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Cada vez que murmuravam, ficavam mais longe do que queriam

Abaixo, um comentário antigo do blog, seguido da resposta dada recentemente por uma leitora. Tive que colocar aqui, porque o texto dela pode ajudar muita gente que está buscando algo de Deus há muito tempo e ainda não viu resposta.

“Eu busco e é como se visse Jesus parado a minha frente me olhando, ouvindo meus pedidos mas sem atender. Como se vive com essa carga de que você não foi escolhido; foi resgatado, livre, reconstruído, mas não escolhido? Embora eu possa dizer que muito em mim foi mudado, até meus alvos e intenções, e o que ainda precisa de ajuste estou ajustando, sabendo, no entanto, que não é por obras de justiça por nós praticadas, mas devido à Sua misericórdia. Fica cada vez mais difícil me levantar da busca e saber que não fui escolhida. Estou lutando contra os gremlins, não pode ser que Deus me resgatou do poço da rejeição para que eu não seja boa o suficiente de novo.

Hoje o bispo falou que o Espirito escolhe a dedo, cada dia que passa me vejo não sendo escolhida. Vejo Jesus me olhando e ouvindo, de perto, mas só olhando. Ao mesmo tempo que é muito bom é torturador. Eu já entendi que a vida não vale a pena se não for pra pertencer a Deus. E cara! Eu não pertenço!”

D.

Resposta da leitora Caroline de Paula:

“Você acha que Deus te tirou do mundo e te deu todas as chances de receber o Espírito Santo para torturar você? É como se você acreditasse que Deus queria te libertar, transformar mas não te dar o Espírito Santo. Isso não tem lógica alguma. É o mesmo pensamento distorcido do povo de Israel. “E murmurastes nas vossas tendas, e dissestes: Porquanto o SENHOR nos odeia, nos tirou da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus, para destruir-nos” (Deuteronômio 1:27). 

Deus fez todas aquelas maravilhas no Egito pra tirar o povo de lá, mas eles achavam que Deus tinha tirado eles de lá pra manter eles no deserto de propósito, só porque a conquista da terra prometida não foi como eles idealizavam. Mas veja: o que manteve o povo no deserto não foi o sadismo de Deus, como eles pensavam, e sim a DÚVIDA! E porque eles duvidavam, eles murmuravam. E cada vez que murmuravam, ficavam mais longe ainda do que queriam…

Já tive esses pensamentos que você falou. Você fala como se Deus fosse mau. Mas a Palavra dEle diz que Ele é bom. E temos uma nuvem de testemunhas comprovando isso hoje. E você já viu isso na sua vida! Mas, no fundo, você não enxerga o diabo (gremlin) como sendo o mau da história, e sim você ou Deus.

Se você está buscando e Ele está te ajudando, mandando palavras e pessoas, é porque você não é má, como o diabo quer que você pense. Pare de ser perfeccionista ao extremo ou você vai se destruir sem que o gremlin precise se esforçar muito!

As pessoas do mundo é que acham que o bem e o mal vêm da mesma fonte, mas nós sabemos que uma fonte só pode dar água amarga ou doce. Deus é a fonte de água doce. Simplesmente creia nisso e reaja contra o bandido gremlin que quer te colocar contra Aquele que quer te ajudar.”

(Caroline de Paula)

Não tenho muito a acrescentar ao texto da Caroline. Só gostaria de destacar aqui que o segredo está em simplificar as coisas. Acreditar no pensamento de que Deus não te escolheu é olhar Deus com maus olhos. Se a Bíblia diz que Ele é bom e que a benignidade dEle é eterna, então Ele é bom e a benignidade dEle é eterna. Essa é uma verdade que deve estar enraizada bem fundo na sua vida. Assim, qualquer pensamento que vier contra isso deve ser banido. E isso vale para tudo. Para absolutamente tudo o que a gente espera receber de Deus, mas não recebe de imediato. É a Palavra que nos sustenta. É decidir crer na Palavra e dar uma banana para todo o resto.

