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Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

 

Para quem chegou agora: este post faz parte de uma série de posts que escrevi para analisar um texto que a Andressa Urach publicou dizendo que saiu da Igreja Universal. É importante que você leia os outros posts da série, para entender o contexto. Clique nos links para ler, depois volte aqui: 

Clique para ler a parte 1 – O post dela completo, quem sou e por que escrevo

Clique para ler a parte 2 – Pequeno parêntese sobre o post de sexta

Clique para ler a parte 3 – Por que acho que ela nunca teve o Espírito Santo

Clique para ler a parte 4 — Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Clique para ler a parte 5 — Quando se perde a visão espiritual

Como já disse, escrevo como membro da Universal (sou membro há 20 anos) e também como leitora dos livros dela, que, como tantos outros leitores, acabou se sentindo um tanto quanto “enganada” pela autora. Sou membro desde 2000 e trabalho para a Igreja (tendo passado pela Folha Universal e Unipro) desde 2011 (estou de licença desde 2018 para tratar de um problema de saúde), então estou falando de algo que conheço bem. Não é minha intenção falar mal da Andressa, mas analisar sua atitude (por meio do texto) de modo racional e à luz da Verdade.

 Como eu também disse, minha intenção não é defender a Igreja, porque Deus a defende, mas neste post eu achei importante dar testemunho do que tenho visto e vivido nos “bastidores da Igreja Universal”, porque quem sai inventando coisas não tem vergonha de falar do que inventam, por que nós teríamos que ter vergonha de testemunhar da verdade?

 Vamos a mais um trecho do texto da Andressa:

“Se eu falasse tudo que aconteceu cmg nesses últimos anos vocês se escandalizariam e eu teria virado ateia.”

Esta foi uma das frases que me fizeram mudar de ideia quanto à minha opinião anterior, de que não devemos falar de quem saiu. As pessoas têm uma facilidade muito grande em acreditar na opinião negativa de alguém. Não têm prova alguma, não sabem o que se passa no coração da pessoa, não sabem se a pessoa está inventando alguma coisa por desejo de vingança ou para não parecer a errada da história, mas mesmo assim apostam todas as suas fichas nas palavras do difamador, mesmo que isso os faça ficar com maus olhos e lhes custe a Salvação.

É da natureza humana caída, essa tendência de achar que o mal é verdade e, se algo é bom, é invenção. Então, vou dar minha contribuição para quem quer conhecer o outro lado. Ao contrário do que diz a Andressa, se eu falasse tudo que aconteceu comigo nesses últimos anos, vocês ficariam ainda mais firmes na fé.

 Se Andressa ainda tivesse alguma credibilidade comigo, a teria perdido nessa frase aí. Como eu disse, já fui obreira (antes que alguém me venha com: “ah, mas é porque você é membro e não obreira). E, já como ex-obreira, trabalhei por SETE ANOS na igreja Universal, em contato direto com bispos e pastores, inclusive com a liderança da igreja. E nunca vi nada que me fizesse virar ateia e que escandalizaria vocês se eu contasse. MUITO PELO CONTRÁRIO! Por esses anos que trabalhei tão próxima dos bispos e pastores, eu amo a igreja Universal mil vezes mais do que jamais amei. Vi esses homens trabalhando dia e noite com o único objetivo de ajudar as pessoas. Morando na igreja, dirigindo carro da igreja, não tendo nada para si, com um mísero dia de descanso por semana. Vi os bispos e pastores atendendo — a mim e a outras pessoas — com toda a atenção, a qualquer hora do dia, interessados exclusivamente em ajudar.

  Vi o Bp. Cucato, em Porto Alegre, usar seu dia de descanso para visitar meu sogro na UTI, quando poderia perfeitamente ter mandado um pastor no lugar. Vi o Bp. Renato e a Cristiane colocarem todo o conteúdo do curso de 300 reais em um livro de 20 reais e, quando eu, que já tinha feito o curso, li o que eles estavam escrevendo no livro e questionei, ele disse que não poderia deixar de passar tudo o que as pessoas tinham que saber para salvar seus casamentos.

