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Experimente repetir a palavra “Caneca” diversas vezes seguidas. Em determinado momento, ela lhe parecerá estranha, você mal entenderá o que significa. Da mesma forma, de tanto algumas palavras serem repetidas em um contexto religioso, elas acabam perdendo o sentido para quem as ouve. É como se caíssem no setor religioso do cérebro humano, uma vala na qual todo raciocínio desaparece. As palavras se tornam meras repetições desprovidas de sentido.

A palavra “fé” tem andado tão atrelada ao contexto religioso, que muitas pessoas não entendem do que falamos. Ouvem “fé” e já pensam que é sinônimo de “acreditar em Deus” ou mesmo de “religião”! A fé emotiva é aquela que não faz o menor sentido. A pessoa chora na igreja, diz que acredita em Deus, mas vive mais pelo que sente. Seu coração é seu deus. Para ela, o fato de ter uma religião significa que ela tem fé. Não poderia estar mais equivocada. Biblicamente, fé é “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hebreus 11:1) Mas mesmo isso pode não fazer sentido algum quando repetido religiosamente.

Pense bem: o que é a certeza de coisas que se esperam? Você só espera aquilo que não tem, aquilo que não vê, não é verdade? Não pode esperar a chuva se já estiver chovendo. Não pode dizer que está esperando o táxi se já estiver dentro dele.

O natural diante de algo que se espera é a incerteza. Ter certeza de algo que se espera, é ir além do natural. Para conseguir ter certeza do que espera, essa certeza precisa estar fundamentada em algo muito sólido. Se alguém em quem você confia muito promete alguma coisa, você vai ter certeza de que aquilo irá acontecer. Essa certeza estará fundamentada na palavra daquela pessoa, na confiança que você tem de que ela não mente.

O que é a convicção de fatos que não se veem? Como você pode ter convicção de que passou no vestibular enquanto não vir seu nome na lista dos aprovados? Como pode estar convicto de que está curado enquanto não vir o resultado dos exames?

O natural diante de um fato que não se vê é a dúvida, a desconfiança. Ter convicção de um fato que não se vê, não é natural. Um fato é algo real. Porém, como pode ser real sem poder ser visto? Para que você creia que algo é um fato, ou você viu ou soube por alguém em quem confiava.

Então, no final das contas, tanto a certeza do que se espera quanto a convicção do fato que não se vê estão intimamente conectadas à confiança na palavra de alguém. Essa palavra precisa ter credibilidade para você, ou não será possível sustentar a sua certeza nos momentos em que, além de não ver o que espera, você vir o contrário do que espera.

Quando você espera que as coisas melhorem, mas só vê piorar, por exemplo. Se a palavra de quem prometeu que as coisas melhorariam não tiver credibilidade para você, certamente a dúvida vai se instalar. E a dúvida corrói a certeza, traz a ansiedade, o medo, o desespero…

A fé é essa certeza, fundamentada na confiança que você tem no fato de que Deus não mente. E na credibilidade que a Palavra dEle tem para você. Por isso, quando se deixa levar pela dúvida, pelo medo e pelo desespero, você não está usando a sua fé. Não está colocando em prática a melhor arma que você tem. Essa certeza é a conexão entre você e Deus. É essa certeza que faz com que Ele possa agir em sua vida.

Não adianta frequentar uma igreja, fazer orações, jejuns, promessas e outros rituais religiosos se não confia no que Deus prometeu. Não adianta acreditar na existência de Deus. Acreditar na existência de Deus não muda a vida de ninguém. Ainda que a pessoa diga que não acredita na existência de Deus, se der crédito à Palavra dEle, será ouvida e respondida. Há mais chance para um agnóstico ou um ateísta sincero do que para religiosos que não querem abrir mão da fé emotiva.

A única maneira de superar os limites, de se libertar do pensamento religioso e ter uma vida que faça sentido é apertar o botãozinho que liga o cérebro e aprender o que é, de fato, viver pela fé. Dê crédito DE VERDADE à palavra dAquele a Quem você diz seguir

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