Não interessa o que você SENTE. Não interessa o que parece ser verdade. Interessa só a verdade — que é essa que a Caroline escreveu. Releia o texto dela quantas vezes for necessário. Ninguém precisa ser “bom o suficiente” para receber o Espírito Santo. Só precisa se entregar. Entregar essas dúvidas, esse medo, a rejeição, o sentimento de inferioridade, o complexo de vítima, os maus olhos contra Deus. Só você sabe tudo o que há dentro de você que precisa ser entregue no Altar. 

E isso não é um processo, é uma DECISÃO. A decisão de crer que Deus é Quem Ele diz que é. A decisão de crer que a Palavra dEle é a Verdade. A decisão de fazer o que precisa ser feito para alcançar o que você quer. Fazer o que precisa ser feito, pelo tempo que for necessário, sentindo vontade ou não. É esse tipo de atitude que vai mudar sua vida.

“Então veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Odede. E saiu ao encontro de Asa, e disse-lhe: Ouvi-me, Asa, e todo o Judá e Benjamim: O Senhor está convosco, enquanto vós estais com Ele, e, se O buscardes, O achareis; porém, se O deixardes, vos deixará.

2 Crônicas 15.1-2

Estar com Deus e buscar a Deus são escolhas que você pode fazer agora, imediatamente. 

 

Textos complementares:

A fé é uma decisão

Entenda isso se você ainda não foi batizado com o Espírito Santo

A tentação do pensamento

O que a gente faz quando realmente crê

Para receber o Espírito Santo

#JejumDeDaniel

 

PS. Esse assunto tem tudo a ver com o nosso desafio de fazer um jejum de reclamações e negatividade, que lancei aqui no blog. Porque o povo reclamava e pensava mal de Deus (reclamação gera maus olhos) e isso levou a fé deles a desenvolver uma doença crônica que, por fim, os levou à morte. Pare de reclamar, concentre-se no que é bom, no que é justo, no que é puro e no que é verdadeiro e veja sua fé decolar. 

PS2. Se estes posts estão te ajudando, considere compartilhar com seus amigos que também estão no Jejum, indicando este blog. Envie pelo WhatsApp os links dos seus posts preferidos, fale do blog para seus amigos. Vamos formar um exército de cristãos de verdade, racionais, decididos, estruturados, cidadãos do Reino de Deus. Meu objetivo é contribuir para a redução de “ex” isso e “ex” aquilo em um futuro próximo, ajudando as pessoas a entenderem com mais profundidade a fé que escolheram abraçar. 

 

 

Andressa Urach me fez mudar de ideia Parte 3. Será que ela recebeu o Espírito Santo?

A resposta rápida à pergunta do título: espero que não (o prognóstico seria muito pior se ela tivesse recebido). E acho que não, sinceramente. Já vou explicar. Não invalido a mudança que ela teve, de modo nenhum (você vai entender), minha opinião pessoal a respeito da Andressa é que era uma pessoa complicada, que foi sincera com Deus e quis mudar, mas que não chegou a receber o Espírito Santo, talvez por apressar as coisas. Vou colocar aqui alguns trechos do livro “Desejos da alma” que, junto com outros dados, me levaram a essa conclusão. A intenção aqui não é falar mal da Andressa, mas ajudar outras pessoas a se avaliarem, saberem o que devem procurar em si para não se enganar sobre ter o Espírito Santo e também a entenderem toda a situação.

Este texto faz parte de uma série que fiz para analisar uma postagem que a Andressa escreveu anunciando que estava saindo da Universal — e que teve grande repercussão antes de ela apagar. Se você ainda não leu as duas primeiras partes, recomendo que leia. Clique aqui para ler a parte 1 e clique aqui para ler a parte 2

Vou repetir todas as vezes: não é minha intenção defender a igreja, mas sim, defender a minha fé. A igreja Deus defende, como tem feito durante todos esses anos (caso contrário, ela nem existiria mais, já que é atacada por gente muito poderosa há pelo menos 30 anos). E também para que os sinceros entendam o que está acontecendo e, principalmente, vigiem a si mesmos, para que não caiam. Ter o Espírito Santo também não é garantia de que a pessoa não vai cair. Quem foi batizado com o Espírito Santo também precisa vigiar, porque são nossas escolhas que definem se a gente vai continuar na fé ou se vai voltar para o inferno. Deus não interfere em nossas escolhas, mas aponta claramente o caminho.