 Vi o Bispo Macedo pedir para o Bp. Renato abrir o Templo de Salomão uma semana antes da inauguração para que o meu marido recebesse uma oração diante do Altar na véspera de uma cirurgia dificílima com risco de morte. Eu não pedi, nem imaginei uma coisa dessas, só dei a informação da cirurgia (até porque eu teria que ficar com ele, e não poderia trabalhar naqueles dias) e pedi que orassem por nós. Eu era um entre milhares de funcionários, nunca fiz nada demais que justificasse um cuidado desses. 

Vi a Méuri, na véspera da inauguração do Templo (quem participou dos preparativos sabe a correria que foi), ir ao hospital me visitar enquanto o marido dela, Pr. Emerson, orava pelo meu marido na UTI. Ela não faz ideia do quanto eu precisava daquela visita. No meu sentimento, meu marido na UTI era a repetição da experiência assustadora de oito anos antes*, e eu estava sozinha em São Paulo. Geralmente me aguento bem sozinha, não sou do tipo de pessoa que precisa de uma multidão ao redor, mas aquele dia eu precisava de um apoio e Deus a enviou para cuidar de mim.

Vi o cuidado da D. Ester desde quando fui entrevistá-la pela primeira vez e ela se preocupou em saber se eu havia comido, como se eu fosse sua filha — e ela nem me conhecia. Cuidado esse que se repetiu em várias outras ocasiões em que ela me ajudou com uma palavra. E vi seu cuidado não só comigo, mas, com cada texto que ela escrevia para a coluna dela na Folhinha. Ela tinha consciência de que cada um daqueles textos era uma semente que poderia mudar a vida das crianças que lessem. Minha função era revisar os textos que ela escrevia, mas sabendo da intencionalidade de cada frase, eu prestava total atenção para que minha revisão não mudasse o sentido de nada do que ela tinha escrito, e isso me fez aprender demais! Com textos para crianças! Coisas que me ajudam até hoje. 

Esse mesmo cuidado em ajudar as pessoas com o que escrevia eu vi no  Bispo Macedo. Vi o amor dele pelas almas e a sincera preocupação em não desperdiçar a chance de falar da Salvação em cada oportunidade. Desde quando eu mandava mensagens para ele pelo e-mail que tinha no blog, ele era atencioso comigo e me ajudou várias vezes (época difícil, antes de ter o Espírito Santo). Eu vi sua preocupação com os sinceros, com os aflitos, com os perdidos. Vi seu esforço em dar o seu melhor nos textos que escrevia, vi sua dor pelos aflitos e sua euforia por um resgatado sincero.

Pode qualquer criatura deste mundo me falar mal dele, da D. Ester, do Bispo Renato e da D. Cristiane, eu NUNCA vou acreditar. Porque eu VI o amor deles pelas almas (inclusive pela minha) e posso dar testemunho disso aqui. Eu VI que eles acreditam naquilo que pregam — e vivem o que pregam. E foi do Bispo Macedo que ouvi uma frase que, para mim, resume a importância da literatura cristã — e norteia meu trabalho tanto na edição e avaliação de livros quanto na escrita dos meus próprios livros (que um dia eu termino rs): “O tempo passa, a gente vai e os livros ficam aqui, evangelizando pela gente”. Ele escreve livros para que continue evangelizando mesmo depois que se for deste mundo (eu creio que não antes do arrebatamento).

Vi o Bp. Mauricio (da administração), o Pr. Cléber (da Folha Universal) e o Pr. Eduardo (do RH) me convencerem, com a maior paciência do mundo, a cuidar da minha saúde e aceitar a licença que o médico achava que eu tinha que tirar. Esperaram eu confirmar o diagnóstico, e levou meses até que eu conseguisse um laudo (porque o médico precisa te conhecer e acompanhar o seu caso, para entender o que estava acontecendo). QUEM faz isso neste mundo? Quando contei ao Bp. Maurício, em uma reunião de trabalho, que estava doente, ele me orientou e, ao final, orou por mim e me deu um vidrinho de azeite que ele mesmo havia consagrado, para que eu usasse a minha fé, porque estava preocupado com a minha alma. Ali eu vi o amor de Jesus.

