Tag: imprensa

Veja tem medo

veja*

Hoje a tag #Veja TemMedo esteve em primeiro lugar no Twitter por um tempo considerável. A revista atravessa seu pior momento. Sua face distorcida está sendo revelada à população pensante através de seus contatos injustificáveis com o bicheiro Carlos Cachoeira.

Não sou ingênua de pensar que Cachoeira era o único contraventor a plantar matérias na Veja. Estou certa de que não era o único e realmente torço para que toda a trama seja exposta e possamos descobrir quantos outros Cachoeiras estavam por trás das “denúncias bombásticas” e falsas feitas pela Veja não apenas sobre governo e política, mas sobre todos os outros assuntos.

Recentemente, Marco Antônio Araújo escreveu um artigo em seu blog¹, impressionado com o desespero de Civita ao encomendar um ataque a Edir Macedo menos de 24 horas após o Domingo Espetacular ter ido ao ar com denúncias sérias contra a revista Veja. O espanto de Marco Antônio não foi compartilhado por mim. Eu já esperava essa atitude. Civita fez o que Civita sempre faz.  Desde a compra da Rede Record, a Veja, movida pelos interesses da Globo (são a mesma coisa, e fazem as mesmas coisas, como todos sabemos), tem atacado o Bispo Edir Macedo e a Igreja Universal, na esperança de atingir a Rede Record, que anunciou desde o início sua intenção de brigar pela liderança (há vinte anos, o sbt, segundo lugar no Ibope na época, mantinha uma larga distância da então líder absoluta Rede Globo, sem a menor intenção de tomar o primeiro lugar. A ameaça era inédita).

Enquanto Veja, Globo & companhia limitada (entram aí a Folha de São Paulo e todo o PIG conhecido) moldavam o que o senso comum pensaria a respeito do proprietário da Rede Record, da IURD e dos membros da IURD (entre os quais me incluo há 12 anos, tendo minha inteligência insultada pela Veja durante todo esse tempo), grande parte do país acreditava que suas matérias eram verdadeiras. Pelos acordos com o governo tucano, a Editora Abril se julgava garantida.  Sua primeira grande derrota foi a eleição de Lula, apesar de esgotar seu estoque de capas e matérias sensacionalistas ao extremo. De lá para cá, a queda foi vertiginosa. Mesmo doando assinaturas a quem se cadastrasse e espalhando seus exemplares como quem não tem contas a pagar, a revista perdeu prestígio.

Claro, ainda existem aqueles que acreditam em tudo o que a Veja diz e creem, piamente, que não há o menor problema em um jornalista ter um bandido como fonte, mesmo diante das evidências de que não se tratava de uma fonte, mas de um semeador de notícias falsas. Também estes acreditam que não há problema em divulgar grampos cujos áudios jamais apareceram, nem entrevistar ex-funcionários, demitidos por justa causa, que falam mal de seus antigos patrões (sério? Me espantaria se falassem bem), nem em distorcer fatos para que pareçam ser o oposto do que realmente são.

Em um ato de desespero, a revista tentou manipular as últimas eleições – para variar – e se surpreendeu com a força da campanha na internet. Na época, uma reportagem em particular me indignou, sugeria que Lula imitava Fidel Castro e “provava” suas alegações utilizando a “lógica” de Veja. Para mostrar o quão absurda era a tal lógica, escrevi o seguinte post: https://www.vanessalampert.com/?p=820

Agora, no auge do escândalo Cachoeira, em que a Veja tem a cara-de-pau de tentar tirar o corpo fora, se fazendo de vítima, a internet volta a mostrar seu valor. Com a Record como a única emissora a ter coragem de enfrentar o partido a imprensa golpista, todos os canhões estão apontados para ela e para a mobilização feita via Twitter e blogs.  Desesperada, a revista cria o seguinte infográfico: http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/fraude-no-twitter , tentando convencer seus leitores de que somos robôs, insetos (mania de insultar a inteligência alheia)… Veja pode espernear à vontade. Não há volta para o processo que se iniciou. A tag de hoje mostra que todo mundo já percebeu o que está acontecendo. Quem não deve, não teme. E Veja tem medo do que ela não pode mais controlar.

Vanessa Lampert

*Imagem: Arte do Capitão Óbvio em cima da capa de Veja, com o “detalhe” que ela esqueceu de incluir.

¹ Merece também destaque o outro artigo do Provocador, sobre Policarpo, em que ele cita Veja como “O Diário Oficial da Nova Inquisição, termo perfeito para a publicação.