 É óbvio que a Andressa teve uma parte de mudança sobrenatural, porque foi liberta e porque Deus realmente transforma mesmo antes do Espírito Santo. Conforme a gente vai deixando para trás os antigos hábitos e aprendendo a agir de acordo com os princípios bíblicos, a mudança é natural — e pode ser radical. No início, é preciso esforço, porque hábitos não são fáceis de mudar. Deus nos ajuda no que a gente não consegue. Ele está sempre ao nosso lado, nos direcionando e falando conosco. 

É possível mudar muito, mesmo antes de receber o Espírito Santo (às vezes só em tirar os demônios a pessoa fica com outro semblante e muda muito seu modo de ser, pensar e agir). Mas para receber o batismo do Espírito Santo, além de ter mudado seus hábitos, a pessoa precisa entregar a Ele toda a sua vida. Não só as coisas ruins, mas também aquilo que parecia bom, que você gostava, que achava que fazia parte de você. Funciona mais ou menos como morrer. A gente morre no Altar e Deus nos dá uma nova vida, com um novo modo de pensar, uma nova natureza, absolutamente tudo novo.

No caso da Andressa, o que eu acho mais provável que tenha acontecido (porque é o mais comum — e foi o que aconteceu comigo logo que cheguei à igreja) é, na ansiedade de receber o Espírito Santo, ela ter se enganado, se confundido com a emoção. E acreditou tanto que convenceu todos ao seu redor. E isso é muito mais comum do que parece. Mas como você sabe que recebeu o Espírito Santo ou não? Pelas suas reações aos problemas e às situações adversas depois. Pelo Fruto do Espírito. Fruto do Espírito não é mudança de hábitos, de aparência ou de linguajar. Vou explicar e dar exemplos dentro do que ela própria contou a seu respeito. 

A natureza humana, o modo natural das pessoas serem, é chamada na Bíblia de “carne”. Ela tem características próprias:

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (Gálatas 5.19-21)

Note que está no plural: “as obras da carne”, então não é preciso fazer todas essas coisas para caracterizar obra da carne, basta fazer algumas ou mesmo uma. Então, se essas características estão presentes em uma pessoa de modo persistente, é carne, e não Espírito. Porque essas duas coisas (carne e espírito) são incompatíveis. O Espírito Santo não é uma energia, Ele é o próprio Deus que vem morar dentro da pessoa. Para isso acontecer, ela não pode praticar as obras da carne; e essas características (ódio, impureza, inveja, lascívia, etc.) não podem fazer parte da pessoa, ou seja, a pessoa não alimenta esses sentimentos dentro de si e não age sobre eles. Eles não motivam mais suas ações ou reações. (E sim, isso é possível.) É a diferença entre passar uma vassoura na casa, sem tirar os móveis do lugar, e fazer uma super faxina. As duas casas parecem limpas, mas só uma está realmente limpa e pronta para receber alguém que tenha alergia a qualquer sujeira. 

O Espírito Santo também tem seu conjunto de características:

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio.” (Gálatas 5.22)

Mas note que está no singular: “O fruto do Espírito”. O fruto é um só, composto por nove características. Quando o Espírito Santo está presente em alguém, todas essas características têm de estar presentes, obrigatoriamente. Isso eu não avaliava em mim. Sempre fui uma pessoa amorosa, boazinha, doadora, tinha peninha das pessoas, então até considerava que tinha amor, bondade e benignidade (afinal de contas, não era maldosa nem maligna). Poderia até achar que tinha fé (nem sabia direito o que era fé), mas era pavio curto (ou seja, o contrário de longanimidade), era muito sensível, vivia uma gangorra emocional (ou seja, nada de alegria e paz) e tinha dificuldade em controlar meu temperamento e minhas emoções, falava sem pensar (nada de mansidão, muito menos domínio próprio). Então, das nove características, eu só reconhecia em mim quatro, na melhor das hipóteses. 