Eu estava com muito medo de parar, e confessei ao Pr. Cléber e ao Pr. Eduardo que tinha medo de deixar o trabalho e viver a doença. O Pr. Eduardo olhou para mim bem sério e disse: “você não vai viver a doença. Você vai viver a SUA FÉ! Durante esse período, é nisso que você vai se focar”. Eu carreguei essa palavra comigo, porque percebi o próprio Deus me orientando ali. Mesmo nos momentos mais difíceis, em que dava vontade de ceder à doença, aos sintomas e à aparente “realidade” da disautonomia e da Síndrome de Ehlers-Danlos (e das advogadas que queriam que eu desistisse e pedisse aposentadoria), eu me lembrava que não estava aqui para viver a doença, mas sim para viver a minha fé, me fortalecer para sair dessa mais forte, mais próxima de Deus e mais destrutiva para o inferno. 

Isso porque eu falei só desses últimos anos aqui em São Paulo. Não falei de quando eu era obreira lá em Campo Grande (MS) e o pastor Carlinhos providenciou um sanduíche, porque achou que eu estava há muito tempo sem comer (acho que sou muito magrinha, povo está sempre querendo me dar comida hahaha), ele sempre cuidava de mim, atento a quanto tempo eu estava na igreja sem voltar para casa, sem comer, sem descansar, se eu estava bem, se estava cansada. Eu não reclamava, nem dizia nada, mas ele observava e se preocupava com a gente.

E também não falei de quando eu estava em Porto Alegre, em 2004, e escrevi uma carta enorme (vocês me conhecem)  com uma foto nossa, para o Pr. João, contando que meu marido (na época era meu noivo) tinha sido diagnosticado com uma doença que, para a medicina, não tinha cura. Eu era só mais um membro da igreja, que nem coragem tinha para pedir um atendimento, só entreguei a carta e saí, esperando que ele fosse orar pela gente na casa dele. Mas no domingo seguinte, durante a reunião, ele se lembrou de mim e desceu do Altar para orar pelo meu marido. Vi ali o cuidado de Deus conosco.

Também não falei do Bp. Emerson, ainda em Porto Alegre, para quem também contei a história do problema de saúde do Davison (que estava bem mais grave na época), em um e-mail longo e detalhado (ainda bem que uma das características do Fruto do Espírito é paciência hahaha). Antes da reunião de domingo, o povo fazia fila para que ele impusesse as mãos. Quando ele nos viu na fila, conversou com o Davison, orou por ele e, desde então, toda semana perguntava como estávamos, conversava e seguia orando por nós. E muitas e muitas outras coisas que eu vivi e vi nesses 20 anos de Igreja Universal, muitos outros bispos e pastores que não citei aqui (mas que Deus conhece e sabe do bem que nos fizeram). 

É até difícil selecionar algumas coisas para contar aqui (não dá para contar tudo), e sei que cuidaram de mim porque Deus os moveu a isso e não porque eu era muito importante ou famosa (taí o Instagram para provar, que nem me deixa colocar links nos stories porque ainda não tenho dez mil seguidores — nem metade disso, na verdade — kkkk). Quero dizer isso aqui porque talvez a Andressa tenha pensado que o cuidado que tiveram com ela se deu por ela ser famosa. Na verdade, Deus cuidou dela e usou os que são dEle para materializar esse cuidado. Deus usa os bispos, os pastores, as esposas, os obreiros da sua igreja, as pessoas que estiverem por perto e forem dEle, para cuidar de você, se você deixar. E Ele mesmo vai cuidar de você, tendo ou não pessoas que Ele possa usar por perto. E vai te usar para cuidar de outros que também precisam. 

A visão que eu tenho hoje da fé e da Palavra de Deus, absorvi dessas pessoas, nesses anos que vivi e trabalhei na Igreja Universal. Não só pelo que diziam, mas principalmente pelo que eu observava de suas reações e dos detalhes — os detalhes não mentem. O que eu vi e ouvi nesses anos, nunca vou esquecer. Aula prática de cristianismo que Deus me permitiu ter. E de fé racional, de guerra espiritual nos últimos dias da humanidade. Cristianismo prático, sério, objetivo, para a salvação de almas. Foi o que eu vi nesses anos trabalhando na Universal. Talvez eu só tenha visto as coisas assim porque estava no Espírito, na mesma sintonia. Não tem como interpretar errado se você está na mesma sintonia, na mesma fé. 

