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Falei no post anterior sobre o livro Casamento Blindado 2.0 e estava pensando no quanto o fato de não saber o que é o verdadeiro amor prejudica a vida espiritual das pessoas. Cansei de ver crentes (e outros nem tão crentes) por aí dizendo que Jesus pregava o amor no sentido de que ele pregaria encobrimento de erros ou que tinha peninha das pessoas. Quando ouvem que Deus é amor, por exemplo, já esperam que Ele seja puro sentimento e se confundem ao ver tanto mal no mundo, sem entender como um deus-sentimento poderia permitir tanta coisa ruim (sim, porque um deus-sentimento jamais conseguiria dar liberdade de escolha às pessoas, ele brincaria de marionetes com todo mundo, em nome do “amor”).

Outras ficam com sentimento de culpa por se entregarem para Deus por interesse próprio, querendo resolver seus problemas e se livrar da velha vida, em vez de buscá-LO por amor, como se fosse possível amar a Deus sobre todas as coisas e com toda a nossa força antes de saber algo sobre Ele. Infelizmente, ninguém chega a Deus morrendo de amores por Ele. E Ele já sabia que seria assim, tanto que sua relação com o homem sempre começa com Ele oferecendo alguma coisa que supra a necessidade humana. Quando se apresentou à Moisés, deu-lhe poder para operar alguns sinais que fariam o povo crer no que ele dizia. Do mesmo modo, o primeiro contato de Jesus com o povo sempre era por meio de algum milagre.

E é claro que Ele Se incomoda quando o relacionamento não evolui e a pessoa, na fase em que deveria estar se interessando por quem Ele é, ainda está focada apenas naquilo que Ele pode dar, sempre mais atraída (ou distraída) por outras coisas e pessoas. Em vários pontos da Bíblia Ele deixa isso claro. Porém, também faz questão de Se revelar, dizendo Quem Ele é e como Ele é, para que a pessoa consiga conhecê-lo e aprender mais a respeito dEle. Ou seja, já temos todos os recursos disponíveis para buscá-LO e conhecê-LO: a fé, a Bíblia, o Espírito Santo (que está conosco mesmo antes de estar dentro de nós) e a nossa inteligência. Basta só colocar esses recursos para trabalhar em conjunto.

O Amor Inteligente abre os nossos olhos para o que é o amor de verdade e conseguimos diferenciá-lo do amor pirata, falsificado e vazio, que o mundo nos apresenta nos filmes, novelas e livros. O falso amor é puro sentimento descontrolado e instável. Completamente diferente do amor capaz de manter um casamento feliz, uma família estruturada e o relacionamento com Deus. Porque enquanto a pessoa acha que amor é só sentimento e espera ter esse amor por Deus, a vida dela fica bem complicada. Como amar quem não conhecemos? Ninguém chega morrendo de amores por Ele. A gente se entrega a Ele porque cansou de sofrer e quer uma nova vida. O amor vem depois. Aliás, sobre o que é o amor como amar:

“O primeiro passo é saber que a única maneira de se amar uma pessoa é conhecer mais a respeito dela. Muitos pensam, erroneamente, que amor é um sentimento. Amor produz sentimentos bons, sim, mas não é um sentimento em si […] Amar não é sentir. Amar é conhecer a outra pessoa, admirar o que você conhece dela e olhar seus defeitos positivamente. Se nos dedicarmos, podemos aprender a amar praticamente qualquer pessoa ou coisa” (Casamento Blindado 2.0, p 14).

Conhecer para aprender a admirar o que você conhece de Deus é o primeiro passo para amá-LO como Ele merece. Mas atenção: conhecer o Deus VERDADEIRO e não a imitação barata que o mundo ou as religiões nos oferecem. Não o deus vingativo, punitivo e mimado; não o deus permissivo e que não está nem aí com ninguém; não o deus sentimental com o coração para fora do peito e cara de coitado que alguns penduram na parede; aliás, não um deus pendurável na parede. Se realmente se dispuser a conhecer Deus por quem Ele é, apague da sua mente a imagem daquele deus distante e esquisito e se prepare para conhecer Alguém tão extraordinário como você nunca imaginou que fosse possível.

 

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#JejumdeDaniel #Dia15

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Estamos em uma jornada de 21 dias de jejum de informações e entretenimento chamado Jejum de Daniel, de 14 de agosto a 3 de setembro. Durante esses dias, os posts no blog serão voltados exclusivamente para o crescimento espiritual. Leia este post para entender melhor.

** Para quem não acompanhou ou para quem gostaria de rever os posts das edições anteriores do Jejum de Daniel neste blog, segue o link da categoria: https://www.vanessalampert.com/?cat=709 .

4 Comments on O amor vem depois

  1. Faz uma grande diferença na vida das pessoas saber diferenciar o amor verdadeiro do “sentimento”, pois este é instável e passageiro, enquanto aquele, apesar de exigir sacrifício, produz bons frutos e é constante…(além de que com o tempo o sentimento aparece rs).Obrigada pela explicação!
    Bjos!

