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Dia desses alguém fez essa pergunta no Facebook, mais especificamente nos comentários da transmissão de uma reunião do Bispo em que ele falava sobre a necessidade de se entregar 100% a Deus. O post de ontem no blog dele também falava sobre isso, que muita gente não nasceu de Deus porque ainda não se entregou. Hoje, relendo “Somos todos filhos de Deus?”, encontrei o seguinte trecho:

“[…] o Espírito Santo não pode gerar uma nova vida em alguém que não morreu. Ninguém pode viver duas vidas simultaneamente. […] A vida do homem não é como uma roupa ou um objeto qualquer, cujo dono pode manter o velho e comprar um novo. […] A morte a que nos referimos aqui não é uma morte física, mas espiritual.” (p.75)

Acho que nada resume melhor a questão da entrega total de vida do que essa analogia. Como uma pessoa morre? Ela fecha os olhos e todos os músculos de seu corpo se relaxam. Todas as funções do corpo são interrompidas. Você olha para aquele corpo e claramente não tem mais ninguém ali dentro. A pessoa partiu e deixou o corpo para trás. Não vai se ofender nem se você falar mal dela na frente do caixão.

Ela não tem mais nada. Suas vontades, mágoas, invejas, amantes e comportamentos nocivos morreram com ela. Não tem mais casa, carro, dinheiro, posição social.

Da mesma forma, quando nos entregamos ao Senhor Jesus 100%, morremos para nossa antiga vida. Não apenas para as atitudes erradas que tínhamos, mas para tudo. Aprendemos a dizer “não” a atitudes e pensamentos que antes pareciam tão impossíveis de controlar.

É isso que acontece com quem “morre” espiritualmente falando: você não se importa em mudar sua maneira de pensar, de falar, de agir, de viver e de reagir. Você não se importa mais com essas coisas ou com o que tem, o que é ou o que vai ser. Está disposto a entregar todas essas coisas e deixar de querer fazer do seu jeito ou controlá-las. Você se rende. Você sacrifica seus traumas, suas mágoas, seus medos, afinal de contas, agora está morrendo e nada disso tem valor. Não se angustia pelo futuro, pois mortos não se preocupam com isso. Sabe que é o fim dessa jornada e que uma nova jornada está para começar. É assim que se morre para a velha vida.

Então, Deus vem com o Seu Espírito e nos faz nascer de novo. Nos dá nova vida. Novo caráter, novos padrões, novos valores. Porque morremos para nós mesmos, Ele tem espaço para entrar e gerar uma nova criatura no lugar daquela que você decidiu matar.

Quando eu era a velha criatura, pensei várias vezes em suicídio. A vida dentro de mim era tão insuportável que eu queria morrer. Até o dia em que me dei conta de que não queria morrer, queria viver de outro jeito. Queria ser feliz, ter paz e encontrar descanso para a minha alma. Como escrevi em um post, algum tempo atrás, a respeito da Vanessa de 18 anos:

“Aquela menina queria tanto morrer que conseguiu, da maneira mais inteligente possível. Hoje eu vivo no lugar dela, porque Ele vive em mim.”

#JejumdeDaniel #Dia4

 

Leitura complementar:

Por que não recebi o Espírito Santo?

Resenha do livro Somos todos filhos de Deus?

Abrindo mão da própria vida

PS: Medite um pouco sobre isso. Amanhã conversaremos mais a respeito.

PS2: Sobre o “Somos todos filhos de Deus?” — Já li esse livro umas duzentas vezes, mas quando você relê algum livro que leu há mais de um ano, percebe coisas que não percebeu na leitura anterior, porque a gente muda muito pelas experiências que passa em um ano (na verdade, seis meses depois a visão já é outra, nem precisa esperar um ano…).

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* Estamos em uma jornada de 21 dias de jejum de informações e entretenimento chamado Jejum de Daniel. Durante esses dias, os posts no blog serão voltados exclusivamente para o crescimento espiritual. Leia este post para entender melhor.

** Para quem não acompanhou ou para quem gostaria de rever os posts das edições anteriores do Jejum de Daniel neste blog, segue o link da categoria: https://www.vanessalampert.com/?cat=709 .