Eu ficaria o dia inteiro aqui falando deles, da simplicidade, sinceridade e cristianismo verdadeiro do Bp. André (falei dele lá no Instagram), do Pr. Weslei, (do Univer), da Rebeca, esposa dele, do Bp. Guaracy, que agora está em Porto Alegre e que foi o primeiro bispo com quem trabalhei, da D. Ana Freitas, da Maria Rosas, da Carlinda Tinôco, da D. Fátima Bassini, da Nanda Bezerra, da Marelis, da Raphaela Castro, da Sandra Gouvêa, da Márcia Pires, da Stephanie Ribeiro (minha filha rs), do Bp. Miguel, do Bp. Claudio Lana, do Bp. Jadson e do Bp. Sérgio Corrêa, cujos livros acompanhei e que tiveram paciência infinita com meus atrasos, mesmo sem saber que eu estava doente (nem eu sabia). E tantos outros pastores, bispos, esposas, obreiras e obreiros com quem convivi e trabalhei, e que me mostraram o que é servir a Deus. 

Nunca conheci pessoas como essas com quem tenho convivido nos últimos anos. Obviamente, elas têm defeitos, são seres humanos, não acho que sejam pessoas perfeitas ou excelentes por conta própria, acho que enquanto estiverem buscando a Deus e obedecendo a Ele, continuarão sendo essas pessoas benignas, justas, corretas e de bons olhos, como Ele é. Como diz a Bíblia, homens (e mulheres) de quem o mundo não é digno. 

Essas pessoas mostram, em suas atitudes e reações, quem Deus é. Porque Deus existe e Sua influência na vida de quem decide se tornar dEle transforma a vida da pessoa de tal forma que ela se torna semelhante a Ele. E você pode vê-Lo não só nas palavras, mas nas escolhas, atitudes e reações de quem é dEle. E nas interpretações, no olhar, no que essas pessoas escolhem manter na mente, nos interesses e até nas opiniões delas. Se alguém se desconecta dEle, acaba saindo e perde o que tinha de melhor. 

 É o que Jesus falou, se permanecemos nEle, Ele está em nós. E é o que eu vejo nos bastidores da igreja Universal: Deus agindo. Ninguém fica tocando harpa e falando “aleluia, irmão”, fazendo reuniãozinha social; está todo mundo na guerra do dia a dia, em busca de mais uma alma para arrancar da mão do diabo e em busca de manter as almas que já foram resgatadas e prepará-las para ganhar outras almas, sem nhenhenhém. Como disse, sou crente desde que nasci e nunca vi tanta gente vivendo o que prega quanto vejo na Universal. 

 Dentro da Igreja Universal, vi gente esquisita e com maus olhos? Sim, obviamente mais entre membros e obreiros, o joio no meio do trigo, que o Senhor Jesus disse que existiria. Mas mesmo assim, poucos, se comparado ao tanto de gente esquisita, maldosa, com maus olhos, mentirosa e falsa que existe no mundo, como um todo. Entenda uma coisa: o ser humano é caído, todo lugar que existir gente, vai ter alguns problemáticos. 

 Entre os membros em geral, é complicado, porque tem todo tipo de gente, a igreja é muito grande e não tem como saber quem é quem. Já no meio dos bispos e pastores é mais difícil achar gente esquisita. Conto nos dedos de uma mão os pastores (e bispos) com quem trabalhei que percebi que eram problemáticos. Eles pareciam sempre muito oprimidos pelo sistema, que é muito certinho e organizado, porque não podiam demonstrar quem eram de fato. Desses, pelo menos dois eu sei que não estão mais na igreja (um era bispo, saiu e fundou sua própria igreja — com pose de homem de Deus injustiçado, é claro. O outro foi para a vida secular e, da última vez que soube, estava com sérios problemas espirituais). 

Os “bastidores da Igreja Universal” são muito sem graça. O pessoal pensa em trabalho o dia inteiro e o foco é ajudar as pessoas (mas isso não vende livro, não vende jornal, não atrai imprensa, não dá likes no Instagram e não dá views no Youtube, né?). Qualquer coisa que te contem além disso é invenção. A gente que vê as coisas certas lá dentro fica com vergonha de falar disso e parecer puxa-saco, até porque eles são reservados e não gostam de holofotes para si. Aí esse povo sem noção que sai inventando coisa acaba passando como os portadores da verdade.

Então, estou pouco me lixando para o que vão pensar a meu respeito. O apóstolo que escreveu a carta aos Hebreus por acaso estava puxando o saco dos Heróis da Fé ou falando a verdade? A verdade precisa ser dita. E eu estou só resumindo.

