tig.

Passei alguns anos sem tingir os cabelos. Depois de mais de uma década de tinturas e descolorações frequentes e descontroladas, cortei o cabelo bem curtinho e deixei que crescesse feliz. E ele cresceu feliz. Até o momento em que eu não estava mais feliz. Havia decidido que só voltaria a tingir quando tivesse cabelos brancos. Ou melhor, quando tivesse uma quantidade de cabelos brancos que me obrigasse a tacar tinta na cabeça. Os anos se passaram e os cabelos brancos estavam preguiçosos. O primeiro apareceu aos 26 anos e foi sumariamente arrancado. O segundo ficou com medo e apareceu somente um ano depois. Também foi arrancado (é mais barato do que pintar. Minha intenção era intimidá-los. Ao ver o companheiro ser arrancado, um fio de cabelo branco pensaria duas vezes antes de nascer) e só encontrei outro ano passado, aos 29. Este ano, como cheguei aos 30, já encontrei quatro e para mim já é horror suficiente. Claro que arranquei cada um deles, à medida em que os achei, mas eu tenho muito cabelo, muuuuuito cabelo mesmo e SEI que existe uma horda de cabelos brancos escondida em algum lugar da minha cabeça, só esperando o momento certo para aparecer. Não poderia mais conviver com a expectativa, e resolvi mudar meus conceitos.

Eu já havia cortado o cabelo curto novamente. Apelei para um relaxamento (porque black power não combina comigo, sorry) e o tioglicolato desbotou meu cabelo (yes! Tioglicolato desbotou a cor NATURAL do meu cabelo, muito bizarro isso). Então percebi que era hora de mudar. Aquela cara sem graça não combinava comigo. Estava apagada, discreta demais, simples demais, muito “inha”, sabe? Resolvi fazer umas mechas discretas e saí do salão loira…risos… anota aí: se você passou tioglicolato de amônia recentemente no cabelo, as luzes provavelmente vão abrir mais do que você gostaria.  Mas era para ser assim, eu tinha que ficar loira novamente, para que…bem, não sei exatamente qual era a finalidade, mas creio que havia alguma.

Tirei fotos toscas, com escova, pijama e tendo meus sapatos pendurados na porta ao fundo e meu digníssimo marido me fez prometer que não as colocaria no blog (tudo bem que quando ele disse isso, elas já estavam no Twitter, no Facebook e na Comunidade Universal). No entanto, me liberou para colocar aquelas que não tivessem meus sapatos pendurados como pano de fundo (o que ele tem contra meus sapatos?), por isso existe alguma foto de minha nova aparência abrindo este post. Davison, como minha mãe, sempre repete o mantra: “Vanessa, observe o fundo antes de tirar a foto”. Será que todo mundo realmente repara nisso?

Inevitavelmente, ganhamos novo fôlego ao mudar o visual, isso é coisa de mulher, não tem jeito. Acho que os homens também se revigoram quando mudam algo na aparência que faça com que se sintam mais bonitos. Nossa aparência física não é tudo, nossa beleza não pode ser apenas o exterior, mas que é importante, isso é! Se você está lutando para sair da depressão, por exemplo, uma mudança de visual ajuda muito a recuperar a auto-estima. Em contrapartida, ver raízes brancas (ou pretas) saltando no espelho faz com que, inevitavelmente, você se sinta mal, esculhambada, e comece a agir como tal. Parece imbecil? Mas é assim que nosso cérebro funciona, fazer o quê? Nunca consegui me recuperar de uma fase difícil enquanto via uma bruxinha no espelho. E se você já superou a fase difícil, nada melhor do que marcar a nova vida com um novo visual.

blond

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