O filme Nefarious e a batalha pela mente humana

Grande lançamento de 2023, terror psicológico cristão surpreende ao revelar as estratégias do mal

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O filme Nefarious tem gerado grande curiosidade no Brasil e no mundo. E como vai entrar no catálogo do Univer a partir do dia 9 de dezembro, muita gente quer saber se vale a pena assistir. Com direção e roteiro de Chuck Konzelman e Cary Solomon, o filme é baseado no romance A Nefarious Plot, de Steve Deace. Um psiquiatra, Dr. James Martin, é chamado para avaliar a saúde mental de Edward Brady, um serial killer que está no corredor da morte, com execução marcada para aquela noite. Seu objetivo é saber se o homem tem alguma doença mental que o impeça de ser executado. A hipótese diagnóstica dada pelo psiquiatra anterior é transtorno dissociativo de personalidade (antigamente conhecido como múltiplas personalidades). Um laudo definitivo impediria a execução.

Edward afirma que é um demônio e que seu nome é Nefarious. Mesmo sendo ateu e não acreditando que está falando com uma entidade espiritual, o psiquiatra embarca na conversa e tenta analisar o estado mental de Edward conversando com Nefarious. O demônio, por outro lado, parece estar no controle da situação, querendo se livrar logo de Edward e cooptar James para um plano maior.

O filme é centrado no diálogo entre os dois. Lembra um pouco a ideia do livro Cartas de um diabo a seu aprendiz, de C. S. Lewis, no sentido de revelar as estratégias do mal sob o ponto de vista de um demônio, o que joga uma luz diferente sobre o nosso dia a dia. Por exemplo, em certo ponto, Nefarious explica a James que a possessão demoníaca é um processo, e isso nos revela muito sobre o trabalho do mal sobre os pensamentos, tentando manipular vontade, ações e reações humanas. Ele diz que para entrar na vida de alguém, precisa que a pessoa abra pequenas concessões para que ele ganhe direitos sobre ela.

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Só precisa dizer “sim” às sugestões que ele der. E isso é bíblico. Quando a pessoa obedece à voz do mal, ela automaticamente se afasta de Deus. Não importa o tamanho da obediência. Não se pode servir a dois senhores. Se você diz sim para um, estará obrigatoriamente dizendo não para o outro.

A ficha de Edward o descreve como um grande manipulador, mas quando o verdadeiro Edward conversa com o médico, vemos um homem quebrado e confuso, com a mente embotada e totalmente oprimido pela personalidade de Nefarious. É realmente o que aconteceria a alguém que permitisse total acesso da sua mente ao mal — o verdadeiro manipulador.

Uma coisa, no entanto, me trouxe profunda angústia. Tive muita vontade de atravessar a tela, colocar a mão na cabeça de Edward e, usando o nome de Jesus, expulsar aquele demônio. Que agonia assistir Edward sendo torturado e usado daquela forma! E isso me levou a ver claramente a importância do trabalho espiritual feito pela igreja nos presídios.

O que Nefarious faz com Edward no filme é um pouco do que o mal quer fazer com todo mundo. Mas imagina, alguém trancado em uma cela 24 horas, em um lugar infestado de demônios, sem acesso ao mundo externo, sem ter quem ore por ele, sem uma Bíblia… que chance pode ter? E se o principal responsável pelo mal e pelas escolhas erradas que as pessoas fazem é um ser que não morre, de que adianta querer que as pessoas usadas por ele morram? Como saber quem Edward seria sem Nefarious?

Uma das maiores qualidades do longa é tratar do tema de uma forma o menos religiosa possível. A palavra “demônio” evoca imediatamente uma imagem religiosa, mas se esses seres existem, eles não têm a ver com religião, e sim com a realidade. Não acreditar em algo que existe, não faz com que deixe de existir. Só faz com que não saiba como se defender.

Na minha opinião, Nefarious não é sobre possessão demoníaca, é sobre a ação do mal na sociedade, sobre guerra espiritual e sobre o principal campo de batalha dessa guerra: a mente humana. E mesmo que você não acredite, seria interessante pensar: “e se fosse verdade… faria sentido?”. E sim, faz.

Não é um filme de terror — gritaram alguns críticos. Como não? Um filme que se passa inteiro na entrevista a um demônio, ou seja, a um ser exclusivamente maligno, é puro terror. Tudo o que existe de pior neste mundo, vem dessas criaturas.

