias com outros olhos. Estar “por dentro” dos assuntos mais comentados já não tem mais tanto valor e você descobre que existe uma fatia enorme de tempo na sua vida que pode ser aproveitada com coisas mais produtivas.

Vamos consumir informação secular, sim, mas com moderação. E com o botãozinho do senso crítico ligado.  Assim, conseguiremos nos manter fora do circuito das marionetes e de seus titereiros* e faremos parte da minoria que pensa com a própria cabeça e não se acomoda a opiniões prontas, pré-digeridas e superficiais.

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*Para quem gosta de aprender palavras novas e não conhecia essa, “titereiro” é o carinha que manipula as marionetes. 🙂

PS: Aposentei os telejornais há tempos. Boicoto a rede globo e revista veja não entra na minha casa nem de graça. Vejo notícias na internet e, mesmo assim, escolho com bastante cuidado o que vou ver.  E meu contato com notícias é analítico, envolve um esforço de pesquisa, de apuração, de coleta de dados e seleção de informações. Não saio engolindo tudo o que oferecem por aí, não!

PS2: Vou continuar com os posts diários no blog. \o/ \o/ \o/ Não sumam!

2 Comments on Não compre as ideias da maioria

  1. Combinado. Não vou sumir. Fico muitississimo feliz, ainda que esse vocábulo não exista, é o mais ideal para enfatizar algo que meras palavras não consigam expressar, me refiro a ultima linha de seu texto, não vou deixar de acompanhar suas mensagens. muito obrigado por compartilhar cada linha conosco. Um abraço e que Deus te recompense por isso.

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