4 Comments on Como se entregar 100%?

  1. Há um tempo atrás eu entrei em conflito, comecei a não me reconhecer. Não me reconhecia em nada que eu fizesse, no meu jeito de falar, de lidar com as pessoas e o meu comportamento em qualquer situação, eu estava muito incomodada com a minha pessoa. Também estava sofrendo com estresse e ansiedade, e olhando para dentro de mim entendi aquilo como um apelo desesperado da minha alma, reconheci que preciso nascer de novo.
    Trabalhei muito na minha mente para entender que esse nascimento envolve um processo, não é um acontecimento isolado.
    Estou nesse processo de reconhecer quem eu sou e mudar minhas atitudes, e sobretudo limpar meu coração e vigiar meus pensamentos, e algumas vezes ou na maioria das vezes esse é um processo muito doloroso e difícil, outras vezes nem sei bem como lidar comigo mesma (me corrija se estiver errada). Pra mim tem sido mais do que morrer, eu estou me matando, aos poucos e voluntariamente.
    Eu decidi morrer, mas no outro dia quando acordei, minhas duvidas, mágoas, angústias, medos, minha maneira de agir, falar, enxergar as pessoas, meus complexos, a preocupação com o futuro, ansiedade e estresse, ainda estava tudo aqui, ainda está! E tenho que lidar com isso todos os dias, o que realmente mudou foi a maneira que estou lidando com todas essas coisas, aliás, aos poucos vou descobrindo coisas velhas sobre mim e pedindo a Deus para me ajudar a trabalhar nestas coisas. Tem sido uma luta muitas vezes reconhecer meu erro e abandona-lo sem permitir o gremilin me acusando por não ser perfeitinha.
    Tenho sim muito medo de estar fazendo tudo errado e só descobrir isso depois (estou na igreja desde criança e ainda não nasci de novo nem tenho ES), mas estou lutando contra esse medo, me forçando a crer. As preocupações com a minha vida financeira, as coisas que tenho que fazer, pagar, me sufocam e entristece e as vezes preciso parar tudo e correr para Jesus, mandar o coração calar a boca e seguir em frente. Tem certas coisas que entrego á Deus umas três vezes ao dia me recusando a viver preocupada com tudo o tempo todo, e quando li 2 Timoteo 2;4, estou lutando para colocar em pratica.
    Mas é isso que quero entender, às vezes me sinto forçada, fingida por ter que trabalhar tanto para conseguir colocar em prática aquilo que Deus tem me mostrado, não estou desesperada, sofrendo e gritando por socorro, mas estou consciente de que preciso do novo nascimento, e essa Danuza que sou agora me incomoda cada vez mais. Ou melhor tenho andado desesperada sim, mas por outros motivos e simplesmente não tenho conseguido confiar e descansar enquanto busco a salvação da minha alma.
    No final das contas ainda me sinto longe de Deus, com todo esse “trabalho” e inquietações, porque as minhas orações parecem frias e pensadas demais, mas tenho esperança de que essa mudança, essa nova Danuza vai chegar, vai nascer.

  2. Ótimo post! Realmente, se pararmos para pensar, é assim que acontece. A pessoa simplesmente se desliga desse mundo (da sua carne) e começa a viver em uma ‘nova dimensão’. O que antes lhe chamava atenção, agora parece não ter mais graça e o nosso maior interesse passa ser fazer a vontade de Deus

  3. A analogia que me faz compreender melhor sobre o novo nascimento é a do literalmente “morrer”.Quem morre não morre apenas para os antigos hábitos,mas morre pra si,para absolutamente tudo e Deus nos dá essa oportunidade -mas com a vantagem de continuarmos vivos.Obrigada pelo post,esse assunto sempre me intrigava,estar viva mas agindo como se estivesse morta.Se bem que é nessa entrega que acontece o Novo Nascimento…enfim,obrigada mais uma vez!
    Bjoos

  4. Quando você diz, “[…] o que você deixaria para trás se morresse é exatamente o que precisa deixar para trás para nascer de Deus e receber o Espírito Santo, vivendo uma nova vida neste mundo.” isso faz toda diferença para mim.

    Me fez parar instantaneamente e começar a pensar no que eu deixaria para trás se eu morresse. Acho que vou gastar um tempo pensando sobre isso. Foi mesmo de grande ajuda.

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