Se eles são ladrões, são os ladrões mais burros que eu já vi, que trabalham feito camelos, não têm vida própria, não desfrutam de nada que supostamente roubam, e gastam uma fortuna mensalmente, mundo afora, para sustentar essa estrutura gigantesca, aumentando os investimentos na Obra a cada ano. E ainda teriam que ser atores, interpretando um personagem fofo durante o dia inteiro, para poderem ser eles mesmos só nas pouquíssimas horas que passam em casa. E teriam que passar horas ouvindo os problemas de desconhecidos e orientando, com a maior atenção e cuidado, acompanhando essas pessoas individualmente por semanas, meses e anos até esses problemas se resolverem. Seriam os ladrões mais burros e masoquistas que existem ou que já existiram. Sinceramente, se fizessem qualquer coisa na vida, ganhariam mais. A única explicação para a vida dos pastores da Universal é o que eles demonstram ter: amor pelas almas e pela missão que receberam.

 Vamos voltar ao post da Andressa (estava até me esquecendo de falar dele rs):

“Mas graças a Deus no hospital em 2014 estive de frente com a morte e passei por uma experiência pessoal com Deus e sei que Jesus é vivo.”

Oh, que bom, se lembra de que Deus existe. Só falta agir de acordo. Esqueceu que só teve essa experiência porque tinha gente orando por ela. Esqueceu de que Deus, esse Deus que é vivo, a levou para a igreja Universal e mudou a vida dela. Ou será que Ele não estava atento quando o primo dela levou o pastor da Universal para orar por ela? Será que Deus não poderia impedi-la de ir para lá? 

 Por falar nisso, vamos lembrar de um trecho do livro “Morri Para Viver” que confirma o que acabei de relatar acima:

“Não merecia um sorriso sequer de cada obreiro. Não merecia um olhar sequer de cada senhora nas reuniões. Todos pareciam querer me ajudar. O cuidado de mãe de várias esposas de pastores. Nunca fui merecedora disso, eu sei. As orações. As mensagens de fé e confiança. As permanentes visitas no hospital. A paciência com as minhas inquietações. A atenção espiritual do Bispo Edir Macedo e de sua esposa, Ester. Chorei ao receber a visita dela no hospital. Quando entrou no quarto ao lado de Fátima Bassini, esposa do bispo Clodomir Santos, outro casal fundamental na minha recuperação, não contive as lágrimas no decorrer da conversa:

— Você vai sair desse hospital rápido. Deus vai te tirar daqui para glorificar o nome dEle. […]

Quantos ensinamentos de caráter e convicção para a vida. Ao receber o privilégio de ser atendida espiritualmente pelo Bispo Macedo, minhas certezas aumentaram. Meus olhos se abriram.

— Como o Infinito, Deus, pode habitar em nós, o finito? Somente pela sua fé pura e sincera. Se você se arrependeu e mudou de vida para valer, o Espírito Santo transforma você em uma nova criatura. Andressa, preste atenção: a sua sinceridade é tudo para Deus. — ele afirmou, convicto, olhando firme para mim.”

A questão talvez esteja aí. Enquanto havia sinceridade, Deus correspondia. A partir do momento em que as coisas passam a ser feitas pela aparência, a pessoa se afasta de Deus. E esquece de como chegou à igreja, de tudo o que fizeram por ela. Ou se esquece ou finge que se esqueceu. O Bispo Macedo e a D. Ester foram visitá-la no hospital não porque ela era famosa, mas porque Deus os inclinou para isso. Querendo ou não, o testemunho dela seria forte e ela tem o dom da comunicação, teria condições de espalhar o que Deus fez por ela para uma multidão. Como, na verdade, fez por algum tempo.

 Deus investiu nela. Colocou a igreja para cuidar dela, para recebê-la e ajudá-la. Não porque ela era alguma coisa, mas porque Ele é benigno e quis lhe dar uma nova chance. Mas a partir do momento em que a pessoa suja o coração, suja também os olhos e começa a ver tudo da pior maneira possível. Hoje ela vê esse cuidado como “se aproveitaram da minha fragilidade” e eu imagino o que Deus sente ao ouvir isso, já que foi Ele quem inclinou o coração de todo mundo para ela. Como Ele é benigno, ela continua viva e continua tendo oportunidade de aproveitar a nova chance que ganhou, até a porta se fechar. 