  2. Olá!
    Sabe, na iurd eu comecei a aprender e descobri que é possível conhecer Deus pessoalmente. Agora, lendo seu texto, penso em como essa revelação é espetacular!
    No passado eu já ouvia que deveria
    amá-Lo acima de tudo, mas não sabia como fazer isso, por causa da religião eu ignorava a vozinha que perguntava lá no fundo: “Como amar alguém que não conheço, que parece tão distante da minha realidade?” Agora sei que essa pergunta faz todo sentido, na época espantava logo o pensamento, imaginando que desagradava a Deus…
    Ainda não O conheci pessoalmente, mas estou buscando isso.
    Devo dizer que essa partezinha, que fala sobre a pessoa se sentir culpada por buscar a Deus desejosa de mudar de vida, me ajudou um bocado, pois era o me caso! Obrigada por seus textos lúcidos, pela linguagem simples… Faz as coisas espirituais não parecem um “bicho de sete cabeças”, sabe?

    ps: Me identifico contigo, com o amor pelos gatinhos, escrita, livros…

  3. “Outras ficam com sentimento de culpa por se entregarem para Deus por interesse próprio, querendo resolver seus problemas e se livrar da velha vida, em vez de buscá-LO por amor”

    Eu era um dessas pessoas, que carregava esse sentimento de culpa constantemente, por não “sentir” amor por Deus. Sempre tive uma enorme dificuldade de acredita no amor de Deus por mim, e até tinha receio de orar por pensar que Deus não gostava de me ouvir, ficava imaginando Deus revirando os olhos e respirando fundo toda vez que eu ia falar com Ele, isso atrasou muito minha vida, doze anos para ser mais exata, passei doze anos assim, acreditando que Deus não me amava, não gostava de mim e me sentindo culpada por existir, pior, achando que os padrões Dele eram altos demais. Pra falar a verdade eu ouvi isso em algum lugar; ‘ os padões de Deus são mais altos que os seus’, com isso acreditava que não importava o quando eu tentasse eu nunca alcançaria esse padrão com isso, eu já buscava na certeza de que não ia receber nada de Deus.
    Há um ano atrás se não me engano li um livro que falava sobre o quanto o relacionamento com o nosso pai terreno pode influenciar no nosso relacionamento com Deus ( tem gente que vai achar isso absurdo), eu me avaliei e vi que de fato eu via Deus atrasves das referencias que tinha do meu pai, mas Danuza você nunca leu a biblia? Lia sim, mas acreditando que Deus jamais me revelaria algo atraves de Sua Palavra. Só então eu comecei a orar e atrabalhar para deixar de ver a Deus atraves da referancia que eu tinha de pai terreno. E pra mim ainda é um exercicio constante, crer que Deus me ama e esse amor independe de quem eu sou, ou do que eu faço. Porque eu também alimentei uma fé nas minhas obras, se eu jejuasse, orasse e lesse muito a biblia durante a semana eu estava bem com Deus e me sentia mais confortavel para buscar, mas se algo acontecesse e eu não jejuasse, ou orasse um poco menos naquela semana pronto, na minha cabeça Deus não me amava mais e nem pudia me atrever a falar com Ele.
    Nos ultimos meses recebi duas bençãos como nunca na minha vida, da maneira que eu vivia, não alcançava nada, nenhuma resposta. Quando vi Deus me abençoar fiquei procurando um morivo e comecei a me perguntar, o que será que eu fiz? Tentei rememorar os dias anteriores á aquela resposta e não encontrei nada de especial e então passava os dias com medo de perder aquilo já que nada tinha feito para merecer. Até que minha irmã me disse ter lido algo que dizia que devemos crer que Deus é bom e por isso Ele nos abençoa.
    Até hoje ainda acordo pedindo a Deus que me ajude a perceber o amor Dele por mim, e volta e meia me pego tentando encontrar algo que eu tenha feito que possa ter motivado Deus a me abençoar.
    Agora também sei que não sentirei uma paixão avassaladora por Deus, mas eu posso tomar a decisão consciente de busca-Lo, e persistir crendo que Deus é galardoador dos que O buscam. E no dia que eu O encontrar também vou encontrar a minha identidade em quem Ele é, e conhecerei o amor de verdade.

    Uma amiga minha sempre me diz que ter jesus é muito facil e simples, e que eu estou complicando tudo. Vanessa, é facil mesmo? Poque a sensação que tenho é de que é um processo longo e ardiloso.

  4. É exatamente o que estou desde domingo a pensar, Vanessa! Uma pessoa incrédula chegou a me dizer que não tenho amor porque não demonstro e não sinto pena das pessoas pecadoras, na demonstração de gestos que envolvem sentimentos e fazem a pessoa se afundar cada vez mais. O amor que nos leva a pensar e decidir amar o amor como ele é, é revolucionário e transformador! Seu texto disse exatamente o que eu pensei, Vanessa. 🙂

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