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A semana bipolar de Veja

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Pelo visto a Veja realmente acreditava na “virada” de José Serra. A edição de sábado traz uma caricatura horrorosa e desrespeitosa de Lula, de cueca, com a faixa presidencial pintada no corpo. Essa edição é toda em tom golpista e manipulatório, é nela que encontra-se a indignante e tão comentada matéria sobre a qual escrevi há três posts. Segue a linha da edição anterior, a do grampo sem áudio (mais um para a coleção de Veja), e faz acusações e insinuações do começo ao fim. Com a eleição de Dilma, não teve como fugir de uma edição histórica, se rasgando em elogios à nossa presidente. As duas edições circulam simultaneamente esta semana. Veja perdeu a vergonha. Mas o que é perder a vergonha, para quem já perdeu a decência e a credibilidade?


PS: Dizem que entre a capa da direita e a capa da esquerda, a editora Abril teve muita vontade de publicar essa aqui: http://twitpic.com/32xyo5

PS2: Não reclamo. Se Veja resolver ser menos sensacionalista, menos tendenciosa e passar a falar a verdade e fazer jornalismo (ou seja, se acontecer um milagre), ficarei bem feliz. Meu problema, agora, são as duas edições em tons tão divergentes circulando ao mesmo tempo.

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Vencemos

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Vencemos o preconceito, vencemos as mentiras, a manipulação, o jogo baixo. Agora é tentar conscientizar os que votaram no Serra por repulsa à Dilma e que neste momento, aguardam o Apocalipse. Espero que um dia eles percebam que compraram uma ideia equivocada e aprendam a não ir na onda de boataria, como foram.

Dilma entra para a história como a primeira presidente eleita do Brasil. Essa mulher, que suportou a tortura e a prisão na ditadura, conseguiu suportar a tortura psicológica desses dias de campanha. Agora as pessoas que tiverem interesse e boa vontade, poderão conhecer a verdadeira Dilma, não aquela dos videozinhos toscos editados e retirados de seu contexto, disponíveis no youtube só para endossar o preconceito. Também não aquela das edições da Globo, que ora quer mostrá-la como poste anencéfalo, ora quer mostrá-la como descontrolada, grossa e autoritária.

Agora, quem se interessar, poderá descobrir uma Dilma extremamente inteligente, com um raciocínio lógico afiadíssimo, bem humorada, um pouco tímida, mas forte, segura e firme em suas opiniões, ao mesmo tempo educada. Durante esse período em que me dediquei a pesquisar sobre ela, descobri uma pessoa de personalidade tão rica, que me parece uma estupidez tremenda alguém analisá-la de uma forma tão reducionista. Tão reducionista quanto analisam Lula, e o chamam de analfabeto só por ele não ter curso superior e por usar linguagem coloquial. Quando alguém me diz que Dilma não sabe falar (ou que Lula não sabe falar, ou que ele é analfabeto), logo me lembro de diversos pronunciamentos e entrevistas impecáveis que já assisti com eles e imediatamente a impressão que eu tenho é que o cérebro da pessoa, aos meus olhos, começa a encolher, encolher, até transformar-se em uma ervilha.

Essa campanha me fez repensar diversas coisas, ainda estou analisando tudo o que aconteceu. Vi o pior lado de algumas pessoas, mas também descobri que existe muito mais gente que gosta de pensar fora da caixa, que tem prazer em pesquisar e raciocinar, muito mais do que eu achava que tivesse. E isso me deu uma alegria incomensurável, uma esperança à qual me agarro: a de que nem tudo está perdido e que uma imprensa mais justa e informativa é possível. Valeu, Dilma. A luta continua. Não vou mudar de assunto tão cedo. Quem não gosta, que tire ferias do blog. Tem uma galera bem bacana conversando, e é com eles que quero continuar a falar.

Obrigada, Deus, por ter nos permitido essa vitória sobre as forças malucas do pior lado da direita, que se uniu para apoiar Serra.


PS: Dilma deu a primeira entrevista para a Record!!! Valorizou quem esteve ao lado da verdade, mostrou que é justa. AMEI! Adeus, PIG, recolha-se à sua insignificância.

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