O problema é que você se dá conta de que, se Nefarious é um filme de terror, a vida humana nesta terra infestada de demônios também é. E não tem muito o que possamos fazer além de, ainda nesta vida, fazer a escolha certa para sair dos domínios do mal, para que Deus possa nos defender. É a única forma de garantir que passaremos a eternidade bem longe de qualquer coisa parecida com o que Nefarious e seus comparsas fizeram por aqui.

Há muito tempo eu não via um filme tão inteligente. Mesmo sendo cristão, o filme tem o cuidado de usar uma linguagem compreensível a quem não é, e de não estereotipar o pensamento contrário (embora possa irritar a alguns militantes mais radicais). Mas escancara a verdade. Vale muito a pena ver. Aproveite que vai estar no streaming e assista duas, três vezes, prestando atenção aos detalhes. Garanto que vai abrir seu entendimento.

 

 

PS. Assista ao trailer e saiba como assistir ao filme no final desta página no blog do Univer: https://www.univervideo.com/blog/post/filme_nefarious_batalha_mente_humana 

Será que é possível?

Estava meditando na passagem de Ezequiel 37.1-6. O profeta narra o momento em que Deus o coloca no meio de um vale cheio de ossos.

“Veio sobre mim a mão do SENHOR, e Ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos. E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos.”

Perceba a imagem. Havia muitos ossos naquele vale, ele diz que eram “mui numerosos sobre a face do vale”, ou seja, praticamente um “mar de ossos”. E, segundo o relato, não estavam apenas secos, mas sequíssimos. A julgar pelo restante do livro, Ezequiel não me parece ser uma pessoa muito dramática, que usa superlativos à toa. Ele só diria que os ossos estavam sequíssimos se realmente estivessem assim. Já deveriam estar rachados, esfarelando, em uma situação além de qualquer esperança. Estavam prestes a virar pó. Então, diante daquela situação irreversível, Deus pergunta:

“E me disse: Filho do homem, porventura viverão estes ossos? E eu disse: Senhor Deus, Tu o sabes.”

Olha que coisa linda. Ezequiel já conhece tanto a Deus que nem se arrisca a dizer “é impossível”. Ele sabe que Deus é surpreendente. Quando Deus faz uma pergunta cuja resposta (humanamente falando) seria: “é impossível”, a pessoa que conhece Deus de verdade e que está olhando as coisas sob o ponto de vista certo só poderia responder: Senhor Deus, só o Senhor sabe. Só Ele sabe o que é possível e como é possível.

Só Deus tem autoridade para dizer se algo é ou não possível. O gerente do banco não tem autoridade para isso, o amigo não tem autoridade para isso, o especialista x ou y não tem autoridade para isso, o advogado não tem autoridade para isso, o juiz não tem autoridade para isso, o médico não tem autoridade para isso. Seus pensamentos negativos não têm autoridade para dizer que algo é impossível, que não tem jeito ou que você não vai conseguir. Ninguém pode dizer que algo é impossível, nem o profeta se atreveu!

A resposta de Ezequiel é a resposta de alguém que está na dependência de Deus. É a resposta de quem sabe que Ele trabalha em outra dimensão, que a realidade, quando está nas mãos dEle, pode ser dobrada ou desdobrada do jeito que Ele quiser. Quando a gente confia em Deus, sabe que pode esperar dEle o impossível.

“Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor DEUS a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei nervos sobre vós e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que Eu sou o Senhor.”
Ezequiel 37.1-6

Então essa era a diferença de Ezequiel: Deus já tinha colocado nele o Espírito. Por isso ele conhecia Deus, sabia quem Deus era e sabia o que esperar dEle. Ao ver uma situação aparentemente impossível e ser confrontado com aquela pergunta: “filho do homem, porventura viverão estes ossos?” a única resposta que Ezequiel poderia dar era a que ele, de fato, deu: Senhor Deus, TU o sabes.

Não sei você, mas eu nunca mais vou ver uma situação aparentemente impossível da mesma forma. E nunca mais vou responder a uma dúvida com medo. Diante de um “será que vou conseguir?” direciono a resposta a Deus: “Senhor Deus, TU o sabes“. E que Ele dê a resposta diretamente ao problema, para que eu possa profetizar a Palavra que traz à existência o impossível.

 

 

 

PS. Este post foi publicado originalmente em 2018! Mas a Palavra de Deus é atemporal. E diante do propósito do vale de ossos secos, me lembrei desta palavra que Deus me revelou e que tem me acompanhado desde então. Às vezes tudo o que a gente precisa é lembrar do que Deus já nos disse.