PS: As always, aviso que os comentários são moderados, só serão aprovados depois de lidos por mim e quando vejo ofensas, nem leio. Digo isso porque leitores cegos de Veja não sabem respeitar opiniões contrárias.

.

Tragédia anunciada

amy-winehouse

Amy Winehouse morreu hoje, é o que dizem os jornais. Ainda espero uma notícia desmentindo essa informação, mas não sei se virá. Escrevi em janeiro o seguinte post: https://www.vanessalampert.com/?p=990 e após dias sem entrar no twitter, eu infelizmente estava por lá quando soube do ocorrido.

Saí rapidamente antes que excluísse uma multidão de meu twitter, pelos comentários imbecis e brincadeirinhas de mau gosto. Amy fez as piores escolhas possíveis em sua vida, mas não teve muito apoio para fazer escolhas melhores. Dava um certo desespero ver a imprensa fazer comentários cruéis e agressivos como se ela não fosse um ser humano e, por outro lado, o mesmo desespero ao vê-la ser reverenciada por músicas com letras que louvavam seu estilo de vida, como “Rehab”. Quando a mãe dela sugeriu que parassem de premiá-la, pois aquilo estava apenas reforçando o comportamento destrutivo, foi censurada e ridicularizada.

Sugaram até a última gota de sangue de Amy e agora deliciam-se com sua morte, como aves de rapina. Como fizeram com Michael Jackson, como fizeram com Elvis Presley, como fizeram com tantos outros ícones da música…pessoas que deixam de ser pessoas, são pisoteadas pela mídia e pela crueldade humana em geral e depois de irem para o lixo, esse lixo é embalado em papel especial de glamour como se fosse sublime morrer por overdose, jogado em um canto qualquer da sala de jantar.

Fico triste pela extrema falta de amor ao próximo e pela hipocrisia alarmante que se expressa nesses momentos (a imprensa agora irá exaltá-la no mais alto grau, enquanto nos comentários as pessoas alternarão entre brincadeiras de mau gosto e retratos de crueldade). Prefiro desligar a internet e mergulhar no trabalho, que ganho mais. Mas não conseguiria deixar de desabafar aqui e de externar meu profundo pesar por essa menina ter morrido lentamente diante de nossos olhos durante anos e ninguém ter feito nada para evitar. As escolhas dela foram erradas, e as escolhas de todos os outros que estavam perto, que poderiam ter se esforçado, também.

lb_liv__1183538070_amy_winehouse_new_large

A responsabilidade é dela, acima de tudo, por aceitar esse mal em sua vida sem lutar com todas as suas forças para se livrar dele. Mas  também é de todas as outras pessoas que poderiam ter estendido a mão, poderiam ter pensado “dane-se o dinheiro que vamos perder, não podemos tirar a dignidade dela e fazer com que se afunde ainda mais”. Ela já estava melhor, havia engordado um pouco, conseguiu deixar as drogas, estava lutando para largar o álcool e parece que teve uma recaída fatal. Muitas pessoas conseguem largar sozinhas os vícios, mas infelizmente a maioria não tem essa força e vira escrava, literalmente.

Você realmente acha que alguém queira destruir sua vida, sua carreira e morrer de maneira estúpida? Você realmente acha que alguém escolheria isso para a sua vida ao invés de um futuro longo, cheio de alegria, saúde e realizações pessoais e profissionais? Ela poderia ter feito mais por si mesma, nós poderíamos estar fazendo mais por nós mesmos e pelos que estão à nossa volta, sofrendo, precisando de ajuda e sem ter forças para sair do buraco. No entanto, só o que sabemos fazer é criticar e apontar o dedo. E volto ao texto de janeiro https://www.vanessalampert.com/?p=990 ” É por essas e outras que eu digo que se realmente houver vida inteligente fora da Terra, se for realmente inteligente, certamente mantém distância segura deste planeta.”


.
PS: E você que não consegue parar de fumar? E você que entorna garrafas e garrafas de bebida até não conseguir se manter em pé? E você que se enche de remédios todos os dias? E você que come porcarias até passar mal? E você que nutre uma mágoa contra alguém e nem pensa em perdoar? E você que olha a vida (sua e dos outros) com maus olhos? Será que você também não está se matando aos poucos? Será que também não está “buscando esse fim”? O que te leva a achar que tem o direito de apontar o dedo para Amy Winehouse e dizer que ela simplesmente encontrou o que queria?

.