Então por que raios eu achava que tinha o Espírito Santo??? Por uma experiência emocional/sensorial enquanto orava com o grupo de evangelização, do qual eu fazia parte. Senti um calor súbito, uma vontade de chorar e me emocionei, acreditei que tinha sido uma experiência sobrenatural (provavelmente foi um sintoma de disautonomia por estar muito tempo em pé em Campo Grande, que é naturalmente quente).

 É claro que a pessoa pode ter uma experiência emocional e sensorial ao ser batizada com o Espírito Santo, mas se não for acompanhada de uma profunda mudança interior, com a presença obrigatória da totalidade do fruto do Espírito nas ações e reações da pessoa, não foi o Espírito Santo. É simples assim. Deus não é Deus de confusão. De vez em quando alguma atitude carnal ou sentimento que leve a essas atitudes podem até surgir, mas você consegue identificar e cortar antes de tomar alguma atitude errada. Porque tem discernimento e autocontrole. O caso da Andressa parece ter sido semelhante ao meu em 2000. O que a levou a achar que recebeu o Espírito Santo foi uma experiência emocional e sensorial. E, depois disso, confundiu o bem estar de viver a fé com o Espírito de Deus. Segue o trecho do livro:

“O batismo veio; do alto do meu corpo à planta dos meus pés. Senti a mão de Deus na minha cabeça. Era como um raio, um fogo descendo, um gozo na minha alma, palavras não poderiam descrever o prazer de receber o selo de Deus.”

Pode ter sido o Espírito Santo somado a alguma descrição literária? Até poderia. O problema nem é a descrição do momento em que supostamente ela recebeu o Espírito Santo, o problema são as reações quando da volta com o ex-marido, que ela relata no livro. Seus relatos incluem julgamentos equivocados baseados em sentimentos,  discussões com a ex do marido dela, em que diz ter xingado e se descontrolado. Reações motivadas por raiva, ódio e sentimento de vingança, sustentadas por um tempo bastante longo. Não correspondem à atitude de quem tem o Espírito Santo, principalmente porque não foram eventos pontuais, como quando você se irrita com alguém e fala alguma coisa que não deveria em um impulso, se arrependendo logo depois. Ela seguiu agindo consistentemente com base em seus piores sentimentos por um tempo consideravelmente longo, sem sombra de consciência ou arrependimento. 

Na descrição dessa fase, você a vê se enganando o tempo todo (e ela admite isso no livro):

“Havia perdido o temor a Deus. Caminhava, mais uma vez, sem perceber, em direção ao inferno. Depois de tudo o que passei, fica claro perceber esse risco. Mas, naquele momento, não percebi. Estava inebriada pelas emoções.”

“Nessa altura, tinha perdido o temor e toda e qualquer conexão com Deus, agia tomada por meus sentimentos. Eu havia perdido a visão espiritual.”

 Esse trecho, para mim, se assemelha muito ao que está acontecendo agora. Estava fraca, deu abertura enorme nas emoções, perdeu a conexão com Deus e começou a cometer um erro atrás do outro. Ela ficou com ódio da namorada do ex-marido e em nenhum momento pareceu ter visto a moça como uma alma. Só depois, em vista de tudo que aconteceu — inclusive agressões — ela admite que errou. Se você tem o Espírito Santo e faz alguma coisa errada, Ele te incomoda MUITO, não é pouco não. E você não consegue agredir verbalmente uma pessoa e ficar em paz. Veja esse trechinho, em que ela fala de quando a ex-namorada de seu ex-marido tentou disputá-lo, na mesma época em que ela estava tentando casar de novo com ele:

“Nessa disputa eu não poderia perder! Deixei tudo o que aprendi de lado: domínio próprio, mansidão… Agi como se estivesse inebriada. […] A namorada dele ligou. […] Eu estava enfurecida, desci o nível, falei palavrões, coisas absurdas! Disse coisas horríveis, das quais me arrependo, agi tomada pela raiva. Só conseguia pensar naquela disputa. Quem era ela para tirar o pai do meu filho?”

