Preciso explicar meu súbito desaparecimento. Sim, também foi súbito para mim. Recebi uma intimação para comparecer a uma audiência que aconteceria dois dias depois, em Campo Grande. Como eu estava sendo acusada de ser a autora do delito (vejam só que coisa chique!), era obrigada a ir. Foi só o tempo de arrumar as malas, entrar em contato com meu irmão para comprar minha passagem com um módico desconto de irmã de Comandante, organizar o que tinha de ser organizado para não atropelar prazos de ninguém e sair correndo. Yes, lá fui eu para Campo Grande, por obra e graça (muita graça, aliás), da minha prima paranóide, a Lelé, que é processomaníaca. Lelé registrou ocorrência por “descumprimento de ordem judicial”. Veja como o negócio é esquisito: como descumprir ordem judicial que não existe? Não há nenhuma ordem judicial em nome de Lelé que eu pudesse descumprir, nem se eu quisesse. Mas pelo visto é possível registrar uma ocorrência que não tenha ocorrido.

Bem, ao chegar lá, nada da minha “vítima” comparecer. Well, se o autor não aparece, ele se ferra. Se a vítima não dá as caras, nada acontece. Lendo o processo, tanto o juiz quanto a promotora entenderam do que se tratava (e não posso detalhar aqui, por razões óbvias), e decidiram pelo arquivamento, pois eu não havia feito nada de errado. Fiquei mais duas semanas por lá porque mamãe estava em uma correria de levar vovó para médicos, exames, levar exames para os médicos, vovó teria de fazer uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino grosso, enquanto ele ainda está pequeno (limitado) e não fez metástase. A cirurgia poderia acontecer a qualquer momento, aguardando apenas que o oncologista (cirurgião) definisse a data, e mamãe precisava de alguém para dirigir o carro, pois ela não dirige, e o rapaz que dirige para ela estava viajando (férias). Assim que ele voltasse, eu retornaria. Ufa!

Posted by Vanessa Lampert

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