Mas apesar da Igreja Universal não ser o monstro de sete cabeças que alguns inventam por aí, é importante ter uma visão realista da igreja: estamos em um mundo caído, infiltrado pelo mal, e é claro que não encontraremos perfeição no meio dos seres humanos. Nem em nós mesmos, que dirá em um grupo formado por milhões de pessoas! É por isso que não gosto muito da segunda metade deste parágrafo do “Morri para viver”:

“Todos me aceitaram de braços abertos. A Igreja Universal me recebeu como uma mãe, como uma família que nunca tive. Justamente a Igreja que todos sempre atacaram e atacam. O pronto-socorro das almas. A Obra de Deus. Santa, pura, imaculada. Como demonstrar o tamanho da minha gratidão? Meu Deus, como um dia poderei retribuir tanto carinho e clemência?”

Até “o pronto-socorro das almas”, estou 100% de acordo. Eu sei que existem pessoas boas e legais, mas tenho plena consciência de que o “carinho e clemência” são do Espírito Santo. O mérito das pessoas que fazem parte da Obra — Bispos, pastores, auxiliares, obreiros e membros — é buscar e obedecer a Ele. Nisso eu os admiro demais. Mas sei que a Obra, apesar de santa e pura, não tem como ser imaculada, porque onde há seres humanos, há mácula.

 A Igreja santa, pura e imaculada é a que vai subir com Jesus, formada por cristãos de várias denominações do mundo inteiro, inclusive da Universal. Muitos dos que hoje fazem parte da Obra de Deus, seja na Universal, seja em outra denominação, não subirão com os Salvos. Eles estão aqui vivendo como joio, olhando tudo com maus olhos, acreditando em mentirosos e se associando com o mal.

Não falam pela Igreja, mas fazem parte dela aqui neste mundo e, por isso, precisamos ter consciência de que é possível, sim, encontrar gente que está em outra sintonia. Como eu disse, onde há ser humano, há problema. Muitos desses, quando são desmascarados ou quando não aguentam mais, saem falando mal da Igreja, inventando mitos baseados em suas tentativas de se justificarem.

Não dá para estranhar, as pessoas fazem isso até com Deus! Ele mesmo pergunta para Jó (que estava dizendo que Deus o estava perseguindo sem causa — atribuindo a Deus o que o diabo estava fazendo):

“Porventura também tornarás tu vão o Meu juízo, ou tu Me condenarás, para te justificares?”

(Jó 40.8)

O perigo é justamente esse: Quando a pessoa começa a sujar seus olhos, ela não sai da igreja imediatamente. Ela continua, às vezes por meses ou anos, passando para os outros sua visão envenenada das coisas. E não questiona seus pensamentos. Não questiona suas opiniões, suas interpretações. Simplesmente acredita que está certa em tudo. Condena qualquer um para se justificar. Já me afastei de pessoas de quem gostava muito por perceber que tinham esses maus olhos, essa visão carnal, e não queriam abandonar esse modo de ver as coisas. E graças a Deus fiz isso, porque é preciso proteger a fé e guardar o coração, acima de tudo. Porque no final das contas, um coração puro e uma fé sólida são essenciais à Salvação da nossa alma.

 

Amanhã publico a parte 7

Vou colocar aqui os links para os próximos posts conforme forem publicados:

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 2: o post de sexta

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 3: Será que ela recebeu o Espírito Santo? 

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

 

 Link para todos os posts da série: https://vanessalampert.com/category/andressa-urach-me-fez-mudar-de-ideia/

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PS.* Escrevi: “No meu sentimento, meu marido na UTI era a repetição da experiência assustadora de oito anos antes”. Mas essa impressão era só no sentimento mesmo, porque em 2006 ele foi para a UTI desenganado, com infecção generalizada, e em 2014 o médico só mandou para a UTI depois da cirurgia por precaução. Mas como fazer o coração entender? Só se agarrando à fé RACIONAL, que, aliás, aprendi onde mesmo? Pois é, na Universal.

PS2. Agora é que me dei conta de que meus atendimentos pastorais foram quase todos por e-mail rs. Estou em isolamento social muito antes da pandemia.

PS3. Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos, teria que escrever um livro para caber! Que difícil selecionar apenas alguns exemplos! 

PS4. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.

Somos todos filhos de Deus?