A verdade é que não existe um “deixei tudo o que aprendi de lado: domínio próprio, mansidão…”. Domínio próprio e mansidão não são coisas que a gente aprende. Fazem parte do fruto do Espírito e se desenvolvem naturalmente dentro de quem tem o Espírito Santo. Você não APRENDE domínio próprio. Ou você tem ou não tem. Se tem o Espírito Santo, tem domínio próprio. Se não tem o Espírito Santo, não tem domínio próprio. Como você pode esquecer de quem você é? 

Você não precisa ficar se controlando e se tolhendo o tempo todo se você É nova criatura. Negar a nós mesmos é uma coisa que precisamos fazer todos os dias, mas não ficar forçando o fruto do Espírito. A árvore não faz força para dar fruto, é natural e indolor. Talvez por isso as pessoas que se enganam achando que tinham o Espírito Santo depois saem da igreja dizendo que se cansaram do “jugo”, que era muito opressivo e tal. Porque deve ser mesmo, quando é preciso ficar forçando para simular o Fruto do Espírito o tempo todo. 

Ouvindo demônio

Em outro momento, quando já estava se separando, relata ter ouvido vozes um pouco antes de ter seu carro roubado por um bandido armado:

“Ouvi uma voz demoníaca dizendo: ‘te peguei, você desobedeceu de novo, agora vou matar você e teu filho’.”

Não tem como essa voz ter vindo do bandido, porque ela e o filho estavam dentro do carro e o bandido estava na frente do carro. Ela teve a impressão de ver, pelo retrovisor, alguém passando. O bandido passou por trás do carro e parou em frente ao carro apontando a arma para a criança. De onde veio essa voz? Antigamente eu achava que pessoas batizadas com o Espírito Santo ouviam vozes e coisas do gênero. Hoje sei que não é bem assim. Ou esse trecho foi mal escrito, ou tem alguma coisa estranha.

Infelizmente eu só consegui ler esse livro agora. Quando foi publicado pela editora eu já estava em licença médica e era outra pessoa que avaliava os originais (que infelizmente também já saiu da igreja, o que talvez explique alguma coisa). Eu teria questionado. O problema é que a gente tende a desconsiderar as coisas estranhas de uma pessoa quando gosta dela. E talvez por isso ninguém que leu esse livro tenha percebido o alerta vermelho. É provável que tenha se focado mais nas coisas boas (tem muitas coisas certas) do texto do que nesses detalhes que não condizem com a pessoa que ela dizia ser. 

Note que durante esse período em que ela diz que tinha perdido o temor e estava desconectada de Deus, continuava fazendo postagens de fé. A gente não conhece a vida das pessoas, aparentemente não dá para olhar o que mostram no Instagram e achar que está vendo a realidade. 

Que bom que não foi o Espírito Santo

Se ela realmente tivesse recebido o Espírito Santo, estaria muito encrencada agora, não porque saiu da igreja, mas por causa do mal que claramente permitiu entrar no coração (vou mostrar nos próximos posts). Se tivesse recebido o Espírito Santo e caído desse jeito, não conseguiria mais se arrepender. É o que está na Bíblia, que é impossível renovar para arrependimento quem já provou do Espírito Santo e caiu. Essas pessoas erram conhecendo a verdade, nunca reconhecem seu erro e, portanto, não se arrependem. E eu realmente não acredito que seja esse o caso da Andressa. Acho sinceramente que ela nunca teve o Espírito Santo, estava no Caminho da Salvação, no rumo certo enquanto estava obedecendo, mas caiu em uma armadilha emocional que o diabo fez para ela sair e, por isso, ainda tem chance de ser salva. Se quiser e se tiver humildade para isso. 