“Somos todos filhos de Deus?” (Editora Unipro), do Bispo Macedo, é um livro completo e de fácil leitura. O título é polêmico, embora um dos fundamentos do Cristianismo seja o fato de que as pessoas não nascem filhas de Deus. São criaturas de Deus e só se tornam filhas depois de nascerem de novo.

Com o passar dos anos, essa lógica parece ter se perdido nas religiões. Hoje todo mundo cresce convicto de que é filho de Deus. Poucos questionam. Então quando alguém afirma o contrário, o choque é inevitável. Mas está escrito: “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”(João 1:12). Ele não precisaria dar-lhes poder de serem feitos o que já eram, não é verdade? Deus deu ao homem capacidade de reproduzir-se e  desde então a responsabilidade de fazer ou não filhos é da mãe e do pai. Nascemos filhos de nossos pais.  Só nos tornamos filhos  de Deus quando nascemos do Espírito, isso é fruto de uma escolha consciente.

O livro não gasta muito tempo com a pergunta do título. Ele a responde, explicando por que nem todos são filhos de Deus, e ensina a como nascer de Deus, como recebê-lo, como ser um desses que têm a honra de ser feito filho de Deus. Entre outras coisas, fala da atuação dos espíritos malignos e da libertação, do batismo nas águas, batismo no Espírito Santo e novo nascimento, do caráter cristão e dos perigos da religião. Sim, porque muitos acreditam que pelo simples fato de frequentarem a igreja, lerem a Bíblia e executarem rituais religiosos, estão próximos de Deus, são filhos dEle ou nasceram de novo. Olhe esses trechos:

Nicodemos não foi reconhecido como um homem de Deus e isso mostra que nem todos os que ocupam cargos religiosos, ainda que sejam os mais importantes, estão na condição de pessoas nascidas de Deus. O nascido da carne acredita que seu trabalho religioso na igreja o faz aprovado como alguém espiritual. E isso não o difere daqueles que fazem caridade pelos aflitos no intuito de agradar a Deus. Obviamente, a caridade é muito bem vista diante do Altíssimo, mas não é suficiente para se alcançar a salvação. Da mesma forma, o trabalho religioso não garante a salvação de ninguém. Para Deus, o importante não é o que a pessoa faz, no que se refere às obras, mas o que ela é.

(…)

“E o Senhor lhes respondeu: “Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição” (Marcos 7.9). Os religiosos não estão preocupados com o interior ou com o relacionamento com Deus, mas em satisfazer o exterior com suas tradições e aparências, que para nada servem.

O religioso é extremamente preocupado com as aparências, e mede tudo por elas. Assim, se uma pessoa, um livro, uma música ou uma igreja tem aparência cristã, o religioso a aceita. Mas se não tem a aparência que o religioso esperava que tivesse, ele logo a rejeita. Julga, condena e executa a sentença.

Eu sempre ficava intrigado com o porquê de o Espírito Santo não realizar o novo nascimento imediato nas pessoas que vinham diante do altar oferecer-Lhe a vida. (…) Hoje tenho a resposta: o problema é que ninguém pode nascer estando vivo (…) Ninguém pode viver duas vidas simultaneamente!

(…)Não se pode ter duas vidas ao mesmo tempo! (…) Se quiser a vida nova oferecida pelo Espírito Santo, terá que abrir mão da vida velha e morrer. Mas, se quiser manter a vida antiga, jamais nascerá de novo! A morte a que nos referimos aqui não é uma morte física, mas espiritual. Em outras palavras, a pessoa tem que renunciar a si mesma, sua vontade, seu eu, e passar a obedecer à Palavra de Deus.

Muito forte, não? Como alguém pode nascer de novo sem ter morrido para a vida velha? O novo nascimento se vê pelos frutos. A nova criatura tem de ser, necessariamente, diferente de quando era uma velha criatura. Isso parece óbvio, mas muitos acham que essa diferença está apenas nos hábitos abandonados: ia para a balada, agora não vai mais. Tinha muitos namorados, agora não tem mais. Bebia e fumava, agora não bebe, nem fuma. Não ia à igreja, agora vai. Isso não é novo nascimento, é apenas mudança de hábitos.