A impressão que eu tenho é que ela era bastante sincera e se enganou sobre ter o Espírito Santo, pela ansiedade em recebê-Lo com o objetivo de ser levantada a obreira e ser vista como alguém espiritual, respeitada pelo título e por sua imagem. Talvez nem ela tivesse consciência disso na época, e é o que faz a situação toda ainda mais triste. Sei que é difícil entregar a mente para Deus. Sei, por experiência própria. Passei um ano na Sara Nossa Terra, cinco anos na igreja Batista e nove anos dentro da igreja Universal achando que tinha o Espírito Santo, sem ter. (Sim, porque também tive uma experiência emocional na Sara Nossa Terra que achei que fosse o Espírito Santo, aos 13 anos. Chorei, chorei, me senti feliz e achei que tivesse sido batizada. Cinco anos depois eu estava em depressão, pensando em suicídio. Cadê o Fruto?).

Meu conselho, para você que ainda não foi batizado com o Espírito Santo ou que acha que foi, mas não percebe o fruto do Espírito de forma natural, é: não busque o batismo com o Espírito Santo, busque o Espírito Santo. Busque agradar a Deus, conhecê-Lo por meio da Sua Palavra, se aproximar dEle, ter amizade com Ele, obedecê-Lo, ser dEle. O batismo será uma consequência natural desse relacionamento. Digo isso porque muita gente busca o batismo como um troféu, sem entender que ele é um selo. Para ser selada, a carta precisa estar escrita. Para ser escrita, a carta primeiro precisa estar em branco. Precisamos entregar tudo, inclusive nossa vaidade, nosso ego, nossos achismos e opiniões. Busque. Busque sem pressa, sem ansiedade sem outro interesse a não ser se aproximar dEle. Depois que você receber o Espírito Santo, continue buscando essa proximidade. A natureza humana é corrompida e toda esculhambada, essa busca por ouvir e obedecer a Deus precisa ser diária, até o nosso último instante de vida. 

Amanhã publico a parte 4.

Vou colocar aqui os links para os próximos posts conforme forem publicados:

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 2: o post de sexta

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Foque na sua reação

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

PS: Só respondendo a uma questão que me fizeram: não acho que a igreja errou ao levantá-la a obreira, porque os dados que a igreja tinha eram coerentes ao que ela postulava. Não foi rápido, demorou bem mais de um ano, ela fez CPO várias vezes e conseguiu convencer todo mundo justamente porque não estava tentando enganar ninguém, acredito que ela realmente acreditava que tinha recebido o Espírito Santo (lá no fundo a pessoa sabe que não foi, mas é muito no fundo). É complicado. O ser humano é um negocinho cheio de camadas, e algumas pessoas são mais difíceis do que as outras. Mas nada é impossível. Se você também é uma pessoa difícil, por mais complicado que você seja, Deus não desiste de você. Não desista dEle também. 

PS2. Gente, pelamor, eu sei que a maioria dos membros ficou indignada, eu também fiquei, como falei na primeira parte desta série. Ela ofendeu a minha fé, e me senti como se ela tivesse me enganado com os livros. Enganou todo mundo, incluindo a si mesma. Mas ninguém deve deixar essa indignação se transformar em raiva pessoal contra ela. É compreensível ficar indignado com a atitude que ela teve, mas confundir a atitude com a pessoa dela é fazer exatamente o que o diabo quer. Não vá por esse caminho. Esta série de textos é para a gente entender melhor como as coisas funcionam, colocar nossas barbinhas de molho e BUSCAR MAIS. 

PS3. Já disse e repito: parei de seguir no Instagram porque não tem mais nada a ver comigo.

PS4.  No próximo post a gente começa a análise do texto que prometi.

PS5. Um textinho para você, sobre esse assunto, que escrevi há algum tempo e de que gosto muito: O deserto em mim (clique aqui para ler). 

PS5. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.