O livro explica o quanto o novo nascimento é profundo. As mudanças vão além daquilo que você pode fazer por si mesmo. Você era nervoso, agora é tranquilo, era maldoso, agora tem prazer em ajudar os outros, era fofoqueiro, agora não gosta de ouvir da vida de ninguém, tinha maus olhos, agora olha a todos da melhor maneira possível, guardava mágoa, agora sabe perdoar, era depressivo, agora é alegre e emocionalmente estável, era desonesto, agora é confiável. Era descontrolado, agora tem domínio próprio. E daí por diante. Por não entender isso, a realidade é a seguinte:

De modo geral, dentro das igrejas evangélicas, as pessoas aceitam Jesus como Senhor e Salvador apenas na teoria. Na prática, fora da igreja, suas atitudes não têm nada a ver com a fé apresentada diante do altar.

Não só as atitudes. Eu  gastei horrores com antidepressivos que não resolveram nada (só davam muuuitos efeitos colaterais). Passei um tempão da minha vida culpando meus neurotransmissores, achando que o problema era físico. Hoje estou convicta de que o problema físico é consequência, e não causa. A causa está dentro da nossa alma. Enquanto houver espaços vazios, há lugar para que o mal se instale e bagunce nossos neurotransmissores. Então, se você está dentro de uma igreja, acha que é de Deus, e tem sofrido com depressão, não se engane. Seja humilde e parta do zero, seguindo o conselho do autor do livro, pois funcionou comigo:

Busque Aquele que tem o poder de curar a sua alma! Assim, quando Ele ocupar todos os espaços de sua vida, a depressão o abandonará para sempre.

Eis algo extremamente negligenciado por quem cai no sono da religiosidade: O filho se parece com o Pai. Talvez por não conhecer a Deus, não saber como Ele é, muitas pessoas têm dificuldade de medir isso, mas é necessário.

Não há como negar a obrigatoriedade de os filhos de Deus terem caráter semelhante ao do Senhor Jesus. Trata-se da imagem de Deus restabelecida no ser humano nascido do Espírito. Pois o mesmo Espírito que gerou Jesus gera os demais sem qualquer distorção de caráter. Quando alguém se posiciona como filho de Deus, mas tem comportamento contrário, certamente está enganando a si mesmo. (…) O primeiro ensinamento do Senhor, no Sermão do Monte, foi sobre a humildade. Ela foi estabelecida como condição básica para a entrada no Reino de Deus. “Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3).

A humildade é característica necessária desde o início, para admitir sua necessidade de nascer de novo, até o fim, para sempre ter a noção de que sua vida depende de Deus. Faz parte do caráter dos filhos de Deus, pois é a única forma de manter-se obediente a Deus, com bons olhos e firme na fé.

Para se tornar filho dEle precisa, antes de tudo, conhece-lo como Ele é. Engolir seu orgulho, vestir-se da mais sincera humildade e aprender como Deus é de verdade. A quem você quer enganar? Quanto tempo vai continuar fingindo ser quem você gostaria de ser, mas que não é, na verdade?

Passei anos assim. Anos. E não era um fingimento consciente, não, eu realmente achava que não precisava nascer de novo. Achava que era filha de Deus pelos anos que tinha de igreja, ou por minha atitude ética (não matava, não roubava, não fumava, não bebia, não me prostituía, não adulterava, odiava mentira, não fazia nada de “errado”, tinha um forte “senso de justiça” – que me fazia brigar com todo mundo…rs – em que tinha que mudar?).

Ao ler “Somos todos filhos de Deus?” Você vai entender que ser filho de Deus não é falar evangeliquês, cantar musiquinha gospel, condenar pessoas ao fogo do inferno, apontar o dedo para os outros e empreender cruzadas contra as pessoas que não são religiosas, como fazem aqueles que mais parecem contratados do exército inimigo para atrapalhar a causa. Ser de Deus, ser filho de Deus, é ter o caráter do Pai, estar disposto a renunciar a tudo, inclusive a si mesmo, para conhecê-Lo e poder ser chamado seu filho e seu amigo. E assim, naturalmente, fazer as obras do Pai e ajudar aos que sofrem.

Vale a pena ler ou reler. Eu tinha lido mais de uma vez, aliás, pois me lembro que um pastor fez até um estudo a respeito, mas relendo agora, em alguns pontos era como se eu não tivesse lido! Bons livros são assim, sempre nos trazem coisas novas, não importa quantas vezes os leiamos. :)

Vanessa Lampert

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Originalmente publicado no blog Cristiane Cardoso. Clique aqui para ver a postagem original.